Jogada10
·04 de setembro de 2025
Giorgio Armani morre aos 91 anos e deixa legado marcante no futebol através do Napoli

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·04 de setembro de 2025
O mundo da moda perdeu uma de suas maiores referências na manhã desta quinta-feira (04): Giorgio Armani. Um dos maiores nomes da história, o estilista faleceu cercado por familiares, aos 91 anos, em Milão. Sua partida também encerra um capítulo que misturou arte, elegância e futebol de maneira singular.
Conhecido por transformar passarelas em vitrines de sobriedade e bom gosto, Armani também levou seu olhar refinado para os campos. Sobretudo para o uniforme do Napoli, que vestiu com exclusividade por cinco temporadas.
A parceria com o clube do sul da Itália se iniciou em 2021 e e marcou um raro encontro entre estilo e identidade esportiva. Com a assinatura da Emporio Armani, braço esportivo da grife, o Napoli vestiu peças desenhadas baseadas em princípios estéticos que evocavam desde tradição do clube à conexão com Diego Maradona.
Ao apostar na camisa como uma extensão cultural, o estilista provou que no futebol, assim como na moda, o detalhe faz diferença.
Ao aceitar o desafio de criar os uniformes do Napoli, o ícone se baseou em sua própria sensibilidade artística e homenageou o maior ídolo da história do clube.
“O azul que eu usei lembra aquele que Maradona costumava vestir. Eu quis uma opção mais leve que fosse orgânica com o que o Napoli fez no passado. Só que interpretando com meu próprio senso de cor, forma e equilíbrio”, revelou em entrevista à GQ.
Durante cinco anos, a equipe napolitana desfilou em campo com modelos que iam além da funcionalidade esportiva. O artista dizia que costurava conceito, herança e inovações em sua essência de produção.
“Eu prefiro cores calmas. Não estava num momento de me opor conscientemente à atual forma de vestir jogadores em campo. Eu sempre sigo meu instinto e meu gosto mesmo se isso significar que estou indo contra a corrente”, completou.
A ligação com o esporte, porém, não se limitou à Série A. Isso porque o estilista também vestiu as seleções da Itália e da Inglaterra em cerimônias oficiais e jogos internacionais.
O estilista também vestiu a seleção feminina italiana – Foto: Divulgação
Sua marca também fechou um acordo com a Juventus para fornecimento de trajes sociais da delegação profissional. Além disso, colaborou com atletas de elite como Rafael Nadal, David Beckham e Cristiano Ronaldo.
Seu compromisso com o rigor estético influenciou o modo como clubes e atletas passaram a se posicionar visualmente. Entre especialistas, há um consenso que o profissional trouxe sofisticação a um ambiente muitas vezes tratado com informalidade visual.
Nascido em Piacenza, no norte da Itália, Giorgio iniciou sua jornada profissional na medicina, mas encontrou na moda seu verdadeiro talento. Ele fundou sua marca em 1975, em Milão, e construiu um império com faturamento estimado em 2,3 bilhões de euros por ano.
Mesmo aos 91 anos, continuava no comando da empresa e à frente dos negócios. Ele só se ausentou dos desfiles pela primeira vez em junho deste ano, já por questões de saúde.
O próprio grupo Armani ficou responsável por confirmar sua morte através de um comunicado oficial.
“Com infinita tristeza, o Grupo Armani anuncia o falecimento de seu criador, fundador e incansável força motriz: Giorgio Armani”, iniciou.
“Sr. Armani faleceu pacificamente, cercado por seus entes queridos. Incansável, trabalhou até os últimos dias, dedicando-se à empresa, às coleções, aos diferentes e sempre novos projetos em andamento e por vir”, finalizou o comunicado publicado nas redes sociais da marca.
Mesmo próximo do fim da vida, Giorgio ainda se preocupava com o futuro de sua marca. Ele revelou recentemente ao Financial Times que pretendia conduzir uma transição suave de comando. Ou seja, respeitando a integridade de tudo que construiu.
“Quero que a sucessão seja orgânica e não um momento de ruptura”, afirmou.
Ao longo de sua carreira, supervisionou cada etapa do processo criativo — dos tecidos à maquiagem das modelos. Seu envolvimento direto, inclusive nos uniformes esportivos, deixou claro que seu talento não se limitava ao prêt-à-porter.