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·28 de outubro de 2025

8ª rodada: o Napoli encerrou boa sequência da Inter e voltou ao topo em jornada controversa

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A 8ª rodada da Serie A foi um compêndio do que o futebol italiano tem de mais fascinante e controverso: equilíbrio, drama e arbitragens que, mais uma vez, roubaram parte dos holofotes. Em Nápoles e em Florença, decisões questionáveis dos árbitros influenciaram diretamente os resultados, gerando protestos inflamados e reacendendo debates que, em tempos de VAR, já deveriam estar obsoletos. No Diego Armando Maradona, um pênalti inexistente assinalado a favor do Napoli contra a Inter virou o símbolo de uma noite turbulenta, enquanto no Artemio Franchi a Fiorentina se viu beneficiada por uma sequência de decisões que minaram um Bologna dominante.

Apesar da polêmica, o Napoli deixou o caos para trás com um sorriso e um segundo tempo eficiente. O time de Antonio Conte retomou a liderança da Serie A ao lado da Roma, que continua a somar pontos com vitórias magras e um futebol muito menos vistoso do que o que se imaginava ser praticado por uma equipe de Gian Piero Gasperini. A Inter, mesmo jogando bem durante metade do clássico, viu-se derrotada e perdeu uma invencibilidade de sete partidas, enquanto o Milan, vacilante, desperdiçou a chance de se manter no topo da tabela ao empatar com o então lanterna Pisa em pleno San Siro. Já a Juventus encerrou uma semana claudicante sem técnico: a derrota para a Lazio custou o cargo de Igor Tudor, demitido após uma sequência de resultados medíocres.


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Na metade inferior da tabela, quatro times ainda não sabem o que é vencer – Verona, Fiorentina, Pisa e Genoa. Em contrapartida, Cremonese e Udinese, que estavam destinados a ocupar posições como coadjuvantes, seguem escrevendo capítulos luminosos e brigam pelos 10 primeiros lugares: os grigiorossi resistem com bravura e personalidade de veteranos, enquanto os friulanos mostram alguma força ofensiva mesmo com um ataque sem muita grife. O Torino, por sua vez, vai se recuperando do mau início de Serie A e vem crescendo pouco a pouco, colecionando resultados sólidos. Depois de oito rodadas disputadas, o campeonato vem mostrando um equilíbrio curioso: só quatro pontinhos separam o quinto e o 13º colocados. Aprofundamos tudo isso no resumo da jornada; confira abaixo.

Napoli 3-1 Inter

Gols e assistências: De Bruyne (pênalti), McTominay (Spinazzola) e Anguissa (David Neres); Çalhanoglu (pênalti) Tops: Anguissa e McTominay (Napoli) Flops: Acerbi e Akanji (Inter)

O campeonato mais disputado entre os maiores da Europa ganhou mais tons de imprevisibilidade. Mesmo depois da pior derrota de sua história em competições europeias, o Napoli conseguiu dar a volta por cima, contou um pouco com a sorte e superou uma embalada Inter, acabando com uma sequência de sete vitórias consecutivas dos nerazzurri. Após o confronto direto pelo título, os partenopei voltaram a dividir a liderança com a Roma, deixando a Beneamata em quarto.

A má fase de Lucca fez com que Antonio Conte decidisse fazer uma alteração ousada na formação inicial. Sem um centroavante de ofício, optou por usar David Neres como homem mais avançado, e ocasionalmente quase fazendo uma dupla de ataque com De Bruyne – enquanto o belga esteve em campo. Já Cristian Chivu, que poupou alguns titulares no meio de semana, foi à Campânia praticamente com força máxima, com exceção de Thuram, lesionado. A Inter de sempre começou melhor e colocou duas bolas na trave com Bastoni, na etapa inicial.

Apesar de ser mais ameaçado, o Napoli soube sustentar a pressão, às vezes com inteligência, às vezes com sorte. Beukema, sacado do time, deu lugar a Juan Jesus, que fez uma das melhores partidas com a camisa partenopea, inclusive, sendo líder de duelos defensivos no confronto. Junto dele, Buongiorno também teve uma atuação muito mais sólida do que na desastrosa goleada contra o PSV Eindhoven.

