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·30 dicembre 2025
Sensação do Brasileirão, Guanaes afasta o assédio e mantém foco no projeto do Mirassol

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Foi justamente no ano de seu centenário que o Mirassol viveu seu maior momento na história. O clube não se limitou a participar pela primeira vez do Brasileirão, mas foi protagonista, com direito a vaga histórica na Libertadores. Um dos principais responsáveis por toda a surpreendente campanha foi o técnico Rafael Guanaes, que segue no clube do interior paulista para uma temporada ainda mais desafiadora em 2026. Agora, afinal, serão quatro competições, e muito mais atenção dos adversários.
Eleito o melhor técnico do campeonato, o comandante conversou de forma exclusiva com oGol e falou sobre o desafio de repetir o sucesso do ano passado depois de perder alguns nomes importantes do elenco, o perfil de reforços que busca para um ano com calendário cheio, e a decisão de deixar para o lado o assédio de outros clubes para seguir no comando do Leão da Alta Araraquarense.
"Eu não acredito que o meu trabalho aqui acabou", disse Guanaes, que ressaltou ainda que o Botafogo não foi o único clube que o procurou.
"Não foi só o Botafogo, né? O Botafogo que ficou mais declarado. Muitas outras coisas aconteceram. Mas a gente é muito consciente daquilo que é um bom planejamento para 2026", garantiu.
Leia os principais trechos da conversa que você pode conferir também em vídeo (logo abaixo, ou clicando aqui).
Terminar o Brasileirão na quarta posição, sendo o segundo melhor time paulista no torneio e com uma vaga garantida na próxima Libertadores. O cenário alcançado era completamente fora de cogitação para o torcedor do Mirassol antes do começo da competição. Então qual foi o segredo para um ano tão especial? Bem, até o treinador tem dificuldades de explicar.
"No futebol você, mesmo você fazendo tudo certo, muita coisa ainda precisa acontecer. O jogo ele é totalmente caótico, imprevisível. Muita coisa precisa realmente estar funcionando bem, em harmonia, para que os resultados venham. Ultrapassa muito simplesmente o talento, né?", disse Guanaes.
"A gente sempre acreditou muito no nosso trabalho. Tivemos muita fé em Deus, procuramos sempre nos unir demais em torno das dificuldades, em torno dos nossos objetivos. Tínhamos pautas claras daquilo de como a gente mediria o nosso sucesso. Não através dos resultados, mas através do nosso trabalho no dia a dia e do nosso desempenho nos jogos. E é isso. Então, tem muita coisa que acabou funcionando muito bem", completou.
Algumas peças importantes da campanha de 2025 deram adeus ao clube e agora a missão é buscar reforços para um ano ainda mais desafiante, com Paulistão, Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores. Guanaes contou como é a forma de atuar no mercado da bola encarando concorrência de times com muito mais poder financeiro.
"A gente precisa ser muito criativo, né? O clube aqui já tem ao longo dos anos a sua forma de contratação. A sua forma de operar em relação ao mercado. Não só operar, mas avaliar bem aquilo que são os jogadores que tem o perfil para o modelo de jogo do Mirassol. Um modelo de jogo que a partir da minha gestão também, gestão de campo, que foi criado agora em 2025, e que é aquilo que a gente tá projetando para 26", disse.
"Então, independente de cifras e etc, é importante o perfil comportamental estar condizente com aquilo que é a cultura do clube. Talvez um fator que seja fundamental nisso tudo é realmente do outro lado, do lado do jogador. Ele realmente estar com essa fome e entender qual que é o contexto que envolve o Mirassol em relação a cultura do clube. É importante o jogador entender esse contexto, a cultura do clube, a cidade, o torcedor e que ele tenha essa fome de vir para cá, para jogar com a gente", seguiu.
"Com certeza o dinheiro é importante, é um dos valores, mas ele talvez não seja o mais importante nesse agregar de valores ali. O jogador que que está em determinados momentos da carreira, ele vai conseguir pesar muitas coisas e o Mirassol passa a ser um atrativo por esses pontos que talvez não sejam os pontos financeiros", completou.
Mesmo antes do fim do Brasileirão o destino de Guanaes já era bastante especulado. Depois do anúncio da renovação com o Leão da Alta Araraquarense, a permanência foi questionada. Com a saída de Davide Ancelotti no Botafogo, seu nome foi especulado no time carioca, mas o negócio não saiu. Só que este não foi o único assédio.
"Não foi só o Botafogo, né? O Botafogo que ficou mais declarado. Muitas outras coisas aconteceram. Mas a gente é muito consciente daquilo que é um bom planejamento para 2026", contou o treinador, que tem cautela até para projetar sua primeira Libertadores, já que existem outros desafios antes.
"É o meu primeiro Paulistão, e minha primeira Libertadores é só em abril. Eu nem estou pensando na Libertadores, né? Tô pensando no Campeonato Paulista e no Campeonato Brasileiro. A vida do treinador, minha vida, depende de resultado, então eu não consigo projetar 4 meses pra frente", ponderou.
Depois de um ano especial, os desafios são ainda maiores em 2026, com mais competições e, certamente, com mais atenções voltadas ao time que já não poderá ser uma surpresa. O que prometer então ao torcedor, que pode estar mal acostumado?
"O compromisso com o nosso torcedor e com o clube é sempre da gente fazer o nosso melhor, trabalhar com muita intensidade. É o que eu quero. Quero buscar melhorias. Eu quero que o Guanaes de 2026 seja melhor que 2025. Que o time do Mirassol de 2026 seja melhor que 2025", afirmou.
"Isso, como eu falei, não necessariamente a gente vai conseguir ter o mesmo nível de resultado, até porque são quatro competições. Mas a gente não pode pensar lá na frente. A gente tem que pensar no treino de amanhã. A gente tem que pensar em utilizar bem essa pré-temporada, para a formação desse time. Esse é o meu foco", completou.
Para quem teve um passado recente cheio de prêmios de melhor treinador, Rafael Guanaes mais uma vez deixa claro que prefere não pensar muito sobre o que virá no futuro, por mais brilhante que ele possa parecer neste momento.
"Se você pensar muito no futuro, você gera muita ansiedade e isso é um sentimento ruim. Principalmente pro treinador e para as lideranças. Então temos que focar muito em construir bem o nosso hoje, plantar boas sementes, que aí eu tenho certeza que a lei da semeadura é uma das poucas leis que funcionam bem. A gente vai plantar para que a gente possa colher lá na frente", finalizou.









































