Ex-treinador tem condenação por estupro mantida pelo STJ | OneFootball

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O Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a condenação do ex-técnico de ginástica Fernando de Carvalho Lopes pelo crime de estupro de vulnerável contra quatro atletas.

A decisão, com trânsito em julgado no tribunal, foi publicada em 25 de setembro de 2025 e confirmou a sentença de 28 anos de reclusão imposta pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Ainda cabe recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF), e Fernando recorre em liberdade.

O processo, que corre em segredo de Justiça para proteger as vítimas, é um dos casos mais graves já registrados na ginástica brasileira. Fernando foi denunciado pelo Ministério Público com base nos artigos 217-A (estupro de vulnerável) e 226, inciso II (agravante pela relação de poder com as vítimas).

A denúncia aponta que os abusos ocorreram entre 1999 e 2016, período em que ele treinava jovens atletas no Clube Mesc, em São Bernardo do Campo.

Em outubro de 2022, a 2ª Vara Criminal de São Bernardo condenou o ex-treinador a 109 anos e oito meses de prisão em regime fechado. A decisão foi reduzida em julho de 2023 para 28 anos de reclusão após recurso julgado pelo TJ-SP. A nova decisão do STJ confirma a condenação e encerra a possibilidade de novos recursos naquela instância.

O caso veio à tona em 2018, após reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, revelar denúncias de mais de 40 ginastas contra o técnico.

Segundo a investigação, o primeiro relato foi feito em 2016, quando uma atleta de 13 anos procurou os pais para denunciar comportamentos inadequados do treinador. Outras vítimas e testemunhas também procuraram a polícia, resultando na denúncia formal apresentada pelo Ministério Público.

Na esfera esportiva, Fernando de Carvalho Lopes foi banido do esporte pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), decisão posteriormente confirmada pela Justiça comum após ele tentar suspender a punição.

O ex-treinador pediu exoneração do cargo de professor de educação física da Prefeitura de Diadema, na região metropolitana de São Paulo, em janeiro de 2023, pouco antes de se mudar para Portugal. Segundo o Ministério Público, ele se estabeleceu no país europeu com a intenção de escapar de eventual cumprimento da pena, embora possua cidadania portuguesa.

O STJ, porém, negou pedido de prisão preventiva feito pelo MP-SP, alegando que não há medida cautelar que o impeça de deixar o país.

De acordo com informações do processo, Fernando tem levado uma vida estável em Portugal, onde trabalhou em uma pizzaria, em fábricas e chegou a adquirir um carro registrado no nome dele.

O Ministério Público paulista segue acompanhando o caso enquanto o recurso no STF, distribuído ao ministro Luiz Fux, aguarda julgamento.