A primeira grande oportunidade dos donos da casa veio de uma trapalhada da arbitragem. Em um lance muito polêmico, o árbitro Maurizio Mariani deixou a queda de Di Lorenzo na área passar batida, até que, convicto, o auxiliar Daniele Bindoni balançou a bandeira, sinalizando penalidade de Mkhitaryan. Sem consultar o vídeo para formar sua própria opinião, o apitador confirmou a penalidade – todos os envolvidos nessa insólita sequência de tomada de decisões foram suspensos. Sem nada a ver com isso, De Bruyne converteu com maestria, apesar de ter, ao cobrar a penalidade, ter lesionado seriamente o bíceps femoral, no posterior da coxa. O belga deve ficar de três a quatro meses fora de ação.

Suportando a pressão, o Napoli conseguiu respirar de novo graças aos seus talentosos meias. Primeiro, McTominay, que aproveitou uma cochilada da defesa da Inter, recebeu um longo lançamento de Spinazzola e acertou uma finalização fenomenal. Depois, Çalhanoglu até diminuiu a desvantagem de pênalti, mas Anguissa ampliou para dois gols a diferença em ótima jogada, dando números finais à partida. Se dominou na etapa inicial, a equipe visitante se desconcentrou depois do pênalti marcado e, nervosa, teve uma atuação menos convincente na segunda parte. A diferença na eficiência foi crucial para que o favoritismo dos nerazzurri, pelo momento oposto dos times, não se impusesse no Diego Armando Maradona.

Sassuolo 0-1 Roma

Gol: Dybala Tops: Dybala e Cristante (Roma) Flops: Thorstvedt e Pinamonti (Sassuolo)

Aos trancos e barrancos, a Roma de Gian Piero Gasperini tem arrancado vitórias em difíceis jogos na Serie A e, assim, lidera o torneio ao lado do Napoli. Mesmo sem uma atuação brilhante, triunfou na casa do Sassuolo em mais uma variação tática do treinador. O comandante giallorosso optou por ter um meio-campo mais encorpado e entrar com (mais um) ataque inédito.

Dybala e Bailey iniciaram como dupla de frente, deixando os visitantes sem uma referência. Cristante aproveitou esse espaço na primeira etapa para invadir a área e quase marcar. Não fez, mas La Joya completou no rebote, marcando pela segunda vez em dois jogos. No mais, o Mapei Stadium foi palco de um duelo bem travado, de poucas oportunidades e de muita entrega.

Com destaque individual, Wesley teve duas grandes chances de ampliar o placar pelo lado esquerdo. Definitivamente, não é a faixa do campo que o brasileiro se sente mais confortável, mas é um sinal da confiança de Gasperini no ala para atuar nos dois flancos do gramado. Na canhota, o ex-Flamengo teve uma ótima oportunidade de ampliar cara a cara com Muric, mas a desperdiçou.

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A Roma se recuperou das duas derrotas seguidas que sofreu e voltou à liderança da Serie A com outro triunfo magro (Getty)

Milan 2-2 Pisa

Gols e assistências: Rafael Leão (Ricci) e Athekame (Modric); Cuadrado (pênalti) e Nzola (Akinsamiro) Tops: Modric (Milan) e Cuadrado (Pisa) Flops: De Winter (Milan) e Tramoni (Pisa)

Pela segunda vez, o Milan perdeu pontos em casa contra um adversário de nível inferior e contra o qual tem a obrigação de vencer. Se contra a Cremonese saiu derrotado, enfrentando o Pisa salvou pelo menos um ponto – o que é pouco para as pretensões do time na temporada. A briga pelo scudetto ainda está inteiramente aberta, e quem sabe, o tropeço não venha a sair tão caro. O Napoli foi campeão no último ano sem precisar se preocupar com competições europeias e é o exemplo a ser seguido pelos rossoneri, que não terão outras distrações.

Pouco apreciado por Massimiliano Allegri, Giménez ainda demonstra dificuldades para se adaptar às engrenagens da equipe, diferentemente de Rafael Leão, que ocupou bem a lacuna de protagonismo deixada pela lesão de Pulisic. Contra a Fiorentina, o português se livrou de um jejum de um ano e meio sem marcar em casa pela Serie A e repetiu a dose com o gol que abriu o placar contra o Pisa, num duelo bem controlado pelos rossoneri na etapa inicial. Vale destacar: Modric, mais uma vez, ditou as ações com uma exibição bastante participativa.

