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6/0 Ex tenista internacional protesta contra situação do São Paulo e pede mudanças

6/0 – Quando tudo parece podre, acabado, e você perde o chão, apenas uma coisa te tira de lá: sentir vergonha e prometer internamente que você não vai fazer pelo outro, vai fazer por você.

E é aí que o problema se apresenta.

Quantos atletas, dirigentes e profissionais jogam para a torcida, e quantos jogam porque amam o que fazem?

Lembro bem do pior momento da minha vida: ser desclassificado e fechar o Jornal Nacional por ter acertado um torcedor. Senti mais vergonha do que todos os jogadores do São Paulo juntos ontem. Lembro do meu treinador me dizendo: “Agora é fechar a casinha, entender o erro e querer muito sair disso.” Não adianta falar, não adianta parecer. É preciso fazer. E não adianta ser por um dia; tem que ser todos os dias.

Mudança de atitude.

Mas o problema é que poucos realmente querem. Poucos se importam, ainda mais em tempos em que parecer é mais fácil do que ser. Uma declaração bomba, uma foto suado parece que resolve, uma boa ação de marketing mente e ilude.

O dia seguinte é o mais importante.

O dia em que você percebe realmente quantos querem, quantos se preocupam de verdade, quantos estão ali apenas “batendo cartão”. Dia de separar os brabos dos turistas.

Depois do meu “6/0 contra”, tive o melhor ano da minha carreira. O Fino quer comparar? Lógico que não. Apenas refletir.

Eu não mudei o técnico, não mudei de raquete. Eu mudei a atitude. Mas, para isso, as pessoas precisam querer demais: olhar no espelho e correr, lutar, morrer pela causa.

E a pergunta que fica é: eles “todos” querem?

Para finalizar: muito mais do que coletiva, é hora de reunir todo mundo e perguntar: quem fica de pé? Quem paga o preço? Quem não vai viajar nas férias, se precisar? Quem vai ficar mais uma hora treinando, se precisar? Não por um dia, por muitos dias.

Se ficarem muitos, tudo muda. Se ficar meia dúzia, a casa caiu.

Fernando Meligeni