Jogada10
·09 de outubro de 2025
“Combo” de streaming: Uefa visa revolucionar transmissões com novo tipo de direitos globais

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·09 de outubro de 2025
A Uefa tem se debruçado numa reformulação profunda no modelo de comercialização dos direitos de transmissão da Champions League. A partir da temporada 2027/28, a entidade europeia passará a permitir que plataformas de streaming com operação global — como Netflix, Amazon, Apple e Disney — disputem pacotes exclusivos de exibição para jogos da competição.
Entende-se que a medida representa uma guinada estratégica da entidade em busca de ampliar receitas e se adaptar ao novo perfil de consumo esportivo digital. Além disso, o novo formato estabelece a criação de uma categoria de direitos globais exclusivos: uma partida por rodada será transmitida por uma única plataforma vencedora.
A medida altera o padrão atual de licenciamento fragmentado por país e região. O objetivo da ação visa tornar os pacotes mais atrativos a players com presença internacional consolidada.
O movimento tem como meta elevar a arrecadação anual da Uefa com os direitos de transmissão. Hoje, a entidade fatura cerca de 4,4 bilhões de euros e estima-se que, com o novo ciclo comercial entre 2027 e 2033, o valor poderá atingir cinco bilhões de euros.
A agência ‘Relevent Sports’ está à frente da venda dos direitos e representará oficialmente a entidade nas negociações com as plataformas interessadas.
A principal inovação está na flexibilização da exibição: ao invés de vendas país a país, a Uefa optará por pacotes agrupados por regiões — como América Latina, Ásia e África — favorecendo empresas com estrutura operacional ampla. Essa nova abordagem permitirá um leilão mais competitivo e poderá atrair novos públicos para a competição.
“O futebol precisa se adaptar à realidade de consumo. A parceria com a Relevent é um passo decisivo para tornar o conteúdo mais acessível. Sem falar em atrativo e inovador”, declarou Aleksander Čeferin, presidente da Uefa.
UEFA Champions League – Foto: Justin Setterfield/Getty Images
Embora a novidade represente uma abertura para gigantes do streaming, o regulamento do novo formato impõe restrições aos acordos. Clubes de apelo global, como Real Madrid, Bayern de Munique, Manchester City e PSG, não poderão ser escalados com frequência nas transmissões exclusivas. Isso porque há preocupação quanto à diversidade de confrontos.
Já os contratos de licenciamento poderão ter validade de três a seis anos, com expectativa que as negociações comecem ainda em 2026. Além disso, incluirão diretrizes específicas para exibição em ambientes digitais e canais lineares.
Apesar do entusiasmo, o modelo desperta preocupação entre clubes de menor expressão e ligas secundárias. Isso porque há um receio quanto à concentração de recursos, que pode acentuar o abismo financeiro entre participantes da Champions e os demais competidores europeus.
Especialistas apontam que a inclusão de plataformas de streaming pode redefinir o comportamento do torcedor, especialmente entre os públicos mais jovens. A migração parcial do torneio para serviços pagos de streaming pode, por outro lado, levantar questões sobre acesso e fragmentação da audiência.
Esse modelo segue tendências já observadas em outros esportes. A Amazon, por exemplo, já detém os direitos de partidas da Premier League e da NFL nos EUA, enquanto a Apple firmou acordos exclusivos com a MLS.