Jogada10
·01 de outubro de 2025
Flamengo rebate clubes em lista de “fatos e fakes” sobre disputa com Libra

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·01 de outubro de 2025
Após a manifestação de clubes contra o Flamengo, por conta do bloqueio de uma parcela dos pagamentos dos direitos de TV do Brasileirão, o Rubro-Negro se posicionou nesta quarta-feira (1). Em nota oficial, o clube reclamou dos critérios para a divisão da verba de receitas de transmissão de TV. Além disso, dividiu tópicos com “fato ou fake”.
“O Flamengo entrou na Libra porque quis e porque acredita numa liga. O clube quer um acordo, não impõe nada a ninguém e nem pode aceitar imposição. A questão gira em torno dos critérios para a divisão da verba de 30% das receitas de transmissão de TV”, citou o clube carioca.
“A Libra botou em votação 6 cenários para a divisão. O Estatuto determina que a solução tem que ser por unanimidade. Flamengo e outros clubes votaram em cenários diferentes. Não houve consenso, o Flamengo entrou na Justiça porque a verba estava sendo paga segundo a divisão não aprovada por todos os clubes”.
O cerne do problema é a distribuição dos 30% das verbas de transmissão em audiência. O Flamengo, afinal, alega que o Estatuto exige unanimidade para a aprovação dos critérios de divisão. Como não houve consenso, a Libra e a Globo, portanto, estariam agindo ilegalmente ao distribuir a verba sem essa aprovação unânime, de acordo com o clube carioca.
O Flamengo, aliás, entrou na Justiça para impedir essa distribuição, destacando ainda que, se a regra de transição do Estatuto fosse seguida, o clube receberia um valor mínimo garantido de R$ 321,18 milhões em 2025. O clube, afinal, travou o repasse de R$ 77 milhões, valor que corresponde a uma porcentagem dos ganhos com o pay-per-view, segundo contrato entre a Libra e a Globo.
Em entrevista ao “Esporte Record”, a presidente do Palmeiras, aliás, chegou a sugerir a criação de uma nova liga sem a participação do clube carioca. Além disso, também criticou o rubro-negro.
“A minha sugestão seria nós criarmos uma outra liga excluindo o Flamengo. Acho que o Flamengo deveria jogar sozinho. Nenhum clube é maior do que o futebol brasileiro. O Palmeiras não joga sozinho, e o Flamengo não joga sozinho. Só se ele quer jogar ele contra o sub-20 dele. Acho que seria bonito nós formarmos uma nova liga excluindo o Flamengo, e aí o Flamengo joga com ele mesmo. Quero ver a audiência que vai ter. Acho muito difícil gestores com essa mentalidade. Isso não engrandece em absolutamente nada o futebol brasileiro”, disse Leila.
Luiz Eduardo Baptista na Gávea, sede do Flamengo – Foto: Gilvan de Souza/Flamengo
O Flamengo entrou na Libra porque quis e porque acredita numa liga. O clube quer um acordo, não impõe nada a ninguém e nem pode aceitar imposição.
A questão gira em torno dos critérios para a divisão da verba de 30% das receitas de transmissão de TV.
A Libra botou em votação 6 cenários para a divisão. O Estatuto determina que a solução tem que ser por unanimidade. Flamengo e outros clubes votaram em cenários diferentes. Não houve consenso, o Flamengo entrou na Justiça porque a verba estava sendo paga segundo a divisão não aprovada por todos os clubes.
É falso que o Flamengo não queira participar de uma Liga. Se fosse o caso, não teria ingressado na Libra.
É falso que o Flamengo esteja buscando uma “virada de mesa”. O Clube respeita os contratos — basta consultar todas as atas de reuniões para comprovar.
É falso que o Flamengo negue ter assinado contrato e queira reverter suas condições, mudando a regra do jogo. A convocação da Assembleia Geral da Libra em maio de 2025 é clara: convoca para a votação e aprovação de cenários relativos à audiência na venda dos direitos de transmissão.
É falso que o Flamengo esteja pleiteando receber de volta R$ 100 milhões.
É falso que tenha sido acordada qualquer definição de percentuais de audiência. O Estatuto é omisso nesse ponto. Por isso, a assembleia geral da Libra teve que deliberar sobre a lacuna existente no estatuto. Não houve uma conclusão. O Flamengo, aliás, votou contra a opinião dos demais clubes. Mesmo assim, a Globo pagou as parcelas, segundo o cenário proposto pela Libra, o que é ilegal, pois fere a unanimidade do Estatuto.
O Flamengo está cumprindo o Estatuto. Acontece que o Estatuto precisa ser complementado. Do Estatuto não constam os percentuais de audiência dentro dos 30% destinados a essa fatia na divisão dos direitos de transmissão — justamente o ponto que precisa ser regulamentado.
O Flamengo sempre buscou diálogo. A Liga apresentou cinco opções de cenários e o Flamengo acrescentou mais uma. Após a assembleia de agosto, o Flamengo procurou três clubes para negociar. Nos encontros, o Flamengo reiterou a proposta de se ter um cenário alternativo para 2025 (cenário 4) e discutir um critério para os anos de 2026 a 2029. Nenhum clube aceitou discutir nada, mantendo postura irredutível.
O Flamengo, portanto, sempre esteve aberto a acordo, mas nem a Libra nem os clubes apresentaram qualquer contraproposta em qualquer momento, desde fevereiro de 2025.
Não há qualquer documento que comprove a definição dos percentuais de audiência.
O Estatuto, assim, tem uma regra de transição que assegura, a todos os clubes, receber um valor mínimo garantido nos anos de 2025 a 2029, equivalente à quantia recebida em 2023 corrigido pelo IPCA. Se esta regra do Estatuto tivesse sido respeitada em 2025 o Flamengo receberia R$ R$ 321.181.432 nesse ano.
Ao considerar como válida uma aprovação irregular (sem unanimidade) e distribuir recursos sem respaldo estatutário, (pagamentos feitos pela Globo) a Libra age de forma ilegal.”