oGol.com.br
·21 de novembro de 2025
Como joga o Lanús, o camaleônico time de Pellegrino que desafia o Galo na final da Sul-Americana

In partnership with
Yahoo sportsoGol.com.br
·21 de novembro de 2025

O Lanús será o adversário do Atlético Mineiro na Copa Sul-Americana. Com apenas uma derrota ao longo da campanha, o Granate deixou para trás Central Córdoba, Fluminense e Universidad de Chile no mata-mata. A trajetória até a final é um espelho do trabalho do técnico Mauricio Pellegrino.
Ex-jogador da seleção argentina, Pellegrino chegou ao estádio Néstor Díaz Pérez para substituir Ricardo Zielinski. Com o treinador anterior, a equipe tinha como virtude a força defensiva e as saídas em contra-ataque. Pellegrino trouxe mais capacidade de retenção de bola e jogo apoiado, mas não jogou no lixo o que já havia sido feito por lá.
Eleito o melhor técnico do futebol argentino em setembro e outubro, Pellegrino mostrou várias versões ao longo da temporada: do time confortável com a bola, com muitas aproximações, ao que usou a ligação direta para atacar da forma mais vertical e objetiva possível.
O modelo de jogo de Pellegrino variou bastante ao longo do ano, conforme o contexto e o adversário. Podemos dizer que a plataforma básica foi o 4-2-3-1, com o 3-2-2-3 na fase ofensiva e o 4-4-2 na defensiva.
Analisamos a equipe e buscamos padrões para tentar explicar a forma camaleônica com que o Granate chegou na final da Sula. Para isso, é fundamental, também, entendermos as características dos jogadores.
O uruguaio Gonzalo Pérez, cria do Liverpool, já foi zagueiro e tem como virtudes a agressividade na marcação e a construção do jogo por dentro. Por isso, é utilizado como um lateral construtor.
O que libera para o jogo Sasha Marcich. Você talvez não tenha ouvido falar dele, e antes dessa temporada até mesmo na Argentina não era um nome no radar. Mas 2025 é o ano do lateral, que já soma 9 assistências. Marcich é o segundo jogador na Copa Sul-Americana em passes no último terço, o que reforça sua função ofensiva no plano de jogo.
No 3-2-2-3 na fase ofensiva, se Pérez fica na linha defensiva com os zagueiros, Marcich dá amplitude pela esquerda, com Carrera mais centralizado junto com Marcelino Moreno e Eduardo Salvio aberto do outro lado.
Os jogadores mais letais são Marcelino Moreno, ex-Coritiba, que é a referência técnica da equipe e vive temporada com 10 gols e 7 assistências; e o centroavante Rodrigo Castillo forte fisicamente, alto (1,90cm) e bom no jogo pelo alto. Castillo soma 15 tentos na temporada, a mais goleadora da carreira.
Dentro da própria Sul-Americana, a forma camaleônica com que Pellegrino trabalha ficou em evidência. Se o Lanús dominou a posse de bola nos dois jogos contra o Central Córdoba, contra Fluminense e Universidad, teve menos a bola nas duas partidas e, fora de casa, teve a bola nos pés por menos de 30% do tempo.
Isso faz com que o time, adaptado a diferentes contextos, apresente variações de acordo com a situação. Nos momentos em que tem mais a bola e encara um rival que marca com blocos médios e baixos, o Granate faz uma saída em jogo apoiado em 3+2, com Pérez entre os zagueiros e o duplo-pivô na frente.
A participação do goleiro Losada é o gatilho que mostra de que forma a equipe vai sair jogando. Quando é ele quem faz a saída com os zagueiros e os laterais atuam abertos, geralmente o time busca atrair o rival para sair rápido nas costas.
Contra La U, isso foi usado algumas vezes, e o esquema mudou para o 3-5-2, com Castillo e Moreno nas costas da defesa e muita ligação direta. Até porque os chilenos jogaram com três zagueiros.
A importância do terceiro homem em cenários assim é evidente: Castillo é usado como alvo da ligação direta para preparar a jogada para um terceiro homem que, por sua vez, tem Moreno correndo atrás da última linha para receber já na cara do gol.
Contra rivais mais fechados, em cenários de mais posse de bola, o Lanús usa Moreno para criar linhas de passe e criar triângulos de progressão no campo. A busca aqui é por superioridade numérica e aproximações para envolver o rival. Diante de rivais fechados, o 4-4-2 pode ser opção com a entrada do veterano Walter Bou, que faz dupla de frente com Castillo.
A fase defensiva geralmente é feita em 4-4-2, mas isso também é flexível. Em situações de vantagem no placar, Pellegrino costuma defender em 5-3-2 ou mesmo 5-4-1, como fez contra o Fluminense e a própria La U.
Contra o Galo, de Sampaoli, tudo indica que o Lanús não vai brigar pelo controle da posse e sim adotar o modelo mais reativo, contando com o apoio de Marcich, a criatividade de Moreno e a força de Castillo para conquistar o terceiro título sul-americano do clube (depois da Mercosul de 1996 e da Sul-Americana de 2013). Mas é difícil prever o camaleônico time de Pellegrino.









































