Trivela
·23 de março de 2021
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·23 de março de 2021
A Data Fifa guardará a abertura de uma das competições mais importantes do calendário europeu de seleções. O Campeonato Europeu Sub-21 nem pode ser considerado exatamente um torneio de base, diante da quantidade de talentos profissionais que reúne. O torneio, que na realidade possui um limite sub-23 na fase final (já que os 21 anos começam a ser contados no início das eliminatórias), traz uma série de jogadores aclamados nas principais ligas do continente e muitos com passagens pelas seleções adultas.
Originalmente, o Europeu Sub-21 de 2021 aconteceria em junho. Por causa do adiamento da Eurocopa, a fase de grupos foi antecipada para esta Data Fifa. Os mata-matas, ainda assim, ocorrerão de 31 de maio a 6 de junho – antes que o torneio de seleções principais se desenrole. Boa pedida para ver promessas desabrocharem e até mesmo clamarem por seu espaço rumo à Copa do Mundo de 2022. Talento não faltará.
Esta edição da Euro Sub-21 ainda será especial por conta do número de seleções. Pela primeira vez, a competição terá 16 participantes. Isso confirmou a presença de diversas camisas pesadas – Alemanha, Espanha, França, Inglaterra, Itália, Países Baixos e Portugal concorrerão à taça. A ausência mais sentida talvez seja da Bélgica, dentre as equipes que figuram na primeira prateleira do continente. Vale mencionar ainda a força de Rússia e Croácia, dois times que podem complicar. Já Hungria e Eslovênia possuem o trunfo de serem anfitriãs.
Abaixo, destacamos 10 jogadores que se colocam em uma posição de destaque na Euro Sub-21. Preferimos não repetir os times, para que as seleções principais também ganhassem um panorama geral. O pontapé inicial do torneio começa em 24 de março, com a fase de grupos concentrada até 31 de março.
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Os grupos do Europeu Sub-21: Grupo A: Alemanha, Hungria, Romênia, Países Baixos Grupo B: Espanha, Itália, Eslovênia, República Tcheca Grupo C:França, Rússia, Dinamarca, Islândia Grupo D: Portugal, Inglaterra, Croácia, Suíça
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Como de praxe, a Alemanha entra no Europeu Sub-21 como candidata ao título, embora não possua um elenco relativamente tão forte. O técnico Stefan Kuntz conta com jogadores de destaque na Bundesliga e boa rodagem como profissionais, mas os mais jovens da seleção principal não foram liberados, incluindo Florian Wirtz e Jamal Musiala. Até por isso, o único atleta com passagem pela seleção adulta é o ala Ridle Baku, um dos destaques na ótima temporada do Wolfsburg. Também se sobressaem nomes como Mateo Klimowicz (Stuttgart), Amos Pieper (Arminia Bielefeld) e Salih Özcan (Colônia). Já o candidato a sensação é Youssoufa Moukoko, prodígio do Borussia Dortmund.
Porém, não é apenas na Bundesliga que despontam os melhores jogadores. O volante Niklas Dorsch e o atacante Lukas Nmecha se destacam no Campeonato Belga. Já a melhor fase é mesmo de Mergim Berisha, do Red Bull Salzburg. O atacante foi um dos protagonistas do clube austríaco na fase de grupos da Champions League e se consolida como um jogador de muitos recursos técnicos. Aos 22 anos, vive sua temporada de consolidação e é bem capaz que dê saltos maiores em breve. O Europeu Sub-21 serve como uma vitrine gigante.
Tradicional celeiro de craques, os Países Baixos podem apresentar mais uma boa safra no Europeu Sub-21. A Oranje está bem servida em diferentes setores, e com alguns jogadores que já passaram pela seleção principal – ainda que valores como Ryan Gravenberch ou Calvin Stengs não tenham sido cedidos ao sub-21. Justin Kluivert (RB Leipzig), Javairo Dilrosun (Hertha), Teun Koopmeiners (AZ) e Myron Boadu (AZ) são aqueles que já estrearam na equipe adulta. Sven Botman já foi chamado, mas não entrou em campo e é outra peça notável na defesa. O problema do zagueiro, em ótimo momento no Lille, é que ele chega lesionado.
