Tuma apresenta cronograma da reforma do Estatuto do Corinthians e prevê votação até dezembro | OneFootball

Na tarde desta segunda-feira (08), o presidente do Conselho Deliberativo (CD) do Corinthians Romeu Tuma Júnior anunciou o cronograma da aguardada reforma do Estatuto do clube. Em coletiva no Parque São Jorge, o dirigente confirmou que as primeiras apresentações do projeto ocorrerão ainda neste mês.

“Agora, no mês de setembro, a Comissão de Reforma do Estatuto vai concluir o seu trabalho e apresentar o pré-projeto para mim, à presidência do Conselho. Em outubro, nós vamos, de acordo com o projeto inicial que vocês já devem ter visto, está no site desde quando foi criado o cronograma da reforma ano passado. Já vamos ter um mês para que sejam feitas todas as análises, um debate mais alargado com alguns grupos, com algumas lideranças, com alguns coletivos que nós temos por aí, inclusive para estabelecer as formas de votação”, declarou Tuma.

Foto: Vinicius Lúcio/Central do Timão

A expectativa é que, nos próximos dias, a Comissão de Reforma do Estatuto conclua o pré-projeto e o apresente oficialmente ao Conselho Deliberativo. Em outubro, será aberto um período de debates com lideranças, coletivos, conselheiros e demais grupos organizados para definir o formato da votação. Conforme o cronograma, o texto será submetido ao plenário do Conselho em novembro e, em dezembro, à Assembleia Geral dos Associados para a decisão final.

Tuma também explicou que a votação será organizada por blocos temáticos, permitindo que cláusulas com maior resistência possam ser analisadas separadamente, sem comprometer o andamento da reforma como um todo.

“A gente vai coordenar esse trabalho para, quando chegar para votação, a gente já tenha um encaminhamento dado para que a gente possa concluir essa votação na sequência desse cronograma, para que ela aconteça em novembro no plenário do Conselho e, em dezembro, a gente espera concluir essa reforma, com a votação da Assembleia Geral dos Associados.”, detalhou o presidente.

“A gente pretende, dentro dessa construção de votação, que leve tanto para o Conselho quanto para a Assembleia um modelo de votação que a gente possa levar essas cláusulas, esses ativos que tenham um pouco mais de resistência, que tenham mais de uma batida, de uma forma que eles sejam isolados, como se fosse o Congresso votando em separadas, para que não prejudiquem toda a reforma”, continuou.

O dirigente reforçou que essa metodologia evita que todo o projeto seja comprometido caso determinadas cláusulas não recebam aprovação. Segundo ele, essa abordagem é fundamental para que a mudança finalmente se concretize após anos de debates internos.

“Essas cláusulas serão votadas separadamente, sempre na mesma votação, no mesmo dia, mas para que, se alguma cláusula não for aprovada ou for aprovada uma cláusula diferente da outra, ela possa ser incorporada no projeto, mas não prejudique. Antigamente, era feito em um bloco só, o projeto inteiro para votação. Então, se os conselheiros ou os associados depois entendessem que tinha uma, duas, dez cláusulas que não fossem do gosto de toda a assembleia, seja no Conselho ou depois na assembleia geral, acabava prejudicando a reforma”, afirmou Tuma.

“O calendário estabelecido é esse. A gente vai se esforçar muito para que ele seja cumprido. Isso foi uma promessa minha desde que eu fui candidato à presidência do Conselho, que a gente ia fazer essa reforma, nós vamos fazer todo o possível e, se Deus quiser, até o impossível para que ela seja deliberada ainda este ano, dentro desse calendário que eu coloquei”, continuou.

Nos últimos meses, diferentes grupos ligados ao Corinthians têm intensificado a pressão por mudanças no Estatuto, que não é atualizado desde 2008. A Gaviões da Fiel, principal torcida organizada, chegou a apresentar uma proposta própria em 2024, durante audiência pública no Parque São Jorge, além de promover protestos cobrando avanços no processo.

Outro movimento em destaque é o Coletivo Voz Corinthiana, que defende maior participação dos torcedores não sócios nas decisões internas e a adequação do Estatuto à Lei Geral do Esporte. Entre os principais temas discutidos, Romeu Tuma Júnior citou exemplos de alterações que podem ser incluídas no novo Estatuto do Corinthians com a reforma.

“Nós temos algumas propostas, vou dar alguns exemplos apenas para vocês terem um entendimento. Por exemplo, o voto oficial do Fiel Torcedor, a eleição individual de conselheiros ou em chapas, a questão que surgiu agora do uso de cartão corporativo, que nunca foi regulada, nem administrativamente, nem tem nenhuma previsão estatutária. A questão da regulação de atuação, contratação de parentes de conselheiros, tanto para atuação profissional nos nossos esportes na base, quanto como funcionários do clube”, explicou.

Se aprovada, a reforma do Estatuto passará a valer já para o próximo pleito presidencial do Corinthians, previsto para o final de 2026.

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