Mais do que uma festa, o Aerofla é uma torcida abraçando um time, uma cidade e a si mesma | OneFootball

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·27 de novembro de 2025

Mais do que uma festa, o Aerofla é uma torcida abraçando um time, uma cidade e a si mesma

Imagem do artigo:Mais do que uma festa, o Aerofla é uma torcida abraçando um time, uma cidade e a si mesma
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Mais uma vez a torcida rubro-negra realizou seu ritual de acompanhar o time na jornada entre o Centro de Treinamento Jorge Helal, o chamado Ninho do Urubu, e o Aeroporto Internacional Tom Jobim, mais conhecido como Galeão. Um ritual já famoso, e que ganhou dos torcedores e da mídia o apelido carinhoso de “Aerofla”.

É inegável que o Aerofla é uma festa. São milhares de torcedores na frente do CT, gente acompanhando de moto, de carro, de barco. São bandeiras e fogos e sinalizadores, é torcedor de pé em cima do ônibus, é gente buzinando, são hinos e gritos de guerra. Uma massa em vermelho e preto que se desloca pela cidade, que interrompe o trânsito, que faz parar tiroteios, que chama atenção até mesmo de quem consegue a quase impossibilidade de não saber o que está acontecendo.


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Mas o Aerofla, obviamente não é só isso. Primeiro porque, numa época de final em jogo único, ingressos caríssimos e elitização do futebol como um todo, um momento como esse acaba sendo a única oportunidade de vários torcedores de estar perto do time. Uma viagem a Lima é caríssima, o preço de um plano de sócio-torcedor é alto, um ingresso pro Maracanã é salgado. Mas subir num ônibus, enfiar a cabeça pelo teto solar e tirar uma foto com o Léo Pereira? Ao mesmo tempo não tem preço e não custa um centavo.

E nisso ele se torna também uma declaração de amor ao Rio. Uma cidade que no seu caos e beleza, que na sua capacidade de oferecer tudo de mais bonito mas que infelizmente é também atravessada por tudo que existe de mais complicado, é o único lugar do planeta onde poderia ter nascido o Clube de Regatas do Flamengo, por mais que não exista local no mundo onde não possa nascer um flamenguista. Se somos petulantes, debochados, brincalhões, isso vem da alma inerentemente carioca de seis jovens remadores que provavelmente queriam só impressionar um pessoal e, sem imaginar, criaram uma nação.

Mas, acima de tudo, o Aerofla é um momento em que a nação rubro-negra celebra a si mesma. Somos nós festejando nossa própria capacidade de festejar, nosso próprio talento para comemorar, nossa capacidade imensa e um tanto quanto maluca de mobilização. O Aerofla é sobre um abraço em Arrascaeta, um último “boa sorte” pra Bruno Henrique, mas é também sobre estar do lado de quem acredita no que você acredita, vive pelo que você vive, e saber que ninguém está sozinho nesse sonho.

Então essa volta do time de Filipe Luís ao Rio não foi oba-oba, não foi comemorar antes da hora e talvez seja exatamente o oposto disso. É por entender o valor da conquista, o tamanho do desafio, que o Flamengo voltou até sua casa, que cada jogador beijou sua esposa, abraçou seus filhos e foi carregado por uma massa de rubro-negros nessa última parada em direção a Lima, no que não é bem uma despedida, já que cada um de nós está, de certa maneira, entrando junto com eles nesse avião.

E que quando a gente se reencontrar, possa ser, é claro, pra levar do aeroporto até o clube não apenas um time campeão, mas também a nossa quarta taça da Libertadores da América. Com uma festa ainda maior, mais bonita, e mais rubro-negra.

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