
Gazeta Esportiva.com
·14 de outubro de 2025
Casares comenta racha político no São Paulo e abre o jogo sobre permanência de Belmonte até fim da gestão

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·14 de outubro de 2025
Nos últimos meses, os bastidores do São Paulo tem esquentado, sobretudo devido às eleições que se aproximam. Em 2026, o presidente Julio Casares encerrará seu segundo mandato à frente do clube, e a política nos corredores do Morumbi anda agitada com a questão da sucessão de poder, entre outros temas.
Carlos Belmonte, atual diretor de futebol, é tido como um dos nomes naturais para suceder o mandatário tricolor. Casares, porém, evitou entrar em detalhes da situação política do clube neste momento. O atual presidente explicou que articulações acontecerão apenas a partir de março, negando qualquer tipo de racha político nos bastidores e vendo as “divergências” com naturalidade.
“Em qualquer corporação há divergências. As divergências que ocorrem no meio do caminho, primeiro que elas ajudam você a ter uma opinião apurada do contexto. Tudo que se coloca daqui para fora ganha uma potencialização muito diferente do que é. A divergência não significa racha nem discussão. É o contrário. Ela nos traz uma solidez muito grande dos profissionais e dos colaboradores da instituição. Nosso foco nesse momento é buscar, lutar por uma classificação na Libertadores, e por isso que todos os coordenadores políticos assinaram um termo. Nós vamos discutir a partir de março uma sucessão para definir em junho porque, com isso, você não vai contaminar o dia a dia do futebol, que é nossa principal atividade, com um processo eleitoral”, disse Casares.
“Temos que focar no futebol e mais do que isso, planejar 2026. A política tem o calendário próprio e todos os colaboradores assinaram esse termo, o que nos dá garantias. Agora, divergências existem. Você lê questões na mídia, e a gente sabe que é bem diferente do que acontece. Divergências existem entre familiares, torcedores, e numa empresa. Mas o que interessa são as metas que procuraremos alcançar”, prosseguiu.
Uma mensagem vazada envolvendo o presidente Julio Casares e o executivo de futebol Carlos Belmonte movimentou os bastidores do São Paulo em agosto deste ano. O diretor foi chamado de “boca”, uma abreviação de “boca de farofa”, apelido jocoso criado pela torcida para Belmonte. A mensagem foi enviada por José Eduardo Martins, diretor de comunicação do clube.
Conforme apuração da Gazeta Esportiva, Belmonte ficou chateado com o episódio, mas preferiu não levar o assunto adiante, entendendo se tratar de uma brincadeira inconveniente, até para não prejudicar o ambiente no clube. A alta cúpula são-paulina, por sua vez, botou panos quentes sobre a situação. Ainda existem, porém, outros pontos de divergência entre Casares e Belmonte, como o FIP de Cotia, por exemplo.
Diante do cenário efervescente na política tricolor, Casares, então, foi questionado sobre o futuro de Belmonte São Paulo. No começo do mês, houve um rumor de que o diretor de futebol teria pedido demissão, o que não se confirmou. O presidente, por sua vez, se diz satisfeito com a atuação de Belmonte, mas evitou cravar a permanência do profissional até o final da gestão, em 2026.
“Eu sou do mundo que sabe trabalhar com divergências. Nasci no São Paulo com extremas divergências. Imagina, um presidente que veio da Zona Leste, que não é parente, nem sobrinho, nem neto de conselheiros, vira presidente do clube. Imagine quantos problemas eu tive nesse decorrer de questões… eu não chamo de fogo amigo, mas de interpretações. Porque antes do fogo amigo, talvez você tenha atirado em outra pessoa. Faz parte da vida de um clube de futebol. O clube de futebol tem algo diferente de uma empresa. No futebol, você tem emoção, tem torcida. Essas características existem em um clube. O Carlos Belmonte é diretor desde o começo da gestão. Passamos por desclassificações contra o Água Santa, a perda de um título na Sul-Americana, depois aquela virada do Palmeiras, e nada mudou. Nossa gestão tem mudanças pontuais. Agora, na vida, tudo pode acontecer. O que prevalece é o bom diálogo, o olho no olho”, avaliou.
Nos bastidores há um consenso de que o candidato às eleições apoiado por Julio Casares tem grandes chances de ser Marcio Carlomagno, atual superintendente geral do São Paulo, braço direito do presidente, mas avesso aos holofotes, evitando aparições públicas. Belmonte, por sua vez, tem uma base importante de conselheiros que pode influenciar no rumo da corrida presidencial.
“Tivemos reuniões ontem para tratar de outros assuntos, viajamos juntos. Agora, não posso garantir, de repente, nada, porque depende de outras variantes. O que eu garanto é a realidade da lealdade, da convicção e da conversa reta. É isso que tenho com os meus executivos. Se o Belmonte está aí há quase cinco anos, perdendo ou ganhando, é porque o trabalho continua. Ele comanda uma área que tem o Rui Costa, que é profissional, o Muricy é coordenador. Essa questão de divergência, de demissão… o dia que tiver eu terei que fazer, mas não há motivação para isso. Essas questões vêm mais do muro para fora do que do muro para dentro”, concluiu o presidente.