Talvez o jogador com mais cartaz neste momento seja Brian Brobbey. O atacante de 19 anos desabrocha no time principal do Ajax com gols decisivos na Liga Europa e acertou sua transferência ao RB Leipzig. Noa Lang é outro que merece atenção, ponta vendido do Ajax ao Club Brugge e que se valoriza na Bélgica. Mas o candidato a craque é Teun Koopmeiners, capitão do AZ. O meio-campista confere enorme dinamismo à sua equipe e atravessa uma temporada sublime na Eredivisie, com 15 gols anotados. Aos 23 anos, tem um futuro enorme pela frente e lidera a geração especial que floresce em Alkmaar. Boadu também voa baixo por lá, enquanto Dani de Wit vestirá a 10 no Sub-21. Quem fará falta é Owen Wijndal, outro do AZ, mas na seleção principal dos Países Baixos.
A Itália atravessa um processo de renovação na seleção principal, que puxa alguns garotos que poderiam ser candidatos ao elenco sub-21. É o caso de Moise Kean ou Manuel Locatelli. Mesmo assim, o time selecionado para o torneio continental possui bons valores, mesmo que um pouco abaixo do que se viu em 2019. Patrick Cutrone é o mais conhecido no ataque, acompanhado por Gianluca Scamacca, que possui rodagem nas seleções menores e vem de uma grande atuação pelo Genoa no fim de semana. A defesa conta com o milanista Matteo Gabbia e o juventino Gianluca Frabotta entre aqueles que ganham espaço, além de nomes como Matteo Lovato (Verona) e Gabriele Zappa (Genoa). Mas é o meio que traz a estrela da companhia.
Num setor que reúne vários jogadores de equipes modestas, como Giulio Maggiori (Spezia) e Davide Frattesi (Monza), a presença de Sandro Tonali salta aos olhos. A temporada de estreia do volante pelo Milan não é exatamente um sucesso absoluto, embora o maestro tenha sua importância na rotação. Ainda assim, é um dos jogadores mais técnicos da nova geração e, aos 20 anos, é até mais novo que a maioria de seus companheiros. Além de já ter defendido a seleção principal, Tonali também é remanescente do Europeu Sub-21 de 2019, no qual estava ainda Cutrone.
Atual campeã do Europeu Sub-21, a Espanha levou três títulos ao longo da última década e ainda seria vice em outra edição. A tradição pesa a favor, embora a geração atual esteja abaixo das anteriores – especialmente na ausência de Eric García, Pedri, Dani Olmo, Ferran Torres e outros da seleção adulta. Os jogadores com mais nome são coadjuvantes em suas equipes. O Barcelona, por exemplo, contribui com Óscar Mingueza e Riqui Puig. Do Milan vem Brahim Díaz, ainda vinculado ao Real Madrid, que teve seus momentos de brilho nesta Serie A. Outro nome em ação na Itália é Gonzalo Villar, peça constante no meio-campo da Roma.
A Espanha também se baseia em destaques de equipes modestas, como Fran Beltrán (Celta), Hugo Guillamón (Valencia), Juan Miranda (Betis) e Abel Ruiz (Braga). A Real Sociedad dá sua contribuição com o volante Martín Zubimendi e o ponta Ander Barrenetxea. Porém, o mais rodado é mesmo Marc Cucurella. O meio-campista é cria da base do Barcelona, mas se sobressai como um dedicado operário do Getafe. É um jogador incansável e que agrega bastante ao lado esquerdo do campo, mesmo sem ser um virtuoso. É o único do elenco que defendeu a seleção principal e, dada a queda dos Azulones, pode procurar um clube maior.
