Trivela
·24 de março de 2022
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·24 de março de 2022
Gareth Bale não esconde o orgulho que possui em vestir a camisa da seleção. Sua carreira por clubes pode ter naufragado desde 2018, mas o atacante não deixa de se empenhar ao máximo a cada partida por Gales. E o Cardiff City Stadium aplaudiu uma das maiores atuações da carreira do craque nesta quinta-feira, pela semifinal da repescagem. O camisa 11 viveu uma noite digna de sua grandeza, para reforçar sua importância na equipe nacional. Bale marcou dois gols, incluindo um magnífico em cobrança de falta, e liderou a vitória por 2 a 1 sobre a Áustria. Os Dragões ficam a uma partida de voltar à Copa do Mundo após 64 anos, no aguardo de Escócia ou Ucrânia para a decisão.
Gales vinha escalado no 3-5-2 por Rob Page. A formação dava liberdade para Gareth Bale e Daniel James na linha de frente. Já no meio, o destaque ficava para Aaron Ramsey, que se aproximava pela direita. A Áustria vinha num 4-4-1-1, com Marcel Sabitzer na ligação e Marko Arnautovic como homem de referência. David Alaba entrava na lateral esquerda.
A partida em Cardiff começou bem animada. Daniel James teve a primeira chance para Gales, testando o goleiro Heinz Lindner. Já aos cinco minutos, a Áustria respondeu com um lance aberto de Christoph Baumgartner, que desperdiçou ao mandar no travessão. Empurrados por sua torcida, os galeses se refizeram do susto e estabeleceram o domínio com o passar dos minutos. A equipe tinha boa mobilidade no ataque e foi aumentando sua pressão. O gol surgiu aos 25, numa cobrança de falta. Bale mostrou como é outro jogador pela seleção atualmente e chutou com perfeição. A bola ainda tocou no travessão, bem na forquilha, e não deu chances a Lindner.
A resposta da Áustria viria na tentativa de acionar Arnautovic, sem muito sucesso. Os austríacos passaram a sair mais para o ataque na sequência da partida e tentavam forçar a defesa de Gales. Também deixavam espaços nas costas para os contra-ataques, e isso quase rendeu o segundo gol galês aos 40 minutos. Aaron Ramsey recebeu com espaço do lado direito e fuzilou no alto, mas o goleiro Lindner fez uma defesaça com a ponta dos dedos, mandando para escanteio. Era uma ótima oportunidade, mas mesmo assim o primeiro tempo dos Dragões foi bastante positivo.
A Áustria até pareceu disposta a buscar o empate no início do segundo tempo, com duas tentativas de Arnautovic. Contudo, aos seis minutos, um escanteio bastou para que Gales ampliasse. Para que Bale voltasse a brilhar. A cobrança curta permitiu que Daniel James cruzasse. Ben Davies escorou e Bale estava com o caminho aberto para um chute firme no alto da meta, longe do alcance de Lindner. Os austríacos sentiram o baque e poderiam ter sofrido o terceiro aos 10, num lance em que Daniel James escapava sozinho, mas estava impedido antes de carimbar o goleiro Lindner.
O jogo para Gales era se defender e esperar o momento de contra-atacar. Aos 18, Bale poderia ter feito o terceiro em escapada pela direita, mas bateu para fora. Logo no minuto seguinte, a Áustria voltou para o jogo ao descontar. Sabitzer bateu de fora da área, Ben Davies tentou o bloqueio e o desvio tirou o goleiro Wayne Hennessey, com a bola no fundo das redes. Isso não resolveu os problemas dos austríacos atrás e os galeses continuavam martelando nos contragolpes. Aos 22, seria a vez de Daniel James partir em velocidade e parar em Lindner. O jovem ainda perdeu um lance em que estava com o caminho livre, mas desacelerou e permitiu um carrinho providencial de Martin Hinteregger.
Gales reclamou bastante de um pênalti aos 29, numa falta cobrada por Bale que Sabitzer bloqueou com a parte alta do braço. O VAR considerou ombro e não marcou nada. A iniciativa era toda da Áustria, que rondava a área galesa e dava alguns sustos, mas não conseguia finalizações limpas. Nos minutos finais, os austríacos pareciam perder o fôlego e não tinham tantas opções no banco para mudar o duelo. As melhores tentativas de empate só vieram nos acréscimos, mas Ben Davies fez um bloqueio vital na área e depois Arnautovic cabeceou para defesa tranquila de Hennessey. Bale sairia muito aplaudido, a um minuto do fim, para os Dragões fecharem a casinha. Lindner ainda evitou o terceiro no último lance, em grande defesa contra Brennan Johnson, mas logo o apito final soou. Veio a merecida festa para os anfitriões, com uma atuação de fato superior. Eles tinham Bale, afinal.
Gales busca a segunda Copa do Mundo de sua história, a primeira desde 1958. Com os protagonistas que têm e a força de sua torcida, mostrou a capacidade competitiva. A decisão da repescagem acontece apenas em junho, por conta do adiamento de Escócia x Ucrânia. Os galeses, todavia, jogarão fora de casa na final.