Contas do FC Porto: Galeno no pódio das mais-valias, os empréstimos financeiros em curso e o crescimento dos sócios | OneFootball

A saída de Galeno para o Al Ahli Jeddah, em janeiro, posicionou-se como a terceira maior mais-valia de sempre do FC Porto na alienação de passes. Dos 50 M€ da operação, o clube registou um ganho de 34,9 M€, só abaixo das transacções de Otávio para o Al Nassr (39,6 M€) e de Vitinha para o PSG (quase 35,5 M€). O top 5 completa-se com Nico González para o Manchester City (30,9 M€, também em janeiro) e Fábio Vieira para o Arsenal (28,8 M€).

“Alienação dos direitos de inscrição desportiva do jogador Wenderson Galeno ao Al-Ahli Saudi Football Club, pelo montante de 50.000 milhares de Euros, que gerou uma *mais-valia de 34.949 milhares de Euros*, após dedução do valor global de 15.051 milhares de Euros relativo a: (i) valor líquido contabilístico; (ii) custos com serviços de intermediação prestados pela Bertolucci Assessoria e Propaganda Esportiva, Ltda; (iii) efeito da atualização financeira das contas a receber a médio prazo originadas por esta transação; e (iv) responsabilidades com o mecanismo de solidariedade”, informaram os responsáveis do clube.

Relativamente à rubrica de empréstimos financeiros, o FC Porto apresenta cerca de 228,8 M€ em empréstimos obrigacionistas, dos quais 4,8 M€ correspondem a passivo corrente e o restante a não corrente. Em 30 de junho de 2024, nessa mesma rubrica, o passivo corrente situava-se nos 50 M€ e o não corrente nos 54,3 M€.

No que respeita a empréstimos bancários, a época 2024/25 encerrou com as operações finais liquidadas, após 1,6 M€ em aberto no exercício anterior. A rubrica “Outros empréstimos” registou uma redução tanto no passivo corrente como no não corrente – de 62,2 M€ para 29 M€ e de 79,3 M€ para quase 14 M€, respetivamente.

O documento dos dragões descreve igualmente a evolução do quadro associativo, para além do mero aumento numérico. “Na época 2024/2025, a base associativa do FC Porto registou um dinamismo excecional, com um crescimento de 77% nas novas admissões face a 2023/2024, o que corresponde a 17.500 novas inscrições. A procura concentrou-se em julho, agosto e março, meses que, em conjunto, representaram 46% do total de adesões. O perfil dos novos associados evidencia um claro rejuvenescimento da comunidade portista: 26% têm menos de 10 anos, 58% têm menos de 30 anos e a idade média das inscrições é de 27 anos. Em termos de género, 29% das novas inscrições são de mulheres (idade média 23 anos) e 71% de homens (idade média 29 anos), refletindo uma base plural e em alargamento. A distribuição geográfica mantém o clube enraizado no território nacional e próximo da diáspora. Portugal representa 90% das novas adesões. Entre os restantes, destacam-se os países tradicionalmente ligados à emigração portuguesa – Suíça, França e Luxemburgo – que perfazem 7%, sendo os demais mercados residuais. Internamente, a região do Porto concentra 65% das inscrições, seguida de Braga (9%), Aveiro (9%) e Lisboa (6%), com distribuições residuais nos restantes distritos”, explicaram os responsáveis do FC Porto.

Este crescimento acompanha a forte procura por Lugares Anuais e o consequente aumento das receitas, conforme descrito no relatório: “A venda de lugares anuais no Estádio do Dragão superou as melhores expectativas e bateu todos os recordes dos últimos 15 anos. Em vésperas do arranque de uma das temporadas mais desafiantes de que há memória, com o FC Porto envolvido em seis frentes (Supertaça, Liga Portuguesa, Liga Europa, Taça de Portugal, Taça da Liga e Mundial de Clubes), os sócios azuis e brancos tinham respondido afirmativamente à chamada, aderindo em massa à Cadeira de Sonho. A praticamente um mês da estreia oficial no Estádio do Dragão já se tinham vendido quase mais quatro mil lugares do que no mesmo período da época passada, atingindo um crescimento de 20%, o que atesta bem a mobilização dos portistas. Só durante o período de renovações, que decorreu até 11 de julho, o número de Cadeiras de Sonho adquiridas praticamente superou o número total de lugares anuais vendidos ao longo de toda a época 2023/2024, incluindo o lugar anual da segunda volta. Este crescimento representa um aumento da receita global com cativos a rondar os 33%, valor para o qual foi determinante a disponibilização de sete mil novos lugares que se encontravam até agora bloqueados e, por isso, longe do alcance dos sócios.”