Nas poucas oportunidades que teve, o Pisa foi lá e fez seu trabalho. Cuadrado saiu do banco e entrou bem no jogo. Arriscando de longe, conseguiu um pênalti depois de acertar a mão de De Winter. Na cobrança, deslocou Maignan, marcando pela primeira vez com a terceira camisa nerazzurra que veste na carreira. Nzola, saindo no costado de uma atrapalhada defesa, fez o segundo no finalzinho, pressionando o Diavolo. Nos acréscimos, Athekame arriscou de longe e conseguiu empatar para o Milan em um chute muito feliz. Os nerazzurri reclamaram de interferência do impedido Fofana no lance, mas a arbitragem considerou tudo regular. Apesar de quase terem vencido, os comandados de Alberto Gilardino comemoraram a igualdade em San Siro, visto que o time deixou a lanterna da Serie A.

Fiorentina 2-2 Bologna

Gols e assistências: Gudmundsson (pênalti) e Kean (pênalti); Castro e Cambiaghi (Holm) Tops: Kean (Fiorentina) e Castro (Bologna) Flops: Nicolussi Caviglia (Fiorentina) e Bernardeschi (Bologna)

A expressão “resultado enganoso” ganhou um ótimo representante empírico. Apesar de um domínio claro, e de uma vitória que poderia até virar goleada, o Bologna viu decisões controversas do árbitro Federico La Penna darem sobrevida à Fiorentina no Dérbi dos Apeninos. E sobrevida a Stefano Pioli, que pelo menos superou Igor Tudor na corrida contra o seguro desemprego. Quatro pontos em oito rodadas, e nenhuma vitória somada até agora: esse é o retrospecto do treinador em sua segunda passagem pela Viola. Uma experiência que ficou muito perto de acabar no domingo.

Com parte do time poupado na Europa League, os rossoblù tiveram controle do duelo na maior parte do tempo. Cambiaghi conseguiu, com certa facilidade, atacar bastante o lado direito da defesa adversária, criando boas oportunidades. Castro abriu o placar com um belo voleio, na etapa inicial, e Cambiaghi ampliou após o intervalo, em assistência de Holm, que também fora crucial no primeiro tento. Dallinga até fez o terceiro, mas o lance foi anulado por impedimento de Orsolini.

A reação da Fiorentina começou após um cruzamento de Dodô bater no braço de Ferguson, resultando em pênalti convertido com tranquilidade por Gudmundsson – só que a bola havia tocado na mão de Kean segundos antes, e não houve revisão; noutra jogada, um domínio de Dodô com o antebraço, na área gigliata, também passou batido, este com anuência do árbitro, que foi ao monitor. Na sequência, La Penna teve decisões que influenciaram o resultado de forma ainda mais intensa.

Os visitantes viram um pênalti de Parisi não ser marcado em Bernardeschi, e Holm – que já tinha cartão amarelo – foi expulso no prosseguimento da jogada, por matar o contra-ataque. Nos acréscimos, a Viola conseguiu nova penalidade, pelas mãos do odiado ex-gigliato Bernardeschi. Outro lance dúbio, pois houve quem achasse que o camisa 10 só protegeu o rosto, se protegendo sem ampliar a área corporal. Kean converteu e salvou um ponto para a Viola, deixando os bolonheses furiosos.

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Por muito pouco o Milan não amargou mais uma derrota caseira para um caçula: no fim, só arrancou empate com o Pisa (Getty)

Lazio 1-0 Juventus

Gol e assistência: Basic (Cataldi) Tops: Isaksen e Romagnoli (Lazio) Flops: David e Vlahovic (Juventus)

Chegou ao fim a era Igor Tudor na Juventus, e quis o destino que o golpe de misericórdia fosse desferido pela equipe da qual ele saiu brigado com todos os setores possíveis. Enquanto Maurizio Sarri vai aos poucos ajeitando a casa na Lazio, a Velha Senhora descambou e foi para o oitavo jogo seguido sem vitória, o quarto sem marcar gols – o que não ocorria desde 2009 e 1991, respectivamente. E, convenhamos, não é uma surpresa por tudo que vem acontecendo hoje, ontem, na semana anterior, no ano passado… E todo esse período da nova direção bianconera.

A atuação madura da Lazio contou, sim, com intervenções importantes de Provedel, porém, no geral, a equipe da casa soube sustentar bem o adversário, que dependia de lampejos individuais. Desta vez, Tudor optou por uma dupla de ataque, com Vlahovic e David de início – decisão que se comprovou completamente ineficiente. As entradas de Yildiz e João Mário na segunda etapa deram mais resultado, mas ainda bem pouco para o que o time precisava para arrancar ao menos um pontinho em Roma.

