Flamengo x Racing: confronto tático se desenha como um teste de paciência e resistência | OneFootball

O Flamengo entra em campo nesta quarta-feira (22), às 21h30 (horário de Brasília), para o primeiro capítulo da semifinal da Libertadores 2025. O palco será um Maracanã lotado, mas o adversário, o Racing, desenha um confronto tático que exigirá muito mais do que apenas talento do Mais Querido: será um teste de paciência e resistência.

De um lado, o Flamengo chega desgastado por uma sequência exaustiva de jogos físicos contra Palmeiras e Botafogo. Do outro, o Racing desembarca no Rio de Janeiro totalmente descansado (poupou titulares em seu último compromisso) e com a motivação de quem joga a "partida da vida", sua semifinal mais importante em décadas.

O desenho tático do confronto é claro: a intensidade e o jogo direto do Racing contra a posse de bola e a qualidade técnica do Flamengo.

Plano do Racing: jogo físico e bola longa

Espera-se que o técnico Gustavo Costas, adepto de um estilo tático comparável ao de Felipão, arme o Racing num 4-3-3 (ou 4-1-4-1) focado em anular o Flamengo através da força. A equipe argentina aposta em um jogo de extremo vigor físico, baseado em marcações individuais e perseguições longas pelo campo.

Ofensivamente, o plano é direto e vertical. O Racing não deve fazer questão de construir jogadas curtas. A estratégia principal será a bola longa buscando o centroavante "Maravilla" Martínez.

Embora não seja alto, Martínez é a alma do time: um jogador raçudo, que compensa a falta de técnica com uma entrega absoluta e impressionante capacidade de proteger a bola e vencer duelos físicos.

Uma vez que Martínez disputa a primeira bola, o restante da equipe avança em bloco para lutar vigorosamente pela segunda bola, buscando criar superioridade numérica no setor. Além disso, o time argentino ameaça com chutes potentes de fora da área (especialmente com Almendra e Solari) e um insistente jogo de cruzamentos laterais.

Flamengo precisa aproveitar as brechas do Racing

Se a marcação individual agressiva é a força do Racing, ela é também sua maior fraqueza. O preço pago pelas perseguições longas são os enormes espaços deixados às costas da linha defensiva.

Taticamente, o caminho para o Flamengo será usar sua movimentação técnica para criar"desencaixes. Ao atrair os defensores do Racing, especialmente o lateral Facundo Mura, para fora de posição, o Rubro-Negro encontrará corredores livres para atacar.

Além disso, o Racing sofre com grande desfalque em sua espinha dorsal. O zagueiro Franco Pardo é o pilar defensivo da equipe.

Bola parada é grande ponto fraco

A maior vulnerabilidade do Racing, no entanto, está nos escanteios defensivos. A equipe argentina adota uma marcação individual na bola parada, onde os jogadores se preocupam excessivamente em seguir seus oponentes diretos, mas esquecem de atacar a bola.

Isso gera finalizações livres dentro da pequena área. Para os bons cabeceadores do Flamengo, como Léo Pereira e Danilo, esta é uma oportunidade de ouro.

Portanto, o cenário para esta quarta-feira (22) é de um Flamengo que precisará de inteligência para não cair na pilha física de um adversário descansado. A chave será usar a superioridade técnica para explorar os claros defeitos estruturais da defesa argentina, tornando o fator casa crucial para construir uma vantagem no confronto.