Gazeta Esportiva.com
·27 de outubro de 2025
Corinthians apresenta projeto de reforma estatutária com direito de voto ao Fiel Torcedor

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·27 de outubro de 2025

O presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Romeu Tuma Júnior, concedeu entrevista coletiva no Parque São Jorge nesta segunda-feira e apresentou o anteprojeto da reforma do estatuto, que inclusive já está publicado no site oficial do clube. Entre os principais pontos do documento está a concessão do direito de voto ao Fiel Torcedor.
Foram formuladas três propostas de redação para este tópico, representado no Artigo 21 do anteprojeto. Uma delas diz que o sócio deve estar inscrito e adimplente no programa Fiel Torcedor há quatro anos, além de pagar uma taxa de 50% do valor da mensalidade do título patrimonial individual da sede do clube.
“No Artigo 21, de direito a voto ao Fiel Torcedor, temos três propostas de redação. Qual é a diferença? Na primeira, você vai estar no programa Fiel Torcedor e precisa estar adimplente. O clube vai criar um cadastro que vai servir para eleições, o sócio vai se inscrever e pagar uma taxa de contribuição. Depois de quatro anos que ele estiver pagando esse valor, ele está apto a votar. A segunda propõe cobrar do sócio do futebol o título de R$ 2 mil para ele ter o direito a voto. Já a terceira é para quem não quer que o Fiel Torcedor vote”, explicou Romeu Tuma Júnior.
Segundo Romeu, a ideia inicial é que os artigos mais populares sejam votados em bloco. No entanto, artigos que abram brecha para discussões, como o direito a voto ao Fiel Torcedor, devem ser votados de forma individual. Sendo assim, os conselheiros e sócios irão votar na proposta que mais lhe agradar.
“Tenho conversado com conselheiros para criar um roteiro de votação em blocos. Podemos fazer um bloco de 50 artigos que não têm oposição. Quando chegar neste artigo [direito a voto ao FT], não será em bloco, será votado individualmente. O conselheiro e o sócio vai decidir se escolhe A, B ou C. Normalmente, o estatuto é votado inteiro no Conselho e depois em Assembleia Geral. Vamos mudar essa dinâmica, vamos levar a votação em blocos para a Assembleia”, afirmou Tuma.
“Uma decisão que for tomada só pelo Conselho pode não parecer legítima, acho que temos que criar mecanimos para que essas decisões mais complexas sejam levadas para a Assembleia Geral, ainda que seja como forma de segundo turno. É a minha opinião, vou tentar construir esse tipo de entendimento. É uma tentativa, não está decidido. O que pode acontecer é, se não houver entendimento, vamos votar artigo por artigo em sessão de voto aberto”, finalizou.]

(Foto: André da Silva Costa/Gazeta Press)
Além da possibilidade de voto ao Fiel Torcedor, o anteprojeto contempla outras mudanças importantes no estatuto corintiano.
Uma delas é a possibilidade do clube se transformar em SAF (Sociedade Anônima do Futebol), desde que exista aprovação do Cori (Conselho de Orientação), Conselho Deliberativo e dos sócios em Assembleia Geral. O documento, entretanto, veta qualquer possibilidade de investidores externos adquirirem o controle majoritário do Corinthians. Durante a coletiva, Romeu Tuma Júnior falou sobre o assunto.
“Tem gente especulando que eui quis inviabilizar SAF, nada a ver. Existem vários modelos de SAF. Acompanho desde que foi para o Congresso, é um assunto que me interessa. Sou sócio de uma associação que entrei com dois anos de idade. Existem vários modelos, como a SAF da própria associação. O Corinthians pode ter sua própria SAF. Se a gente conseguir aprovar essa reforma, teremos um grande caminho. Pode ser um modelo, respeitando todos os modelos. Não vou julgar jamais. O Corinthians pode entender que amanhã teremos uma SAF da própria associação, como é o caso do Fortaleza”, declarou.
Outros pontos relevantes são: a extensão do mandato de três para quatro anos tanto para presidentes quanto para conselheiros, possibilidade de eleição em dois turnos, além da responsabilização a dirigentes por má gestão.
O anteprojeto ainda precisa ser submetido a duas votações para entrar em vigor. Inicialmente, o documento terá que ser aprovado pelo Conselho Deliberativo do Corinthians, em votação prevista para novembro. Já em dezembro, será a vez dos associados ratificarem ou não a decisão do CD em Assembleia Geral.
Se aprovado, o novo estatuto começa a ter efeito de maneira imediata. Contudo, a possibilidade de voto ao Fiel Torcedor deve ficar para as eleições de 2030. O pleito de 2026 ainda deve ficar restrito ao modelo atual, levando em conta uma regra de transição.
A Comissão da Reforma do Estatuto trabalha no texto desde o ano passado. O anteprojeto foi elaborado a partir de debates internos e sugestões de movimentos organizados externos, como a própria Gaviões da Fiel, que opinou a favor do direito a voto ao Fiel Torcedor. Segundo Romeu Tuma Júnior, mais de 30 propostas foram protocoladas na Secretaria e encaminhadas à Comissão.
O relatório final foi entregue Romeu no último dia 10 de outubro. A expectativa do presidente do Conselho é que o novo estatuto seja aprovado no fim deste ano e entre em vigor já no início de 2026.









