O único gol do confronto saiu de uma besteira do canadense da Juve. David escorou para trás, e a Lazio retomou a posse perto da meta de Perin. Cataldi serviu Basic, que estava escanteado na capital e só entrou nos planos de Sarri por contingência – a impossibilidade de contratar no mercado e as questões físicas que rondam Vecino, Dele-Bashiru e Rovella. O croata acertou um belo chute de fora área, marcando um dos raros gols em sua passagem de altos e baixos pelos laziale. E, apesar de não ter participado do tento, Isaksen fez boa partida com suas investidas, que deram muito trabalho para a bagunçada defesa bianconera. De longe, o dinamarquês foi o melhor em campo e protagonista da ascensão dos aquilotti na tabela: agora em décimo, estão um pontinho atrás da Juve, que divide o sétimo lugar com Atalanta e Udinese.

Cremonese 1-1 Atalanta

Gols: Vardy; Brescianini Tops: Vardy (Cremonese) e Samardzic (Atalanta) Flops: Floriani Mussolini (Cremonese) e Krstovic (Atalanta)

Como tem sido hábito, a valente Cremonese resistiu e foi capaz de encarar a Atalanta mesmo com um meio-campo improvisado e repleto de desfalques. Davide Nicola remontou a equipe com inteligência, improvisando Zerbin, Vandeputte e Payero, mas sem abrir mão da combatividade que define seu trabalho. A intensidade de Terracciano e a disciplina de Barbieri pelas laterais compensaram as limitações técnicas, e o estádio Giovanni Zini pulsou com o orgulho de quem se recusa a se curvar. A Dea, por sua vez, mostrou-se travada, lenta na construção e previsível nas ideias, incapaz de impor ritmo apesar da qualidade de um tridente formado por De Ketelaere, Krstovic e Lookman. Ivan Juric não consegue fazer o ataque se destravar e ganhar jogos.

Com o passar dos minutos, a Cremonese foi adquirindo confiança. As oportunidades criadas por Terracciano e Baschirotto, somadas à movimentação incansável de Vardy, obrigaram Carnesecchi a intervenções importantes. A Atalanta só reagiu no fim do primeiro tempo, quando Lookman finalmente encontrou espaço, mas esbarrou em um corte providencial do próprio Terracciano. No segundo tempo, o equilíbrio das forças se restabeleceu: os nerazzurri ocuparam mais o campo adversário, impulsionados pelas entradas de Samardzic e Scamacca. Ainda assim, a Cremo, mesmo exausta e recuada, manteve organização e coragem, e chegou a abrir o placar com um lampejo do seu craque inglês – que teve um tento anulado por impedimento antes de celebrar de verdade.

O lance do gol foi uma pequena obra coletiva: lançamento longo de Terracciano, desvio de cabeça de Floriani Mussolini, chute cruzado de Zerbin e, no rebote de Carnesecchi, o arremate oportunista de Vardy, no estilo que o consagrou na Premier League. Logo depois, Brescianini, recém-saído do banco, castigou os donos da casa com um chute certeiro da entrada da área, garantindo o 1 a 1 final. Sétima colocada, Atalanta mantém a invencibilidade, mas ainda busca o brilho que a caracterizava em tempos recentes. Já a Cremonese celebra um ponto conquistado com alma, disciplina e a obstinação de quem insiste em não parecer um time recém-chegado à elite – com louvor, divide o 10º lugar com a Lazio.

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A Fiorentina ficou perto de ser humilhada pelo Bologna no clássico, mas reagiu após uma profusão de erros de arbitragem (Getty)

Torino 2-1 Genoa

Gols e assistências: Sabelli (contra) e Maripán (Lazaro); Thorsby Tops: Paleari e Maripán (Torino) Flops: Cornet e Sabelli (Genoa)

O duelo entre Genoa e Torino teve alma, nervosismo e um final que beirou o épico. O time granata arrancou uma virada heroica no apagar das luzes, coroado pelo tento de Maripán após uma reviravolta improvável. Os grifoni, que haviam aberto o placar cedo com Thorsby, pareciam no controle da partida até serem traídos por um gol contra desastrado de Sabelli e foram castigados pela persistência adversária. A noite terminou com o sorriso de Marco Baroni, que viu o Torino alcançar 11 pontos e emendar duas vitórias consecutivas pela primeira vez desde o início do ano, e com o desespero de Patrick Vieira, agora lanterna isolado e sob forte pressão no cargo. Entretanto, Dan Sucu, presidente rossoblù, declarou que tem “confiança” total no francês.

