Botafogo 2020: Um Clássico de Rebaixamento | OneFootball

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·25 de fevereiro de 2021

Botafogo 2020: Um Clássico de Rebaixamento

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Na história do Campeonato Brasileiro por pontos corridos, de 2003 até hoje. As equipes que foram rebaixadas para a Série B neste meio tempo, tem algumas semelhanças em suas campanhas de descenso. Desse modo, em 2020, o Botafogo cometeu uma série de equívocos na sua direção de futebol, que são de praxe para um rebaixamento. Assim, esses capítulos culminaram na terceira queda da história do clube carioca e pela segunda vez, assim como em 2002, na última colocação do certame.

DÍVIDAS, LIMITAÇÕES DE CONTRATAÇÕES E APOSTAS EQUIVOCADAS

O Botafogo começou o ano atingindo a marca preocupante de 893 milhões de dívida, a maior do futebol brasileiro. Por consequência, com orçamento comprometido. O clube teve que fazer contratações a baixo custo, enfraquecendo a equipe e tendo que buscar jogadores nas categorias de base. Sendo assim, o sexto clube do Brasileirão 2020, que mais usou atletas da base e encontrando bons valores como Matheus Babi.


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Ainda assim, a diretoria do Glorioso resolveu apostar nas badaladas contratações do japonês Kesuke Honda e o marfinense Salomon Kalou. Em conclusão, os jogadores se mostraram pouco efetivos e apostas completamente erradas, sem cumprir as expectativas. Portanto, Honda pediu para sair do clube no final de Dezembro. Kalou marcou apenas um gol com a camisa alvinegra.

SEM CONVICÇÃO NOS TÉCNICOS: REALIDADE ANTIGA DO BOTAFOGO

Em 2019 os cariocas escaparam do rebaixamento, ficando na 15ª colocação. Assim, Tendo 13 vitórias, quatro empates e 21 derrotas. Pela primeira vez na história dos pontos corridos com 20 clubes. Um time não era rebaixado perdendo mais de 20 partidas.  Dessa maneira, o Botafogo tinha começado a temporada com Zé Ricardo, que salvou o Glorioso em 2018. Todavia, o treinador não resistiu a péssima campanha no estadual, onde a equipe não chegou a nenhuma semifinal de turno. Depois passaram Eduardo Barroca e Alberto Valentim.

Sendo assim, para 2020, Valentim deu início aos trabalhos começando mal o estadual, com duas derrotas para Volta Redonda e Madureira. Depois de engatar um sequência de três vitórias, o técnico caiu no clássico para o Fluminense, onde o alvinegro perdeu por 3 x 0. Em seguida, apostou no retorno de Paulo Autuori, Campeão Brasileiro em 1995. Depois no auxiliar Bruno Lazaroni. Ainda teve a passagem relâmpago de Ramón Díaz e terminou o ano desastroso com Eduardo Barroca. Portanto, o comando alvinegro atirava para todos os lados e não bancava um nome para alcançar seus objetivos.

ESTILOS DIFERENTES: A FALTA DE RUMO PARA O TIME EM CAMPO

Nesse sentido, mostra a falta de noção da diretoria botafoguense de Nelson Mufarrej, com a marca de 10 comandantes, em pouco mais de três anos. Além disso, os Dirigentes alvinegros não parecem ter convicção do que querem para o time. Com a contratação de técnicos com estilos completamente diferentes. Indo de Barroca, que arma equipes que gostam mais da posse de bola. À Autuori, que prefere dar a bola ao adversário. Por fim, expondo que as administrações não sabiam qual rumo tomar.

AUTUORI E LAZARONI: PESARAM OS RESULTADOS

Depois novamente passar em branco no estadual, o Botafogo começou o Brasileirão com Paulo Autuori no comando, estreando com um empate em Bragança Paulista, contra o Red Bull Bragantino. Em seguida, empatou fora com Fortaleza e venceu o Atlético-MG, fazendo uma grande partida, esperando no campo de defesa e explorando as deficiências defensivas do Galo.

Dessa forma, o Glorioso ficou dez jogos sem vencer. Com sete empates e três derrotas. No entanto, a equipe até tinha um bom desempenho dentro da sua proposta de jogo. Mas deixou escapar algumas vitórias nos minutos finais. Exemplo dos jogos contra  Flamengo, Corinthians, Athletico-PR e Atlético-GO.

Assim, Autuori caiu na derrota para o Bahia por 2 x 1. Em 30 de setembro, na partida adiada da 1ª rodada. Bruno Lazaroni assumiu e conseguiu dois triunfos sobre Palmeiras e Sport. Mas a eliminação para o Cuiabá na Copa do Brasil, culminou na demissão do técnico. Por fim, nesses dois trabalhos, o Botafogo mostrava que poderia crescer na competição. Evitando uma possível queda para a segundona.

DEMISSÃO DE RAMÓN DÍAZ: O LATENTE DESESPERO DO BOTAFOGO

Em 5 de Novembro, o argentino Ramón Díaz foi confirmado para comandar a equipe. Assim, devido a uma cirurgia, Díaz não comandou o alvinegro carioca. Quem assumiu foi o auxiliar Emiliano Díaz. Todavia, sem tempo para trabalhar e com o clube vivendo uma situação desesperadora no campeonato. Assim, Ramón Díaz foi desligado em 27 de Novembro, sem dirigir uma partida sequer no campo de jogo. Dessa forma, o Botafogo estava à beira de um colapso.

VOLTA DE BARROCA E UM TIME DERROTADO MORALMENTE

Eduardo Barroca voltou à equipe carioca em 28 de Novembro. Porém, o Botafogo não mostrava reação nas partidas, sendo facilmente abatido pelos adversários, sofrendo com goleadas, como para o São Paulo por 4 x 0 no Morumbi. O que não condiz com sua tradicional e gloriosa história.  Dessa maneira, em 17 partidas no returno, foram apenas uma vitória, um empate e 15 derrotas, sendo disparado o pior time do certame. A confirmação do terceiro rebaixamento, veio após derrota por 1 x 0 para o Sport, no Engenhão.

Em conclusão, a Estrela Solitária terá pela terceira vez o desafio da Série B. Assim, é preciso ser certeiro nas ações de reconstrução, pensando com a cabeça da segundona, sem grandes gastos e seguindo uma linha de trabalho, agora com Marcelo Chamusca. Uma boa sorte a um dos times mais simpáticos e tradicionais do futebol brasileiro.

Foto Destaque: Reprodução/Vitor Silva/Botafogo

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