Calciopédia
·15 de janeiro de 2020
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·15 de janeiro de 2020
A Serie B está voltando às atividades após pouco mais de duas semanas de pausa e, antes de o segundo turno começar, nós fazemos um resumo do que aconteceu de mais importante no torneio. Desde a última vez que falamos sobre a categoria aqui na Calciopédia, muitas coisas mudaram no campeonato, naturalmente. Menos uma: a liderança do Benevento.
Na época, após sete rodadas disputadas, o time de Pippo Inzaghi tinha assumido seu lugar no topo da tabela, depois das experiências de Virtus Entella, Ascoli e Empoli. Implacáveis, as bruxas não largaram mais a primeira posição e voam rapidamente em suas vassouras.
Invicto há 10 partidas e sete vitórias seguidas, o Benevento sofreu apenas uma derrota, na 9ª rodada, quando pela única vez não foi líder isolado nas 12 jornadas em que carrega a liderança. O time da Campânia ainda é o dono do melhor ataque, com 34 gols marcados, e da melhor defesa, que foi vazada em apenas nove ocasiões.
Em forma avassaladora, os stregoni concluíram o primeiro turno com 46 pontos e acumulam recordes que nem mesmo a Juventus registrou na sua passagem pela segunda divisão – em 2006-07, após o escândalo Calciopoli. Com 12 pontos a mais que o segundo colocado, o Benevento passará pelo menos mais quatro rodadas na ponta da tabela.
O grande desempenho é fruto do pragmatismo do time de Inzaghi, que talvez não seja uma equipe que faça os olhos brilharem com ótimas jogadas e grandes gols, mas é extremamente competitiva e organizada, além de contar com jogadores em grande forma em todos os setores. O goleiro Montipò é quase intransponível graças ao serviço prestado pela zaga liderada por Caldirola. Já os laterais Maggio e Letizia também se incorporam muito bem ao ataque e produzem muitos gols. Não tanto, porém, quanto os canhotos Viola e Kragl, indispensáveis para o sistema montado por Pippo, que confia muito na qualidade técnica dos seus meias para criar oportunidades e apoiar os atacantes. Os veteranos Coda e Sau são os principais artilheiros.
Quem está na vice-liderança é o Pordenone, a grande surpresa do campeonato. Se os adversários da Campânia confirmam o favoritismo – talvez não da forma esperada –, os friulanos, comandados pelo experiente técnico Attilio Tesser, fazem uma extraordinária campanha de estreia na Serie B e tentam seguir o legado deixado por outros times que saíram da terceira divisão na última década e chegaram rapidamente à elite do futebol italiano. Imbatíveis em casa, os neroverdi também carregam certa vantagem na segunda posição (três pontos), enquanto uma dezena de times brigam para encostar.
Depois do susto na temporada passada, o Crotone passa longe de brigar contra o rebaixamento. O time pitagórico já viveu melhor momento no campeonato, mas após um novembro para esquecer, conseguiu se recuperar e terminar o primeiro turno com três vitórias seguidas e 31 pontos. Com dois pontos a menos, a Virtus Entella, que chegou a liderar na terceira rodada, segue com uma campanha digna para suas expectativas, principalmente por ter vindo da Serie C junto com o Pordenone. Empatado com o adversário da Ligúria, o Cittadella mantém seu trabalho excepcional de poucos recursos e grandes resultados, liderado por Roberto Venturato. Ele é o treinador que há mais tempo comanda um mesmo time na Itália.
Na sexta posição temos o Frosinone. Tal colocação não condiz com os altos os investimentos dos canários, que ainda não conseguiram ter uma sequência positiva no campeonato e estão atrás de azarões. Pelo menos, o time treinado por Alessandro Nesta continua muito vivo na luta pelo acesso para a Serie A, acompanhado com os mesmos 27 pontos de Ascoli e Perugia, que fecham a atual zona de playoff. Com um pontos a menos, Pescara, Salernitana e Chievo desapontam ainda mais do que o Frosinone, já que também fizeram bons investimentos e entraram no campeonato entre os favoritos à promoção.
Pouco abaixo desse grupo estão Spezia, Pisa e Juve Stabia, igualmente empatados com 24 pontos. São equipes que talvez não tenham ambição e condições de brigar por algo mais no campeonato, mas são competitivas o bastante para manter vantagem para a turma da parte inferior da classificação. Apontado como um dos melhores times da Serie B, o Empoli começou o campeonato correspondendo às expectativas, mas vive um pesadelo desde outubro. A troca no comando – Cristian Bucchi deu lugar a Roberto Muzzi – em nada ajudou a equipe, que venceu apenas um dos últimos 13 jogos e tem somente três pontos a mais que o Cosenza, que abre a zona de rebaixamento e não repete a surpreendente campanha de 2018-19.
Pouco acima da equipe calabresa, Venezia e Cremonese seguem somando menos pontos do que deveriam. Se o time da Cidade Flutuante segue o mesmo roteiro perigoso da última temporada, quando foi salvo no tapetão do rebaixamento, a Cremo deixa muito a desejar, uma vez que tem um elenco experiente, montado para lutar na primeira parte da tabela. Por fim, Trapani e Livorno estão afundados na zona de descenso com apenas 15 e 12 pontos, respectivamente – os toscanos, aliás, carregam a pior sequência negativa do campeonato, com oito jogos sem vitórias. Dificilmente os granata e os amaranto escapam da queda para a terceirona.