O Genoa começou com intensidade e lucidez. A aposta de Vieira em reforçar o meio-campo, sacrificando Vitinha para dar mais liberdade a Malinovskyi na armação, funcionou nos primeiros minutos. Thorsby abriu o placar logo aos 7, aproveitando um erro de Asllani e finalizando com frieza diante de Paleari – que substituía o lesionado Israel. O Grifone ainda teve chances para ampliar, com Ekhator desperdiçando boa oportunidade. Mas o Torino reagiu no fim do primeiro tempo, assustando com cabeceios de Maripán e Coco, deixando claro que o segundo tempo teria outro dono.

A etapa final foi inteiramente granata. Baroni mexeu no time, lançando Ismajli, Lazaro e Ngonge, e a pressão logo surtiu efeito: aos 63 minutos, Sabelli desviou contra o próprio gol e reabriu o jogo. A partir daí, o Torino cresceu em intensidade, empurrado pela torcida e notando um Genoa cada vez mais acuado. Ngonge e Lazaro quase viraram, mas Leali, em jornada inspirada, manteve os rossoblù vivos até o fim. Só que o destino guardava o golpe final: aos 90 minutos, Maripán completou a virada com um giro preciso, típico de centroavante, selando o 2 a 1 no limite. Ainda houve tempo para Paleari, o herói improvável, salvar o Torino com uma defesa milagrosa aos 95, negando o gol a Vitinha com um voleio ao melhor estilo Higuita. Na sequência, o arqueiro ainda fez outra defesaça ante Cornet, prisioneiro dos próprios erros desde o pênalti desperdiçado contra o Parma.

Udinese 3-2 Lecce

Gols e assistências: Karlström (Atta), Davis (Atta) e Buksa (Bayo); Berisha e N’Dri (Sala) Tops: Atta e Buksa (Udinese) Flops: Gaspar e Veiga (Lecce)

A Udinese reencontrou o sabor da vitória diante de seu torcedor após mais de sete meses, mas precisou suar mais do que imaginava para segurar o 3 a 2 sobre o Lecce em uma tarde de contrastes e emoções no Friuli. O time de Kosta Runjaic foi dominante na primeira etapa, quando parecia ter resolvido o jogo com os gols de Karlström e Davis, com dupla assistência do emergente Atta, mas na segunda parte recuou demais, permitindo que os visitantes renascessem e transformassem o duelo em uma montanha-russa. O erro de Okoye na cobrança de falta de Berisha reabriu o confronto, e apenas um contragolpe certeiro de Buksa – seguido do golaço tardio de N’Dri – garantiu o triunfo e o alívio final para os friulanos, que agora respiram tranquilos na tabela, igualando os 12 pontos de Atalanta e Juventus, na sétima posição.

O primeiro tempo teve uma Udinese intensa e criativa, beneficiada também pelas falhas defensivas do Lecce. Aos 16 minutos, Karlström inaugurou o placar com um toque de categoria após escanteio mal defendido e, pouco depois, Zaniolo carimbou a trave em um chute potente de canhota. Davis, em sua volta ao time titular, foi presença constante na área e ampliou aos 37, completando de cabeça um cruzamento perfeito de Atta. O Lecce, atordoado, só conseguiu reagir timidamente pelos flancos, e antes do intervalo escapou de um castigo maior graças a uma providencial intervenção de Veiga.

Na etapa final, o jogo mudou de tom. Davis, advertido, deu lugar a Buksa, e Eusebio Di Francesco apostou em velocidade, lançando N’Dri e Banda pelos lados. O novo ímpeto visitante foi premiado aos 59 minutos, quando Berisha cobrou falta venenosa e Okoye falhou feio, deixando a bola morrer nas redes. O gol incendiou o Lecce, que pressionou em busca do empate e quase conseguiu após nova indecisão do goleiro nigeriano – ele foi salvo por Bertola em cima da linha. O drama só cessou no minuto 89, quando a Udinese, em um raro contra-ataque bem executado, viu Bayo carregar a zaga salentina e Buksa concluir com precisão para fazer 3 a 1. Ainda houve tempo para o belo chute cruzado de N’Dri diminuir o placar, mas já era tarde: o apito final trouxe alívio a Runjaic e aplausos a um time que voltou a vencer em casa, ainda que a lição (sobre o perigo de se retrair cedo demais) tenha ficado clara para todos em Údine.

