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·08 de abril de 2025
Conselho aprova por unanimidade Balanço de 2024 da Gestão Marcelo Teixeira

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Exercício de 2024 registrou superávit operacional contábil de R$ 58 milhões.E um Déficit contábil final de R$ 105 milhões, justificado pelo impacto do rebaixamento.
Por unanimidade, durante sessão realizada nesta segunda-feira (7), o Conselho Deliberativo do Santos aprovou o balanço do Exercício de 2024 da gestão do presidente Marcelo Teixeira. Os dirigentes seguiram a recomendação dos integrantes do Conselho Fiscal, que “não identificaram nenhum impedimento para aprovação das contas e acreditam que a gestão caminha rumo à reconstrução do clube”.
Depois de destacarem que a manifestação do Conselho Fiscal foi embasada no parecer da auditoria independente Macso Legate Auditores Independentes, também sem ressalvas, e após analisar os demonstrativos contábeis e financeiros, os conselheiros, de forma unânime, recomendaram a aprovação das contas que compõem o documento.
Números
Os demonstrativos financeiros do Exercício de 2024 registraram inicialmente um superávit operacional contábil de R$ 58 milhões, com R$ 459 milhões de receita e R$ 401 milhões de custos e despesas. Considerando as provisões para demandas judiciais, despesas e receitas financeiras, amortizações e depreciações, houve um déficit contábil final de R$ 105 milhões.
Esse déficit decorreu da contabilização de valores para provisões e demandas judiciais no valor de R$ 43 milhões. Porém, a maior parte do montante foi equalizada por meio do Plano Coletivo CNRD – Câmara Nacional de Resolução de Disputas, que viabilizou importantes acordos em 2025.
O maior impacto no resultado financeiro (despesas e receitas) foi a atualização pela Taxa Selic dos parcelamentos do Profut, Perse e Parcelamento Simplificado. Além de encargos financeiros de empréstimos anteriormente contraídos e novos contratados em condições mais favoráveis.
Ainda houve a atualização do Regime Centralizado de Execuções e multas pelos pagamentos de Transfers ban, por operações realizadas na gestão anterior, no total de mais R$ 73 milhões.
Por fim, houve o registro das amortizações, de acordo com a vigência dos contratos dos atletas, no valor de R$ 44 milhões. E também as depreciações dos valores de bens imobilizados: R$ 2,5 milhões.
Esses itens explicam o déficit contábil final apurado.
Conforme ressaltado pelo próprio Conselho Fiscal, o orçamento de 2024, aprovado em outubro de 2023, foi planejado para disputa da Série A do Campeonato Brasileiro, sem prever o impacto do rebaixamento. Isso, porém, não ocorreu, comprometendo significativamente o início da gestão.
Ainda assim, a gestão registrou uma receita superior à orçada para 2024. O realizado atingiu R$ 459 milhões, enquanto a orçada foi de R$ 394 milhões.
Entre os fatores que contribuíram para o resultado estão a diminuição de obrigações com impostos da folha na ordem de 2,78% conforme parecer do Conselho Fiscal.
E o incremento no programa de sócios Sócio Rei, que saltou de 32.122 sócios em 2023 para 45.799 em 2024, além é claro da valorização do clube com a chegada de importantes patrocinadores e jogadores de peso.
Outro ponto importante envolve a folha de pagamento do clube (futebol e administrativo), que registrou, conforme também ressaltado pelos integrantes do Conselho Fiscal, uma redução de 6,76% no Exercício de 2024.
Isso só foi possível, de acordo com o Relatório de Administração, em razão do empréstimo de 23 atletas, operação que também reduziu de forma expressiva os direitos de imagem. A economia foi da ordem de R$ 20 milhões.
Financeiro
No início da gestão, foi constatado um déficit financeiro da ordem de R$ 62 milhões. Assim mesmo, a partir de antecipação parciais de receitas e empréstimos em condições melhores de mercado, negociações importantes com o Grupo Libra e patrocinadores, foi possível quitar Transfers ban com Krasnodar, Fábian Busto e auxiliares, quitar salários atrasados de 2023, contratos de atletas negociados na gestão anterior e cumprir acordo extra-judiciais trabalhistas e cíveis.
Importante ressaltar que, apesar das dificuldades financeiras, foi possível manter as certidões negativas de débitos dos tributos federais e FGTS rigorosamente em dia. Um dos pontos também destacado pelo Conselho Fiscal em seu parecer foi o limite do endividamento do Exercício, que atingiu 30.99%. Isso ocorreu por vários motivos:
A) Contratação de novos empréstimos (referentes às receitas antecipadas) para pagamento de dívidas da gestão anterior;
B) Falta da revisão orçamentária, pelas circunstâncias do próprio exercício;
C) Pela grande movimentação de atletas em 2024 e 2025.
Ao longo do Exercício de 2024, conforme infográfico destacado no parecer do Conselho Fiscal, foram respeitados todos os demais limites estatutários.
A opção de contratações pelo modelo de Pessoa Jurídica (PJ), questionada pelo Conselho Fiscal, foi a única solução para viabilizar a gestão administrativa diante da gravíssima situação financeira naquele momento. Uma vez que o custo de PJ é bem menor do que a contratação pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Depois da reunião, o presidente Marcelo Teixeira disse que “A aprovação das contas do Exercício de 2024, por unanimidade, pelo Conselho Deliberativo representa um grande apoio à nossa gestão. Isso é fundamental e nos estimula a continuar trabalhando para reconstruir definitivamente o nosso clube”.Para o presidente, a manifestação do CD também representa um reconhecimento ao esforço da diretoria: “Só temos a agradecer aos conselheiros e renovamos nosso compromisso de realizar uma gestão com total transparência”.