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·26 de novembro de 2025

Especialista financeiro avalia formato do FIP de Cotia que era pretendido pelo São Paulo

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Especialista financeiro avalia formato do FIP de Cotia que era pretendido pelo São Paulo

Em entrevista ao canal Estagiários, o especialista financeiro, Rodrigo Capelo, do Estadão, ex Globo e já conhecido na mídia por análises duras de times, fez uma constatação surpreendente sobre o FIP de Cotia:

“Você viu alguma coisa sobre o projeto da FIP de Cotia? Vi e mudou minha opinião de certa forma. Porque antes de conhecer o que estava sendo dito na opinião pública, o São Paulo vai vender a base, vai fazer uma parceria com o Marinakis, investidor grego, dono do Nottingham Forest, e ele vai vender direito econômico para esse investidor, que vai botar uma grana agora e depois… E aí me parece muito ruim. Se fosse isso, seria péssimo.

Péssimo. E eu disse isso antes. Quando eu conheci a história, a estrutura é diferente.

Porque o São Paulo não está cedendo o direito econômico do jogador, ele está colocando a base dentro de uma empresa, que vai ser administrada em conjunto com esses investidores que a Galápagos está trazendo. E os investidores têm 30%, o São Paulo tem 70%. Eles dividem essa administração, então passa a ter um conselho de administração com três pessoas, duas indicadas pelo São Paulo, uma pelos investidores, o diretor financeiro é indicado pelos investidores, os outros diretores são indicados pelo São Paulo, e essa empresa vai ter receita, custo, resultado.

Sobre o resultado, os investidores vão ter 30%, para ter o retorno em cima do dinheiro que eles vão colocar na frente. Esse resultado viria da venda dos atletas. Da venda dos atletas.

Então a base do São Paulo, ela seria apartada do clube, e ela teria que funcionar de um jeito 100% profissional, e com uma lógica de retorno financeiro. Então ele vai revelar ao jogador, o jogador vai jogar no time profissional, a intenção é que jogue, a intenção declarada por eles. Agora, na hora que tiver que vender para fazer o negócio dessa empresa funcionar, tem que vender.

Mas eu achei que é uma estrutura, como ela é diferente do que está sendo dito, eu amenizei a minha opinião, eu aliviei. Não era tão ruim quanto eu imaginava. Pode funcionar? Pode.

Porque um dos problemas do São Paulo hoje é as indicações políticas. E esse é um dos grandes problemas da associação civil. Você tem grupos políticos que elegem o presidente, e depois esse grupo político quer estar representado, então você tem uma pessoa desse que é colocada nesse departamento, uma pessoa daquele que é colocada no outro.

Essa politização é um dos grandes problemas da associação. Se a associação for totalmente profissional, direitada, pode ser que não precise de SAF para ficar profissional. Dá para funcionar.

Só que no caso do São Paulo a gente percebe isso. Funciona como um governo. Um presidente que coloca seus ministros de acordo com o partido do centrão que mantém ele no cargo.

E essa politização eu acho ela muito ruim. Tendo isso em mente, uma empresa para administrar à base com investidores, tendo que responder a esses investidores e administrar junto, eu acho que o espaço para interferência política reduz muito. Então isso me agradou na ideia, na estrutura.

Agora, é uma estrutura que ninguém montou no Brasil. Ninguém fez isso. O que todos fizeram foi criar a SAF, colocar tudo dentro da SAF, inclusive a base, e vender a participação sobre a SAF.

Majoritária. Perdendo, inclusive, o controle sobre aquilo. O que o São Paulo está dizendo é eu gostaria de pegar só a base, colocar na minha empresa e vender uma participação minoritária.

Continua sendo dono do ativo. Continua sendo controlador. A associação não perde esse direito.

Teoricamente, eu não acho ruim. Teoricamente, eu acho até que pode funcionar. O problema são as pessoas que estão administrando.