A França entrou no Europeu Sub-21 com uma equipe notavelmente forte. Apenas três jogadores já defenderam a seleção principal, mas a impressão é que vários convocados poderão envergar a camisa dos Bleus por anos. No ataque, a menção principal fica a Jonathan Ikoné, um dos caras no embalado Lille. Moussa Diaby é outro que merece respeito, arrebentando no Bayer Leverkusen. O meio tem o talentosíssimo Houssem Aouar, xodó do Lyon, e também Eduardo Camavinga, revelação do Rennes que já deixou boa impressão na seleção adulta com 18 anos. Aurélien Tchouaméni, muito bem no Monaco, é outro que merece atenção. Mas nada se compara ao alto nível da defesa francesa.
Dois dos melhores goleiros da categoria são da França: Alban Lafont, jovem com muita experiência por sua precocidade, e Illan Meslier, titular do Leeds na Premier League. A linha defensiva ainda reúne Wesley Fofana, Ibrahima Konaté, Benoît Badiashile e outros atletas bastante promissores. A liderança é Jules Koundé um monstro na zaga do Sevilla e com muito mais rodagem que seus 22 anos indicam. Vai ser uma referência para o favoritismo dos Bleus e também tentará usar o torneio para já cavar sua vaguinha no time principal – da mesma geração, Dayot Upamecano hoje aparece à frente. Além do beque do RB Leipzig, o único ausente entre os possíveis convocáveis ao sub-21 é Kylian Mbappé.
A Inglaterra possui um dos elencos jovens mais talentosos do mundo e isso se nota na seleção principal. Se fosse para contar com a nata da categoria, os Three Lions estariam mais fortes pelo título – com nomes como Jadon Sancho, Mason Mount, Bukayo Saka, Trent Alexander-Arnold ou Phil Foden. Mesmo sem eles, ainda é uma geração de enorme capacidade. Tanto que conta com dois jogadores que já estrearam pela seleção adulta: Callum Hudson-Odoi e Mason Greenwood. Embora a temporada atual de ambos não seja tão estrondosa quanto anteriores, são dois atletas que agregam capacidade aos ingleses.
A rodagem no nível principal, aliás, é enorme. Vários atletas possuem seu papel na Premier League – como Curtis Jones (Liverpool), Dwight McNeil (Burnley), Eberechi Eze (Crystal Palace) e Aaron Ramsdale (Sheffield United). O Everton emplacou Ben Godfrey e Tom Davies. É um elenco mais jovem que a média, onde Emile Smith Rowe talvez possa eclodir. O meia de 20 anos vem de ótimas partidas pelo Arsenal. Contribui pelo lado esquerdo ou centralizado e oferece uma boa capacidade criativa. A própria briga pela titularidade tende a ser pesada, mas o momento favorece. Também correndo por fora há Noni Madueke, ponta que deslancha com o PSV na atual Eredivisie.
Portugal é uma das seleções com melhores perspectivas para os próximos anos. Basta ver como a seleção principal absorve a renovação e apresenta uma série de recursos que vão além de Cristiano Ronaldo. Até por esse salto, os lusitanos não têm um João Félix na Euro Sub-21. Mas, de resto, a Seleção das Quinas traz o melhor à disposição. E isso inclui Francisco Trincão e Gedson Fernandes, outros nomes mais conhecidos da geração, ambos com experiência na seleção adulta. Também estarão no torneio continental Rafael Leão e Diogo Dalot, importantes na rotação do Milan.
Será bacana observar como a boa fase do Sporting poderá repercutir no Sub-21. Quatro jogadores do clube foram convocados à competição, dois deles titulares na campanha que leva os leoninos com sobras à liderança do Campeonato Português. Tiago Tomás é um central no ataque sportinguista. Mas as expectativas recaem sobre Pedro Gonçalves, trazido do Famalicão e um dos melhores jogadores da liga. O meia possui uma capacidade de definição imensa, seja atuando mais centralizado ou partindo da ponta direita para o centro do campo. Anotou 15 gols no campeonato até o momento e é um jogador para se depositar esperanças.
