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·08 de setembro de 2025

Livro eterniza o 2024 do Botafogo. Lançamento é nesta segunda-feira!

Imagem do artigo:Livro eterniza o 2024 do Botafogo. Lançamento é nesta segunda-feira!

A frase que define 2024 virou livro: “É tempo de Botafogo”. Nos gramados, o Glorioso se orgulha de contar com Garrincha e Nilton Santos, Túlio Maravilha e Donizete, Luiz Henrique e Igor Jesus. No mundo das letras, os jornalistas Rafael Casé e Claudio Portella brilham com a dobradinha e assinam 262 páginas para deixar qualquer alvinegro orgulhoso. Nesta segunda-feira (8), a partir de 18h, na loja oficial do clube, em General Severiano, a dupla recebe o público para uma sessão de autógrafos e lança a obra com a presença do zagueiro Barboza e do lateral-esquerdo Marçal.

Os autores classificam “É tempo de Botafogo” como uma nova faixa de campeão, ou seja, para guardar na cabeceira e lembrar diariamente que o Mais Tradicional terminou o ano passado com as taças da Copa Libertadores e do tricampeonato do Brasileiro nas mãos, de forma épica, após um 2023 trágico para a Estrela Solitária. A temporada alvinegra é, de fato, única e digna de uma extensa produção literária.


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O livro nasce da parceria entre os jornalistas, a editora Gryphus e o próprio Botafogo. Nele, o leitor encontrará um rico acervo de fotos, bastidores, depoimentos dos protagonistas das conquistas, entrevistas exclusivas, relatos de torcedores. Há também a interação com vídeos através de QR codes e até memes da internet. Um verdadeiro compilado de emoções.

Juntos, antes de “É tempo de Botafogo”, Casé e Portella escreveram, aliás, “95 – A tua estrela brilha”, sobre o bicampeonato nacional. O primeiro ainda é autor das biografias de Quarentinha (“O artilheiro que não sorria”) e Carlitos Rocha (“Somos todos Carlitos”), além de outras publicações sobre o Glorioso, como “21 depois de 21”, obra que revisita o icônico título carioca de 1989.

O Jogada10 conversou, então, com os dois autores. Confira o papo abaixo!

Quatro perguntas para Rafael Casé

1- Como nasce o projeto do livro e quanto tempo até o nascimento da obra?

“A ideia de escrever um livro tinha vindo de 2023, quando a gente tentou fazer algo em tempo real para lançar assim que o Botafogo fosse campeão, já que o time estava muito à frente na tabela. Foi um mico, uma tragédia que aconteceu depois. O projeto meio que morreu. Em 2024, a partir do momento em que o time cresce e se encaminha para a glória, a gente começou a meio que intimamente pensar em fazer aquilo de novo. Mas, como somos supersticiosos, só resolvemos tocar o projeto depois das duas conquistas. E aí foi uma gestação. Nove meses entre o título e a pré-venda. Entre a gente começar a escrever, no começo de janeiro, até agora, setembro. A gente está muito feliz que, mesmo depois desse tempo todo, tenha conseguido retratar essa história tão importante para o botafoguense.”

2 – A literatura sobre o Botafogo sempre foi muito calcada em ídolos do passado, como as biografias do Quarentinha, Heleno, Garrincha e João Saldanha. Como foi escrever sobre um fato que, para a História, aconteceu ontem? Sem o distanciamento histórico que exigem, por exemplo, as obras biográficas ou até mesmo outros momentos marcantes do Botafogo, como 1989 e 1995.

“Acho que cada livro tem uma característica diferente. Quando você escreve biografias, evidentemente há um lastro informativo, muito mais material para pesquisar. São anos e anos de história para contar e, mesmo assim, cada um tem uma característica. Por exemplo, quando escrevi a biografia do Quarentinha, ainda havia muitos jogadores que atuaram com ele. Já a biografia do Carlito Rocha ninguém que tinha convivido com ele estava vivo. Nos livros de campeonatos (89 e 95), você tem todo um tempo de maturação dessas conquistas e consegue falar com todos os ex-jogadores. São muito acessíveis, sobretudo por verem que se trata de uma homenagem. O time de 2024 continua no presente. Na verdade, o livro tenta ser, além de uma homenagem para esses caras, uma máquina do tempo que a gente vai poder acessar sempre que sentir vontade de relembrar.”

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Botafogo conquistou o Brasileirão de 2024 oito dias após a inédita Libertadores – Foto: Vitor Silva/Botafogo

3 – Houve, em 2024, algum momento que indicou que aquele ano terminaria de uma forma tão gloriosa para o Botafogo?

“Botafoguense não comemora antes da hora. Você vê em 2023, não é? Todo mundo muito empolgado. O que aconteceu? Para mim, particularmente, quando tem a vitória sobre o Palmeiras, às vésperas da decisão da Libertadores, foi talvez a semana mais importante (da história do Botafogo nos últimos tempos. Aquela retomada da liderança do Brasileiro, jogando fora de casa, contra o algoz de 2023. Depois, a conquista na Libertadores daquela forma heroica, com uma invasão de torcedores, nunca vista em Buenos Aires. Acho que ali, eu, pelo menos, tive a sensação, não a certeza, de que a taça não escapava mais da gente.  Naquele jogo contra o Palmeiras, tive a sensação de que ganharíamos a Libertadores e o Campeonato Brasileiro, mesmo ainda com jogos difíceis pela frente, principalmente o Internacional, lá em Porto Alegre.”

