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·07 de novembro de 2024
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Fora da zona de classificação à próxima fase, o início do PSG na Liga dos Campeões é turbulento. Em quatro jogos, o clube venceu apenas um, empatou outro e perdeu mais duas vezes. Com quatro pontos, o clube parisiense não tinha um começo tão ruim em busca da Orelhuda desde a temporada 2004/05, quando ainda foi eliminado na primeira fase do torneio. Os parisienses têm a pior campanha entre os franceses na atual edição da Champions.
Se antes a expectativa era para que o time de Nasser Al-Khelaifi fosse a principal esperança da França no torneio, agora a situação se inverteu, pelo menos nesse começo. Enquanto Brest e Monaco são as sensações do país, o Lille rema um pouco mais atrás, mas ainda na zona de classificação. 25º colocado, o PSG estaria fora da próxima fase hoje.
O clube parisiense começou com vitória em casa na Liga dos Campeões, contra o Girona, pelo placar mínimo, em gol oriundo de falha de Gazzaniga, já no final. Na segunda partida, fez confronto equilibrado contra o Arsenal em Londres, mas foi superado nos lances cruciais e viu os Gunners terem a efetividade ofensiva que os franceses não tiveram para vencer por 2 a 0.
O terceiro confronto teve, novamente, a falta de efetividade como marca dos franceses. Apesar do controle, o PSG perdeu as chances que teve e saiu atrás do marcador, mas arrancou o empate na segunda etapa. No quarto embate, foi controlador e jogou melhor contra o Atlético de Madrid, mas sofreu o "suco de Simeone". Os Colchoneros foram valentes diante do clube parisiense, que martelou todo o confronto, e arrancaram a vitória no último lance.
O início frustrante de temporada pode ser explicado através de alguns fatores. A equipe francesa sentiu, por um lado, um baque ao fim da temporada passada. A saída de Kylian Mbappé deixou o clube sem um jogador "estrela" e fez com que todo um projeto fosse repensado. Se antes a proposta era montar um elenco ao redor de uma peça de destaque (como foi com Neymar em 2017), a ideia agora é desenvolver novos talentos. A obsessão, porém, segue a mesma: a taça da Champions League.
Os gastos em transferência do PSG na atual temporada foram de cerca de 170 milhões de euros. Mas todos os contratados são jovens. O mais velho é Safonov, que tem 25 anos, seguido por Pancho (22), João Neves (19) e Doué (19). A média etária do elenco parisiense é a terceira menor dentre todos os clubes da Champions League. Com 23,9 anos, a equipe francesa perde para o Sturm Graz (23,7) e para o Salzburg (21,9).
É um projeto em transição. Mesmo que com algumas peças mais experientes, como Marquinhos (30), Asensio (28) e Dembelé (27), ainda é um elenco de jovens em ascensão. A título de curiosidade, apenas oito dos 26 jogadores do PSG tem mais de 25 anos. A qualidade não está em cheque, mas a experiência para disputar uma Champions League diante de mais de 40 mil pessoas no Parc des Princes talvez esteja.
Na longínqua temporada 2004/05, o Paris Saint-Germain era outro. Quase dez anos antes de sofrer a injeção milionária, a equipe já tinha certo reconhecimento na França, mas era pouco brilhante no cenário europeu, com apenas cinco participações na Champions. Era bicampeão do Campeonato Francês (1985/86 e 1993/94) e tinha conquistado quatro vezes a Copa da França (1981/82, 1982/83, 1992/93, 1994/95, 1997/98 e 2003/04).
Depois dos primeiros anos gloriosos, na década de 1990, o PSG chegou turbulento nos anos 2000. Mesmo com alguns títulos, fazia campanhas instáveis. Em 1999/00 terminou a Ligue 1 na vice-colocação. Na temporada seguinte, finalizou o torneio em nono e parou na segunda fase de grupos da Champions.
Em diante, seguiu sem se firmar. Terminou o Campeonato Francês em 9º, 4º, 11º e 2º, até chegar na temporada 2004/05. Voltaria a jogar a Liga dos Campeões depois de cinco temporadas, mas não estava preparado para conquistar a inédita taça europeia.
Pauleta era o destaque do elenco parisiense. Tanto que foi o artilheiro da equipe com 19 gols aos 32 anos, enquanto o segundo, Reinaldo, balançou as redes apenas seis vezes na temporada. Tinha o vice-goleador, atacante ex-São Paulo e Flamengo, e o zagueiro Yepes, colombiano que já atuou pelo Milan, como companheiros mais conhecidos.
Apesar de ter ganhado a extinta Recopa Europeia em 1995/96, o PSG era praticamente insignificante no cenário europeu de clubes. A participação da Champions que teve mais sucesso foi justamente uma temporada antes, em 1994/95, quando parou na semifinal para o Milan, que foi vice na decisão para o Ajax. Antes disso, havia participado apenas uma vez.
Na edição de 2004/05, o PSG iniciou a campanha da mesma forma que a atual: somou quatro pontos nos quatro primeiros jogos. O começo ruim culminou em eliminação ainda na primeira fase, em um grupo que tinha Chelsea, CSKA e Porto.
20 temporadas depois, o dinheiro catari chega à Paris, o clube tem seus destaques mundiais e é praticamente unanimidade no cenário francês, com dez títulos conquistados nas últimas 12 edições da Ligue 1. Uma coisa, porém, segue intacta: a obsessão pela taça inédita na Liga dos Campeões.
Monaco, Brest e Lille são as boas surpresas da França na atual temporada da Liga dos Campeões. Enquanto o PSG se vê fora da zona de classificação, os demais ocupam as 3ª, 4ª e 14ª colocações na classificação geral do torneio, respectivamente.
O clube do Principado estreou com vitória sobre o Barcelona em casa, quando teve um a mais em quase todo o jogo, e, uma semana mais tarde, empatou em 2 a 2 contra o Dínamo Zagreb na Croácia. Nos outros dois confrontos goleou o Estrela Vermelha como mandante e, na última terça (5), bateu o Bologna fora, com gol marcado no fim.
O Brest, estreante em Champions League, faz bom começo também. Apesar do caminho mais tranquilo, não decepcionou em nenhum confronto: venceu Sturm Graz em casa no primeiro jogo, goleou o Salzburg fora, equiparou forças contra o Bayer Leverkusen por 2 a 2 na França e, por último, bateu o Sparta em Praga depois de controlar os rivais tchecos.
Dentre os três, o Lille é com certeza o que teve os adversários mais difíceis. Depois de começar com derrota contra o Sporting em Portugal, os Dogues venceram o atual campeão Real dentro de casa, emplacaram um triunfo fora sobre o Atlético para brincar em cima da dupla de Madrid e chegaram ao quarto jogo com empate contra a Juventus, na França.