Papo na Colina
·01 de julho de 2025
Balanço do Vasco revela recorde de receita, mas dívida bilionária e alerta de “risco” assustam

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·01 de julho de 2025
O Club de Regatas Vasco da Gama cumpriu a promessa e divulgou na noite desta última segunda-feira (30) o balanço financeiro detalhado da SAF referente a 2024, pintando um retrato de extremos. Se por um lado o clube celebrou um faturamento recorde em sua história, por outro, os números revelam uma dívida que ultrapassa R$ 1,2 bilhão e, mais preocupante, um alerta formal de seu próprio Conselho Fiscal sobre a “incerteza” da sobrevivência da empresa a longo prazo.
O documento detalha que, desde a criação da Vasco SAF em 2022 até o fim de 2024 — período majoritariamente sob gestão da 777 Partners —, a dívida total aumentou em R$ 400 milhões. Em contrapartida, o ano de 2024 registrou uma receita total de R$ 474 milhões, o maior número da história do clube. Esse faturamento foi impulsionado principalmente pela venda de atletas, como as de Gabriel Pec para o LA Galaxy e Marlon Gomes para o Shakhtar Donetsk, e pelo aumento nas premiações por desempenho esportivo.
Em resposta ao endividamento, o balanço destaca o esforço da gestão de Pedrinho em renegociar os passivos. Através de uma mediação conduzida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o clube abordou 218 credores e conseguiu a adesão voluntária de 155 deles às novas condições propostas, um passo importante para aliviar a pressão sobre o caixa antes mesmo do pedido de Recuperação Judicial ser formalizado.
Pedrinho entre o diretor jurídico Felipe Carregal e o CEO Carlos Amodeo – Foto: Dikran Sahagian/Vasco
Apesar dos esforços, o relatório acende sinais de alerta graves. A empresa de auditoria independente, BDO, se absteve de emitir uma opinião sobre as contas, uma bandeira vermelha no mundo corporativo, alegando, entre outros pontos, a falta de tempo hábil para analisar toda a documentação no contexto da Recuperação Judicial. O parecer mais duro, no entanto, veio do Conselho Fiscal da própria SAF, que alertou para a “incerteza sobre a continuidade operacional”.
O conselho afirma que a situação piorou em relação a 2023 e que o plano de recuperação, por si só, “não é suficiente para viabilizar o fluxo de longo prazo, sendo essencial um evento de liquidez externa”. Em outras palavras, a chegada de um novo investidor não é apenas um desejo, mas uma necessidade para a sobrevivência do Vasco.
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