4 – Qual é o tamanho da força dos relatos de quem viveu a temporada passada?

“Temos entrevistas exclusivas. O Marlon (Freitas) deu um depoimento incrível, muito emocional, mostrando o envolvimento dele com o Botafogo e com aquelas conquistas. O livro é uma coletânea de sensações, impressões e fatos. Sabe aquela caixa onde você guarda suas memórias, uma carta, um objeto ou coisas importantes para a vida? O livro é mais ou menos assim em relação a 2024. A gente fala de jogadores, torcida, da trajetória que foi vir da Segunda Divisão, em 2021, e chegar no final de 2024 de uma maneira tão gloriosa. A gente fala de personagens. É uma caixa de lembranças que vai sempre ficar guardada. Quando a gente tiver saudade, abre o livro e revive todas as lembranças”.

Quatro perguntas para Claudio Portella

1- O ano de 2024, como todo botafoguense sabe, começa em 2023. Como o livro acompanha essa reviravolta tão grande de um clube que saiu de um dos maiores fiascos de sua história até o ano mais glorioso possível?

Em 2023, estávamos escrevendo o livro de forma bem comedida, sem falar com ninguém, só com as nossas famílias e nossas esposas. Se fosse campeão, lançaríamos como um presente de Natal. Por isso, escrevemos em tempo real. Fizemos um contrato de gaveta com a editora. O Botafogo tinha uma margem muito grande na liderança, então, a tendência é que tinha uma grande chance de ser campeão e por antecedência. Até que começou a derrocada. Tem uma hora que a gente para de escrever e ver o que acontece. Um traço do botafoguense é não é cantar vitória e não ser arrogante, muito pelo contrário. Eu sou até muito supersticioso. O Casé, menos. Porém, embora tenha a parte sentimental, somos botafoguenses. Na reta final de 2023, tínhamos 2/3 da obra, algo que virou um capítulo. No nosso livro, a gente aborda desde a Série B de 2021 até a virada, quando se transforma em SAF, através do John Textor. Eu, com 43 anos, não vi nada mais triste que 2023. Mas foi necessário para florescer o 2024. Isso fica claro. O capítulo mais lindo da história do Botafogo aconteceu por conta da decepção de 2023.

2 – Por falar nessa virada de chave, você acredita que 2024 encerra de forma definitiva os traumas que o Botafogo carregava no passado?

“Tudo é a maneira como você perde ou ganha. O Botafogo é um clube que sofreu muito. Foram 29 anos sem ganhar nenhuma competição de grande expressão. E aí você perde 2023 da maneira como foi. Mas, em 2024, devolve os 4-3 no Palmeiras, em dois jogos na Libertadores, vence o Palmeiras de novo, em São Paulo, para passar e ser campeão brasileiro faltando três rodadas. Na mesma temporada, derrota o Flamengo duas vezes, um rival que lutava também. Um 4-1 que poderia ter sido até uma goleada histórica. E aí você ganha uma Libertadores, com um homem a menos, com 30 segundos, mas metendo 3-1, com os camisas 7 e 13, números emblemáticos do Botafogo, marcando gols. No fim, um gol do Junior Santos, responsável por classificar o time lá nas fases eliminatórias. Uma semana depois, você é campeão brasileiro no seu estádio, onde não tinha ganhado nada de expressão. E com o gol do cara que tinha sido expulso uma semana antes. É uma história maravilhosa. Nenhum roteirista de cinema faria igual. Nem de ficção. Seria muito inverossímil. É a história mais bonita de um campeão.”

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Buenos Aires virou bairro. Botafoguenses protagonizam a maior mobilização da história – Foto: Vitor Silva/Botafogo

3 – Qual é o relato mais impressionante na história de quem viveu a temporada passada? Detalhes. Pode ser algo que você mesmo viveu.

“Estava lá com meu filho, o abraçando. Disse a ele, quando o Gregorio foi expulso, que seria sofrido, mas era o nosso dia. Tenho histórias com meus pais, com meus irmãos, com meus filhos, mas prefiro falar sobre um torcedor. Seu Francisco estava lá aos 75 anos. Ele foi sozinho, de caravana. Todo mundo ali o ajudando. Ele foi lá porque estava com o princípio de Alzheimer e não queria esquecer. Falou que precisava estar no Monumental para garantir aquela memória. Ele esperou a vida inteira por aquilo. Já estava esquecendo algumas coisas, mas o botafogo ele não esqueceria. É uma das muitas histórias, emocionantes, de pessoas que estavam em Buenos Aires. Outras não foram, mas estavam no coração e presentes de alma.”

4 – Se você tivesse que escolher uma única imagem que simboliza a expressão “tempo de Botafogo”, qual seria?

“Começamos o livro falando sobre um filho que não entendia por que a mãe chorava quando o Botafogo goleava o Peñarol (URU) por 5 a 0, na partida de ida da semifinal da Libertadores, no Estádio Nilton Santos. E terminamos falando sobre o futuro que nasceu. Encontramos um torcedor que foi pai justamente no dia em que o Botafogo conquistou a América. As crianças me impactam. As gerações. Filhos, pais e avós juntos comemorando. Quem viu os anos dourados do clube, depois o Túlio e os jovens que celebraram um título grande pela primeira vez. A imagem que fica para mim é a de torcedores de diferentes idades, misturados, chorando… Ela representa o tempo de Botafogo.”

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