Trivela
·28 de novembro de 2022
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·28 de novembro de 2022
Em outras condições, talvez Pepe fosse titular de Portugal desde o início da Copa do Mundo, mas chegou com pouco ritmo de jogo. Apenas três minutos em campo pelo Porto desde o começo de outubro por causa de uma lesão no joelho e um tempo em amistoso contra a Nigéria. Fernando Santos aproveitou que Danilo Pereira está jogando de zagueiro no Paris Saint-Germain para colocá-lo ao lado de Rúben Dias, mas o volante fraturou a costela. Abriu espaço para o luso-brasileiro de 39 anos enfrentar o Uruguai. E ele continua sendo uma força da natureza.
Pepe deixou o Real Madrid em 2017 e disputou a última Copa do Mundo, sua terceira, com a camisa do Besiktas. Parecia aquela transferência que encaminha o fim da carreira. Seis meses depois, rescindiu contrato com o clube turco, que passava por problemas financeiros, e retornou ao Porto. Outra decisão que indicava que o fim estava próximo. Nada disso. O zagueiro continuou entrando em campo com bastante frequência. Mesmo com alguns problemas físicos, chegou a fazer temporada com 40 jogos em bom nível. Em 2021/22 mesmo, entrou em campo 33 vezes.
Ano passado, foi titular de Portugal na Eurocopa. Ficou em campo todos os minutos. Também o fez nas quatro primeiras rodadas da Liga das Nações, em junho, mas não disputou as partidas finais em setembro por causa da lesão que chegou a colocar a sua participação no Catar em dúvida. Convocado, Santos não poderia preterir da sua experiência após a lesão de Pereira porque o outro zagueiro do elenco é António Silva, 18 anos, com apenas uma partida pela seleção, em amistoso de preparação para o Catar.
Pepe, portanto, estreou no seu quarto Mundial ao lado de Rúben Dias e imediatamente se tornou o português mais velho a jogar uma partida de Copa do Mundo, superando Damas, em 1986. Teve a missão de marcar Edinson Cavani – o que já foi mais difícil – e Darwin Núñez, potencialmente a maior contratação da história do Liverpool. Fez um excelente trabalho, limitando essa dupla a poucas finalizações e praticamente nenhuma chance clara. Na reta final da partida, o desafio seria Luis Suárez, que mal consegue se movimentar, e Maxi Gómez. É verdade que não fechou direito a batida de Gómez da entrada da área que acertou a trave de Diogo Costa, mas não chega a manchar sua atuação.
Ganhou todos os duelos por baixo (três), todos por cima (dois), afastou três bolas, deu dois desarmes e conseguiu duas interceptações. Mais do que isso, mostrou que não está fora de forma, apesar do longo tempo afastado, e pode não apenas substituir Danilo Pereira à altura enquanto for necessário, mas acrescentar toda a sua experiência a uma seleção portuguesa classificada e com chances de chegar longe.
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