Trivela
·10 de abril de 2022
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·10 de abril de 2022
O sonho de todo time que luta contra o rebaixamento e enfrenta um concorrente da parte de cima da tabela é: marcar cedo e suportar a pressão até o fim para sair com três honrosos pontos. Foi mais ou menos isso que a Salernitana tentou fazer diante da Roma, neste domingo (10) no estádio Olimpico. Mas os donos da casa tinham outros planos e conseguiram um bravo 2 a 1 pela Serie A.
A Roma entrou em campo precisando apagar a má impressão da derrota contra o Bodo/Glimt, no meio de semana, pela Conference League, quando perdeu por 2 a 1 na Noruega e jogando mal à beça. Do outro lado, a lanterna Salernitana já sabe que voltará à Serie B, mas quer dar à sua torcida algum alento para o futuro.
O jogo estava bem amarrado e os visitantes conseguiram o que buscavam na primeira etapa, com Ivan Radovanovic, aos 22 minutos, dando a senha para uma proposta exageradamente defensiva, no mais puro espírito da retranca, para evitar que a Roma chutasse ao gol. A ideia funcionou até o relógio alcançar os 80 minutos. Afinal, a obrigação era toda dos giallorossi, que já não estão em uma temporada na qual o desempenho é digno de um competidor por vagas no G4.
Frustrada e irritada pelas chances perdidas (17 ao todo, sete no gol), a Roma usou o próprio ódio como combustível. Quando a romada já estava desenhada com a postura defensiva da Salernitana, a torcida pesou na alma de quem estava em campo. E todos, de repente, já esperavam uma derrota daquelas que escancaram a ineficiência ofensiva do time de José Mourinho. Eis que Mou tirou da cartola as peças que proporcionaram a reação romanista.
O meio-campo não conversava muito com o ataque, então Mou sacou Felix Afena-Gyan para colocar Carles Pérez. Também mandou Jordan Veretout a campo na vaga de Bryan Cristante. Pouco antes, Eldor Shomurodov entrou no lugar de Stephan El-Shaarawy. Todos os que vieram do banco, incluindo Nicolò Zaniolo, tiveram enorme contribuição para a virada.
Com menos de dez minutos para arrumar algo, a Roma jogou todas as fichas na mesa. Pérez brilhou quando pegou uma sobra de fora da área e acertou um petardo na meta de Sepe, empatando em grande estilo. Três minutos depois, em jogada de bola parada, foi a vez de Chris Smalling vir de trás para testar e virar. Todo o trabalho dos visitantes ruiu rapidamente e, tendo de novamente sair para buscar um golzinho, a Salernitana simplesmente ficou sem reação.
Se na técnica a Roma fica devendo em grande maioria de seus jogos, não se pode dizer o mesmo do lado mental. O trabalho psicológico de Mourinho para empurrar o time em momentos cruciais tem dado resultado nos gols tardios de empate ou nas vitórias inesperadas dos giallorossi na Serie A. É evidente que há espaço para atuações mais convincentes, mas nesta altura da campanha, a Roma precisa mesmo é competir. E está fazendo isso, indubitavelmente.
Na tabela, são cinco pontos atrás da Juventus, que segura a última vaga na Liga dos Campeões. O sonho está ao alcance, mas será necessária uma combinação de resultados para que os comandados de Mourinho voltem ao principal torneio continental. Por ora, é mais apropriado lutar pelo quinto posto, que dá vaga à Liga Europa. Qualquer coisa além disso é otimismo demais da conta.