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Basic estava fora dos planos da Lazio, mas foi reintegrado pelos problemas de mercado da equipe e acabou derrubando Tudor na Juventus (Getty)

Verona 2-2 Cagliari

Gols e assistências: Gagliardini (Giovane) e Orban (Giovane); Idrissi (Obert) e Felici (Pavoletti) Tops: Giovane (Verona) e Caprile (Cagliari) Flops: Cham (Verona) e Zé Pedro (Cagliari)

Num jogo entre dois times que surpreenderam o mundo quando faturaram seus scudetti, décadas atrás, o Verona sentiu novamente o gosto amargo da frustração. Em casa, diante de um Marcantonio Bentegodi ansioso pela primeira vitória da temporada, o time de Paolo Zanetti chegou a abrir dois gols de vantagem, mas acabou permitindo ao Cagliari uma reação tardia e impiedosa: 2 a 2, um resultado que diz muito sobre a fragilidade emocional dos gialloblù e a persistência dos sardos. Foram Gagliardini e Orban os autores dos gols do Verona, construindo uma vantagem que parecia definitiva até a reta final da peleja, quando Idrissi e Felici aproveitaram as únicas brechas oferecidas para resgatar um ponto improvável para os visitantes.

No início, o Verona parecia preso a vícios antigos – passes imprecisos, pouca concentração e lentidão nas transições – e quase foi punido quando Borrelli escapou em profundidade. O castigo não veio, e o futebol, como tantas vezes, sorriu a quem menos o merecia naquele instante. Aos 23 minutos, Gagliardini subiu mais alto após falta cobrada por Giovane e abriu o placar de cabeça, marcando seu primeiro gol com a camisa gialloblù. O lance, mais uma vez nascido de bola parada, reacendeu a confiança da equipe, que passou a dominar as ações. Antes do intervalo, apenas a inspiração do goleiro Caprile impediu o segundo: primeiro com uma defesa espetacular em chute rasteiro de Serdar, depois ao bloquear a finalização de Orban na sequência. Na mira de grandes clubes, o arqueiro vai colecionando atuações heroicas em 2025-26.

Na volta do intervalo, o Verona manteve o ímpeto. Caprile ainda salvou uma tentativa de Giovane, mas pouco pôde fazer quando Belghali, em arrancada de sessenta metros, iniciou a jogada do segundo gol: conduziu em velocidade, tabelou e viu Giovane servir Orban, que dessa vez não perdoou. Parecia o golpe final em um jogo controlado, até que a desconcentração reapareceu. Aos 77 minutos, Idrissi recebeu lançamento de Obert, aproveitou a hesitação de Giovane, que foi o melhor em campo pelos mastini, e diminuiu. O Verona, nervoso, recuou em demasia, cedendo o campo e o ritmo. Nos acréscimos, a punição: Felici, oportunista e frio, fez bela jogada, concluiu com categoria e silenciou o Bentegodi. Para o Hellas, que ainda não ganhou nesta Serie A, ficou a sensação de vitória desperdiçada; para o Cagliari, o gosto de um empate conquistado com alma.

Parma 0-0 Como

Tops: Circati (Parma) e Caqueret (Como) Flops: Ordóñez (Parma) e Morata (Como)

Está surgindo uma dependência de Paz? Com o argentino em baixa, o Como mal produziu jogando no Ennio Tardini e desperdiçou a chance de se igualar à Inter na quarta posição. Num duelo de poucas oportunidades, Butez talvez tenha sido o jogador a fazer a diferença nas grandes chances do Parma. Pellegrino, bastante brigador, foi quem deu mais trabalho para a defesa dos lariani, que pela primeira vez na temporada, conseguiram ficar dois jogos seguidos sem sofrer gols.

E os crociati também, só que, com dois 0 a 0. Se Suzuki foi crucial com defesas milagrosas e até pênalti defendido contra o Genoa, desta vez, não foi tão acionado. Mexendo nas alas, Carlos Cuesta optou por começar com Bernabé aberto pelo flanco direito, onde teve o apoio constante de Delprato. Aquele também foi o lado em que Cutrone teve algumas boas chances de finalizar, mas não concretizou bem.

Seleção da rodada

Caprile (Cagliari); Terracciano (Cremonese), Maripán (Torino), Romagnoli (Lazio), Barbieri (Cremonese); Anguissa (Napoli), Atta (Udinese); Cuadrado (Pisa), Isaksen (Lazio), Giovane (Verona); Castro (Bologna). Técnico: Maurizio Sarri (Lazio).

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