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·18 de janeiro de 2021

A copa que leva o nome de Maradona não poderia ter destino mais simbólico que o Boca Juniors campeão

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A Copa Diego Armando Maradona não poderia estar em melhores mãos do que as do Boca Juniors. Neste domingo, os xeneizes conquistaram o troféu que leva o nome de sua antiga lenda e do boquense mais apaixonado. Diego deve estar comemorando em algum lugar, mas também precisou sofrer um bocado até que o time dirigido por Miguel Ángel Russo consumasse sua vitória sobre o Banfield. Na decisão disputada em San Juan, o Boca vencia até os 51 do segundo tempo, quando cedeu o empate por 1 a 1. Foi apenas nos pênaltis que os xeneizes adicionaram sua estrela de número 70 no escudo, com a vitória por 5 a 3 na marca da cal.

Depois da acachapante derrota dentro da Vila Belmiro, que culminou na eliminação na Copa Libertadores, o Boca Juniors não teve muito tempo para levantar a poeira. Logo precisou se concentrar no jogo decisivo deste domingo, com a Copa Diego Armando Maradona ocupando a lacuna das competições nacionais nos últimos meses. E, ainda que o Boca tenha superado o River Plate em sua chave para alcançar a final, o Banfield havia feito uma campanha superior no outro grupo e merecia certos cuidados.


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Miguel Ángel Russo entrou em campo com modificações em relação ao time que perdeu para o Santos, apostando nos jogadores que haviam vencido o Argentinos Juniors no final de semana anterior. Foi um primeiro tempo sem muitas emoções, no qual os xeneizes foram de mais a menos com o passar dos minutos e o goleiro Esteban Andrada realizou a defesa mais difícil. Na segunda etapa, o Boca acionou seu banco de reservas, com as entradas de jogadores como Eduardo Salvio e Carlos Tevez. O gol da equipe saiu aos 19 minutos, numa pancada de Edwin Cardona de fora da área. O colombiano não deu qualquer chance ao goleiro Iván Arboleda, num golaço que pareceu reivindicar como o meia deveria ter atuado na Vila Belmiro.

O Boca Juniors viu sua situação ameaçada já aos 42, quando Emanuel Más recebeu o segundo cartão amarelo. Além disso, Diego González se lesionou e não pôde ser substituído. Com dois jogadores a mais, o Banfield partiu para a pressão e arrancou o empate no sexto minuto dos acréscimos. Após bola levantada na área, Luciano Lollo conseguiu fazer o desvio sem tanta força. Ainda assim, a cabeçada saiu do alcance de Andrada e acabou nas redes, forçando a disputa por pênaltis. Na marca da cal, Jorge Rodríguez carimbou o travessão no terceiro tiro do Banfield e permitiu ao Boca ficar em vantagem. Os cinco cobradores xeneizes converteram seus chutes, com Julio Buffarini selando a vitória.

Na saída de campo, o capitão Tevez não pôde deixar de falar da Libertadores, mesmo contente pelo novo título: “No futebol, às vezes se joga bem, às vezes se joga mal. Não é preciso criar tantos problemas. São distintas formas de perder. A Libertadores nos dói mais que tudo. Somos jogadores, somos um elenco. Não negociamos isso. Nossa falha foi notável e é importante reconhecer quando nos equivocamos. Faltou rebeldia para pegar a bola e jogar. Agora, esse título é importantíssimo, porque é o primeiro torneio depois do falecimento de Diego. É importante ganhar, também para o Boca. A maioria dos elencos estão de férias e nós jogamos uma final. Às vezes colocamos o Boca onde deve estar. Às vezes, nos equivocamos”.

Já o técnico Miguel Ángel Russo pediu mais reconhecimento à nova conquista: “Buscamos o melhor para o clube. Eu sei que no Boca tudo ainda é pouco. Estou tranquilo. No Boca, uma formiga é um elefante. Resolvemos as coisas da melhor maneira. O Santos já é passado, assumo o erro e é suficiente com isso. Disse que sou culpado, esta é a realidade que nos exige e nos custa o reconhecimento pelo que vivemos num ano difícil, com pandemia. A torcida do Boca fez falta, se o estádio estivesse cheio seria diferente. Para nós, esse título é importante. Sabemos as situações que enfrentamos, o Boca é uma coisa dentro e outra fora. Não é fácil”.

O título na Copa Diego Armando Maradona possui um simbolismo imenso ao Boca Juniors, sobretudo por seu patrono. “A Copa do 10 fica em casa”, dizia a camisa comemorativa usada pelos jogadores. Além disso, este é o sétimo título nacional dos xeneizes desde 2015, incluindo quatro taças das “edições normais” do Campeonato Argentino, uma Copa Argentina e uma Supercopa. A supremacia recente no país se renova. Todavia, se espera muito mais competitividade dos boquenses além das fronteiras, onde andam devendo. O time de Miguel Ángel Russo se impôs dentro de casa, mas com dificuldades claras e um futebol aquém de outros momentos até mesmo nestes últimos anos.

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