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·23 de junho de 2020
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Com a finalidade de valorizar o futebol feminino, nos colocamos para ouvir as próprias atletas, protagonistas dessa história. Portanto, o Futebol na Veia lhe apresenta Valentina Morales. Uma jovem de 19 anos, natural de Uruguai, e que atualmente defende o Real Murcia, clube espanhol.
Além disso, a atleta também veste a camisa da Seleção Uruguaia. Já atuou em 2018 no Mundial Sub-17 e hoje em dia, disputa o Sul-Americano Sub-20. A temporada atual foi paralisada por conta do coronavírus, entretanto, a meia participou da goleada por 6 x 0 contra o Peru.
Com o intuito de seguir neste esporte, Valentina iniciou cedo a paixão pela pelota. Começou a jogar aos 4 anos de idade. Ela conta que nesta época, ao invés de assistir o irmão jogar, a própria se distraia no lado de fora com a bola. Logo, o presidente do clube Nueva Palmira, observou o talento da menina e a convidou para participar da equipe. Assim, estreou nos campos jogando ao lado de meninos.
No ano passado, recebeu uma proposta de um clube espanhol, sediado na cidade de Múrcia, o Real Murcia. Dessa maneira, esperou a maioridade e arrumou as malas com destino à Espanha. Um dos motivos dessa decisão, se deu pelo fato de que o futebol feminino no Uruguai não é profissionalizado. Portanto, a ida para a Europa muito lhe acrescentou.
“Em janeiro de 2019, um representante da Espanha entrou em contato comigo para ver se eu gostava da ideia de jogar na Espanha. Uma opção era sair no mesmo mês e a outra era quando a temporada começava novamente. Decidi esperar e sair quando uma nova temporada começasse, porque era muito cedo e eu ainda não era maior de idade. Viajei à Espanha em meados de agosto.”
“No Uruguai, o futebol feminino não é profissional. Aos poucos, estamos trabalhando para fazer isso, mas ainda há muito apoio de várias maneiras. A paixão existe e também o desejo de jogar e avançar, e por parte dos jogadores, acho que há mais desejo do que o homem. Queremos o lugar que merecemos”
“A Marta. Pelo jeito que ela joga e como ela era quando menina. Admiro sua história de vida e a paixão que ela coloca no futebol.”
“Não foi fácil, tive que pensar muito bem, minha família me ajudou muito. Por outro lado, ficou muito claro que era uma oportunidade que não acontece todos os dias e era o que sempre sonhei, desde menina. Essas são decisões que devem ser tomadas se você deseja melhorar o que faz. Você tem que correr riscos e fazer o que realmente gosta.”
“O relacionamento que tenho com minha família é excelente. Eles sempre me apoiaram em tudo o que eu queria, desde o início. Sempre torcendo por mim e me dando forças para lutar pelos meus sonhos. Eu sempre tive o conselho deles e sou super grata por isso. Eles me apoiaram nessa viagem, me deram muita força, apesar de sentirem minha falta e eu estar muito longe da minha casa. No começo eles tiveram dificuldade em assumir isso, mas depois super bem.”
“Como mudanças, o que eu achei mais difícil de adaptar foi o cronograma, eles têm muitas horas de diferença. Em relação à comida, não me custou muito, porque eu cozinho o que como no Uruguai. Tentei algumas coisas e o que mais gostei foi o presunto cerrano hahaha. O idioma, embora seja o espanhol como no meu país, me custa um pouco, porque às vezes eles falam muito rápido. Usam palavras que não estou acostumada a ouvir e muitas pessoas me disseram que na cidade em que moro, muitas vezes omitem o “s”.”
“Sinto muita alegria e orgulho. Foi um dos sonhos que tive desde menina e, tendo cumprido, é uma das melhores coisas que consegui. Eu sempre o defendo ao máximo e espero poder continuar usando por muitos mais anos.”
“Jogar no Barcelona.”
Foto Destaque: Divulgação/Arquivo Pessoal
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