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·05 de dezembro de 2025

Aposta falhada? O contexto que levou Yann Karamoh a ser o '9' do FC Porto

Imagem do artigo:Aposta falhada? O contexto que levou Yann Karamoh a ser o '9' do FC Porto

Chegado poucas semanas depois do fecho do mercado de verão, Yann Karamoh foi recrutado pelo FC Porto no estatuto de jogador livre. Anteriormente, o francês havia terminado contrato com o Torino. Este foi um reencontro com Francesco Farioli, treinador que o orientou por 14 vezes no Karagumruk da Turquia, em 2021/2022.

Ora, já com alguns meses de dragão, o atleta somou, até ao momento, dois jogos pela equipa principal. Um deles foi exatamente na derrota (1-3) frente ao Vitória SC, para a Taça da Liga. O avançado atuou, desta vez a titular, numa função de 'ponta de lança', tarefa que lhe é pouco habitual. A verdade é que acabou mesmo substituído ao intervalo, dando o lugar a Samu.


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Já amarelado, o gaulês foi preterido pelo técnico, que deu rápidos sinais de reconhecer que apostou no 'cavalo errado' para enfrentar a defesa dos vitorianos. Karamoh somou quatro perdas de bola, falhou várias receções e não conseguiu acrescentar muito. Mas, afinal, por que terá sido utilizado nesta tarefa?

O que poderá ter trazido Karamoh à titularidade?

Primeiro, antes de abordarmos todas as limitações que os portistas tinham para este jogo, temos de relembrar: inicialmente, o FC Porto iria disputar esta partida no final de outubro. Em vez disso, transferiu o encontro para o início de dezembro, exatamente para evitar - ou minimizar - a grande carga de desafios que atravessava.

Francesco Farioli lançou vários atletas que não costumam fazer parte das opções iniciais. Ángel Alarcón, por exemplo, veio da equipa B com Karamoh e foi titular pelo flanco direito. Todo o poder de fogo - Alberto Costa, a habitual dupla de centrais polaca, Pepê e Samu - acabou por ficar no banco, de modo que pudessem ser utilizados na segunda parte. Assim foi. 

Yann Karamoh, por sua vez, somou a primeira titularidade pelo emblema portista, isto após uma semana em que havia marcado, ao serviço dos B's, frente ao Lusitânia de Lourosa. Esta alternativa, que pode ser considerada de recurso pela tarefa atribuída ao jogador e pela utilização anterior, surgiu, pelo que parece, por dois fatores: duas lesões.

Deniz Gül, ponta de lança que começa a dar sinais de notória evolução, está a contas com uma mialgia de esforço e continua em regime de tratamento. O turco, que até já alternou a titularidade com Samu, tem 14 partidas realizadas (dez a sair do banco) e quatro tentos apontados. Um destes golos representou um triunfo frente ao Moreirense.

Luuk de Jong, outra opção para a função de ponta de lança, recebeu uma notícia ainda pior do que Gül. O neerlandês de 35 anos sofreu uma lesão parcial no ligamento cruzado e, segundo apurado pelo zerozero, terá de ficar, pelo menos, três meses sem competir. Isto fará com que o experiente jogador falhe um ciclo de jogos fulcrais para o FC Porto

Terminado o relato deste 'furacão de lesões', resta referir que sobrava Samu, colocado no banco. O espanhol entrou ao intervalo e ainda teve uma oportunidade nos pés, mas um remate ao primeiro poste acabou nas malhas laterais. 

Voltando a Karamoh: em setembro, Francesco Farioli referiu que o francês ainda não havia chegado ao seu potencial máximo. Até agora, quer na partida do Moreirense, quer no encontro com o Vitória SC, o ex-Torino continua com dificuldade em criar impacto.

Quais poderiam ter sido as outras vias?

As opções não eram muitas. Isso parece ser factual. Uma 'onda' de lesões acaba de levar dois pontas de lança. Samu já sofreu problemas físicos numa fase mais inicial da época e tem efetuado bastantes minutos desde outubro. Farioli viu o jogo com o Vitória SC como uma oportunidade para fazer descansar o portentoso avançado. 

Qual poderia, afinal, ser a outra via? Na antevisão do jogo frente ao Gil Vicente, o técnico do FC Porto referiu que Rodrigo Mora, devido ao entendimento que tem do jogo, poderia ser usado noutra posição, que não foi relevada naquela altura. Mais tarde, um jogo frente ao Estrela Vermelha viria desvendar esse mesmo segredo.

O menino de 18 anos, que começou a titular na posição de '10', avançou no terreno, operando mais em terrenos de 'falso 9'. Gabri Veiga entrou para o lugar de Deniz Gül, assumiu o meio-campo e obrigou a que o português fosse para a dianteira. Ora, foi exatamente nessa condição que Mora marcou o golo da vitória frente à turma sérvia.

Esta poderia não ser a solução mais convencional - ou até consensual -, mas já resultou num determinado jogo. Neste caso, na partida contra o Vitória SC, o internacional jovem luso saiu do banco ao intervalo para ocupar o lugar de Gabri Veiga, esteve em bom plano por um par de vezes, mas não conseguiu evitar o desaire. 

De uma forma mais pragmática e direta, a outra solução poderia, claro, ter sido a utilização de Samu. Como referido, era o único jogador disponível - de raiz - para aquela posição e, de início, existia a possibilidade de ter trazido coisas diferentes. Quando o internacional espanhol entrou na segunda parte, a quantidade de cruzamentos efetuados pelo FC Porto subiu. Num deles, o ex-Atlético de Madrid até penteou uma bola para Pepê, que desperdiçou uma grande oportunidade.

Para completar, lembrar só que Francesco Farioli, no lançamento deste jogo, referiu o seguinte: «Esta é a 19.ª edição da Taça da Liga e só vencemos uma vez, vamos tentar fazer diferente.» Demonstrada esta ambição, talvez se pudesse esperar que a rotação fosse menor, incluindo a possível utilização de Samu.

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