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·25 de agosto de 2025

Arsenal faz janela bilionária, mas futuro do clube continua em Hale End

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O Arsenal abriu os cofres nessa janela de transferências e investiu 293 milhões de euros, mais de R$1,8 bilhão. No fim de semana, porém, Max Dowman chamou a atenção por se tornar o segundo jogador mais jovem da história da Premier League. O primeiro estava do lado dele, também com a camisa dos Gunners. Apesar do alto investimento, o grande segredo do clube continua sendo Hale End.

O que é Hale End

No nordeste de Londres, a academia de Hale End é o centro de desenvolvimento do Arsenal para as categorias sub-9 até sub-16. Segundo o clube, o centro tem como foco integral a formação técnica, tática e humana dos jovens.


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Foi na virada do século, na Era Arsène Wenger, que os Gunners ampliaram o investimento em Hale End. Após uma grande reforma estrutural entre 2015 e 2017, o clube realizou, também, uma reestruturação técnica e Per Mertesacker, ex-zagueiro do time principal, assumiu como diretor da academia.

Seguindo o princípio fundamental de Better people, better players, a academia do Arsenal orienta os jogadores a permanecerem em suas escolas de origem, com acompanhamento acadêmico próximo do clube. A base de fundamentação teórica de Hale End conta com quatro pilares: Lifelong Learner (aprendiz a vida toda), Most Efficient Mover (desenvolvimento técnico, físico e motor, para os atletas se moverem na direção certa no timing certo), Winner's Mindset (mentalidade vencedora) e Effective Team Player (o jogador aprende a jogar em equipe de forma eficiente, colaborando, se comunicando e entendendo sua função no time).

Hale End recebe jogadores até os 16 anos. Depois, ou os jogadores recebem uma bolsa de formação em tempo integral em London Colney, centro de treinamentos do clube, ou são liberados.

"Eles vão para um modelo de tempo integral em Colney, onde eles treinam, eles fazem a escola simultaneamente, o que é crucial, e, claro, o primeiro time está lá também. Eles veem o grande objetivo lá no final da jornada", resumiu Mertesacker.

Impacto no profissional

Emile Smith Rowe é um exemplo importante do impacto de Hale End na equipe profissional do Arsenal. O jovem foi personagem da série This is Hale End, disponível no site oficial dos Gunners, que conta um pouco a história da academia e, da mesma forma, do meia. Rowe chegou ainda criança na base do Arsenal, chegou ao profissional, superou as 100 partidas e, recentemente, foi vendido ao Fulham por mais de 30 milhões de euros.

Bukayo Saka é um case de sucesso em campo. Ponta com duas Eurocopas e uma Copa do Mundo pela seleção inglesa, mesmo ainda aos 23 anos, já soma 265 jogos pelo Arsenal, com 71 gols e 63 assistências e é um dos protagonistas do time.

Falando da nova geração, se Dowman se tornou o segundo mais novo a jogar uma partida de Premier League, o recorde pertence a Ethan Nwaneri, que tem 18 anos e já soma 40 partidas como profissional. Myles Lewis-Skelly (também 18 anos) e Reiss Nelson, já com 25, são outros do atual elenco que passaram por Hale End.

E o mercado?

No Arsenal desde 2019, Arteta foi campeão da Copa da Inglaterra e da Supercopa (2x), mas não conseguiu a grande obsessão do clube: a Premier League, título que o clube não conquista desde 2004.

Para voltar ao topo da Inglaterra, o Arsenal investiu forte nesta janela de transferência. Trouxe jogadores com expectativa de protagonismo, como Zubimendi, Gyökeres e Madueke. E mantém um elenco equilibrado, com média de idade de 25 anos.

O último grande reforço apresentado é o atacante Eberechi Eze, comprado junto ao Crystal Palace por 69 milhões de euros. Curiosamente, Eze é produto de Hale End, mas saiu ainda na base para o Fulham e só foi se profissionalizar no QPR.

O alto investimento no mercado, entretanto, não ofusca a relevância da base para a montagem do elenco do Arsenal. Há um indicador bem interessante que a Sky Sports britânica usou como referência: a diferença entre o valor de mercado do elenco e o custo do elenco.

Esse indicador compara duas métricas financeiras-chave: o custo do elenco, e aí somando as taxas de transferências pagas pelo clube para montar o elenco atual (sem contar jogadores emprestados); e o valor de mercado do elenco, que estima o valor de mercado total dos jogadores, segundo avaliações de mercado, muitas vezes baseadas em fatores como desempenho, potencial, liga, idade, contrato etc. Como fazemos também aqui em oGol e nos domínios do grupo.

O Arsenal está no topo dessa métrica, o que significa que o valor de mercado total do seu elenco atual é consideravelmente superior ao custo total para montá-lo. O valor de mercado do elenco dos Gunners excede o custo de montagem do mesmo em 315.9 milhões de libras, segundo o veículo britânico. O segundo colocado no ranking é o Brighton, com 15.9 milhões.

Essa métrica, é bem verdade, não fala apenas de formação, mas como o clube trabalha e desenvolve jogadores ao longo dos anos. O Manchester United é o lanterna do ranking, com um saldo negativo de 322,9 milhões de libras.

100% neste início de Premier League, o Arsenal vem mostrando o equilíbrio perfeito para voltar ao topo da Inglaterra. Ao contrário de muitos rivais de liga, é referência em olhar para dentro do clube e mostrar que o grande DNA gunner está na base.

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