Porque essas pessoas já não têm mais moral com o torcedor. Entendeu? Então, eu tive discussões com São Paulinos, gente que eu respeito muito, que eu gosto muito, que falou, como é que você pode dizer que aquilo vai funcionar? Vamos separar. Teoricamente, a estrutura, receita, custo, resultado, a lógica financeira, a lógica comercial, eu acho que pode funcionar.

Agora você tem as letras miúdas. Se quem está formando opinião, quem está assistindo a gente falar assim, eu detesto o Júlio Casares e eu não acho que nada do que ele vai fazer vai funcionar. De fato, ele vai continuar tendo ascendência sobre a base.

Então, se você não confia nas pessoas, a estrutura em si, ela não resolve. Não resolve. E tem um lance também, que eu acho que foi um ponto que saiu na mídia, eu não sei se é real, que o São Paulo teria algumas datas para fazer esse reaporte, nesse fundo, e seriam juros absurdos que bateriam a bilhão.

O que o São Paulo tem é um prazo para recompra. Isso, para recompra. Porque os investidores colocam dinheiro, esse dinheiro entra e é usado, parte para, são 250 milhões, né? 50 milhões para pagar dívidas, que é nada, vai acabar muito rápido, mas é alguma coisa.

E 200 milhões é para fazer investimentos no próprio FIP, na própria empresa. Com a lógica de que, com esses 200 milhões, vai dar para comprar o direito de atletas que hoje tem 15, 16, 17 anos, os jovens… Comprar 100%. Isso, os jovens que estão em meio de formação.

Então, e essa é uma faixa que é muito competida hoje por Palmeiras, Flamengo, Grêmio, os clubes que conseguem vender bem os jogadores. Então, o São Paulo teria capacidade de investimento para ir atrás desses jogadores e, ao longo do tempo, conforme ele formasse mais atletas, ele teria mais retorno financeiro. Então, ele deixaria de ser um clube que fatura 100 milhões, 120 milhões, 150 milhões por ano com jogador para ser um clube que fatura 300 milhões.

Se isso acontece, a conta fecha. Porque você vai vender 300 milhões, aí você vai passar 30% para os investidores e a outra parte que fica com você é maior do que o que você tinha antes. Então, a lógica financeira é essa.

E esses investidores, eles têm um prazo para obter o retorno deles de volta. Porque quem investe, investe com uma taxa de juros, investe com um prazo para receber e investe com garantia. A garantia são os jogadores, o prazo para receber são não sei quantas décadas e o valor é aquele.

Então, o que acontece? Se o São Paulo, nos primeiros 10 anos, o negócio for muito bem, muito bem, vendeu 300 milhões, 400 milhões, 300 milhões, 400 milhões, o negócio funcionou. Ele pode, em tese, pagar esses investidores e chegar ao décimo ano, que é o período de recompra, e recomprar de graça. Teoricamente.

Teoricamente. Agora, e se não vender os jogadores do jeito que se espera, do jeito que foi planejado? Se continuar vendendo 100 milhões, 150 milhões, aí vira um problema. Por quê? O São Paulo vai ter uma receita menor do que ele já tinha, porque ele tem que repagar o investidor.

O investidor não vai receber o dinheiro no ritmo que ele considera, que ele pretende. Então, quando chegar nessa janela do décimo ano, o São Paulo vai ter uma decisão a tomar. Você quer recomprar a sua parte dos investidores? Você tem que pagar eles o que está à diferença.

Entendeu? E aí, quais são os valores específicos, eu não sei. Mas eu vi as mesmas especulações que você citou de conta de bilhão. Sim.

Só que, assim, uma parada que é apolítica, o que eu estou dizendo, não é favorável a ninguém. Cara, não tem como saber, porque depende muito disso. Se o São Paulo todos os anos vender atletas em 300, 400 milhões, virar uma potência de formação… Vai dar muito bom.

Vai dar certo. E se não vender? E se continuar com 100 milhões? Aí vai dar muito errado. Aquela questão do risco, avaliar o que vale a pena.”

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