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·29 de outubro de 2025

Do campo às páginas: o Flamengo é também literatura

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O Flamengo marca presença até no Dia Nacional do Livro. Celebrada em 29 de outubro, nesta quarta, a data lembra que o clube não vive apenas nos gramados, mas também nas páginas que eternizam sua história de conquistas. São décadas de títulos, biografias e crônicas que transformaram o clube em personagem da literatura brasileira.

Ao longo de 130 anos, o Flamengo deixou de ser apenas tema esportivo. Virou personagem de romances, crônicas, HQs, biografias e estudos que ajudam a explicar por que o Rubro-Negro ultrapassa o futebol. Escrever o Flamengo é uma forma de entender o Brasil, de narrar o sentimento coletivo que une milhões em torno de um mesmo símbolo.


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Dos clássicos de Mário Filho às novas obras gráficas, o acervo literário rubro-negro forma um verdadeiro retrato cultural da Nação. São livros que preservam memórias, eternizam vitórias e mostram que, quando o assunto é paixão, o Flamengo também é feito de papel e tinta.

Do berço da paixão à crônica moderna

A literatura rubro-negra nasceu com Histórias do Flamengo (1945), de Mário Filho, obra pioneira que transformou o futebol em narrativa social. Décadas depois, O Vermelho e o Negro (2001), de Ruy Castro, atualizou esse olhar e fez da arquibancada um território literário. Ambos explicam, cada um à sua maneira, como o Flamengo se tornou espelho de um país inteiro.

José Lins do Rego também ajudou a consolidar essa tradição. A obra Flamengo é Puro Amor reúne crônicas do escritor, o primeiro a declarar o amor pelo Rubro-Negro publicamente. Um dos grandes nomes do romancismo brasileiro, unia literatura clássica e futebol popular.

O Flamengo já não era só um time: era personagem, símbolo e emoção. Vale destacar também Nelson Rodrigues, o tricolor terreno que sempre reconheceu o impacto do Flamengo e de sua torcida.

A era dos cronistas e a escrita da arquibancada

A partir dos anos 2000, uma nova geração de escritores passou a registrar o clube com olhar de torcedor e voz de arquibancada. Arthur Muhlenberg, em Hexagerado e Libertador, e Marcelo Dunlop, em Crônicas Flamengas e O Homem que Morava no Maracanã, descrevem o Flamengo como quem observa, mas também faz parte da vivência rubro-negra.

Essas obras unem humor, ironia e devoção. Transformam o cotidiano rubro-negro em literatura feita de sarcasmo, humor e sentimento. São textos que provam que o Flamengo também é uma escola de escrita, onde a paixão dita o ritmo e também atua como editora.

Maurício Neves de Jesus é outro nome fundamental dessa fase. Autor de Zico 70 e da trilogia Me Arrebata, ele transformou a história do Flamengo em epopeia visual, unindo pesquisa e arte. Suas obras recriam em palavras e imagens os capítulos mais marcantes do clube, mostrando que a literatura rubro-negra também pode ser uma forma de preservar memória e educar novas gerações.

Quando o Flamengo vira imagem e desenho

O clube também ganhou forma em imagens, traços e cores. Em 2021, Mengão do Meu Coração: O Inesquecível Bicampeonato da Libertadores, de Márcia Ghelman, contou a conquista continental em formato de HQ, levando o Flamengo às mãos de novos leitores e torcedores mirins.

Mais recentemente, Manto Sagrado! A evolução do design do uniforme do Flamengo, de Carol Malachine, trouxe um olhar inédito sobre o clube, unindo moda, história e cultura. O livro mostra como o Flamengo também se expressa pela estética, e como o uniforme é uma extensão da própria alma rubro-negra.

Biografias que viram memória

Há também quem escreva o Flamengo através dos muitos personagens que marcam os 130 anos de história. Livros como Lico: Sonho, Suor e Glória, Índio: O Herói de 57 e Simplesmente Zico recuperam histórias que ajudam a entender o clube, com suas glórias e dramas. Cada biografia é um fragmento da memória rubro-negra que ajuda a eternizar o clube.

Essas obras mostram o quanto o Flamengo é feito de pessoas comuns que se tornaram lendas. Jogadores, técnicos, dirigentes e torcedores ganham esse espaço na eternidade rubro-negra. É a história contada não apenas por quem venceu, mas por quem viveu o Flamengo.

O Flamengo que cabe em uma estante

Reunidos, esses livros formam um acervo que é quase um retrato coletivo da paixão. São crônicas, HQs, biografias e ensaios que mantêm viva a chama rubro-negra e ajudam a compreender por que o Flamengo é mais do que um clube: é uma cultura.

No Dia Nacional do Livro, o Flamengo reafirma o seu lugar também entre as letras. Cada autor, a seu modo, escreve uma parte dessa história. E cada leitor, ao abrir essas páginas, descobre que torcer é também um ato de ler o clube do seu coração.

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