Mesmo com duas seleções fortes no grupo, a Croácia possui capacidade para aprontar. O elenco possui um bom trânsito na seleção principal e também se beneficia com o sucesso do Dinamo Zagreb. São três jogadores cedidos pelo clube, incluindo o camisa 10 Lovro Majer. O jovem tem muita qualidade na armação e aparece entre as figuras principais na ótima caminhada do clube na Liga Europa. Inclusive, participou da classificação sobre o Tottenham, dando uma assistência ao estelar Mislav Orsic. Majer foi um dos jogadores que mais cresceram no elenco desde a última temporada.
Outro talento do Dinamo que também merece um olhar especial é o meia Luka Ivanusec, que deve ajudar pelo entrosamento com a estrela da companhia. Ambos, aliás, já estiveram na seleção principal. Outro destaque a passar pelo time de cima é o lateral Domagoj Bradaric, nome constante no Lille que faz barulho na Ligue 1. Também vale citar o atacante Petar Musa, que ainda não correspondeu no Union Berlim, mas teve seus momentos pelo Slavia Praga.
A Rússia é a única seleção com um elenco concentrado totalmente na liga local, com jogadores rodados nos principais clubes do país. E a seleção sub-21 pôde convocar a elite da geração. A grande ausência é a do goleiro Matvey Safonov, ótimo valor do Krasnodar que disputou a Champions atual e está lesionado. Sem ele, o dono da meta é Aleksandr Maksimenko, titular do Spartak Moscou. A defesa ainda conta com Roman Yevgenyev (Dynamo Moscou) e Igor Diveyev (CSKA Moscou), ambos com passagem pela seleção principal.
Na armação, vale prestar atenção em Ivan Oblyakov. Capitão e camisa 10 da Rússia Sub-21, é importante no CSKA há três temporadas. O armador deverá garantir bons passes a Fyodor Chalov, também estrela no CSKA, com o qual já anotou 40 gols em cinco temporadas na primeira divisão. O jovem de 22 anos é um dos atacantes mais promissores do país e já disputou três partidas com a seleção adulta. Vale mencionar ainda Shapi Suleymanov, ponta de bom papel no Krasnodar.
Das seleções secundárias, a Dinamarca é aquela que possui nomes mais interessantes em diferentes posições. Poderia ser um time até mais forte, já que Jonas Wind, Mikkel Damsgaard e Andreas Skov Olsen integram o grupo principal. Ainda assim, quatro jogadores que já estrearam no time de cima participarão da Euro Sub-21. O mais conhecido deles é o atacante Jacob Bruun Larsen, que despontou cedo no Borussia Dortmund, mas viu a carreira estagnar e hoje veste a camisa do Anderlecht. O goleiro Oliver Christensen (Odense) e o zagueiro Victor Nelsson (Copenhague) engrossam a lista.
O mais forte candidato a estourar no torneio é o meia Jesper Lindström. Depois de ganhar experiência na temporada passada, ainda sem se firmar totalmente como titular, o camisa 18 é um dos protagonistas no Bröndby que tenta encerrar seu jejum na liga nacional. Soma nove gols e nove assistências na atual campanha, se valorizando bastante. Outro em ascensão é Anders Dreyer, ponta do Midtjylland que marcou seu primeiro gol nesta Champions. Também vale citar Mohammed Daramy, ponta de 19 anos que surge bem no Copenhague e mereceu um lugar na convocação.
Candidatos a destaque nas demais seleções: Octavian Popescu (Romênia / Steaua Bucareste), Botond Balogh (Hungria / Parma), Dejan Petrovic (Eslovênia / Rapid Viena), Ísak Jóhannesson (Islândia / Norrköping), Ladislav Krejcí (República Tcheca / Sparta Praga), Jordan Lotomba (Suíça / Nice)