Esporte News Mundo
·01 de outubro de 2025
Manuela brilha no Sub-13 do Sogima e responde a preconceito com gols e raça

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·01 de outubro de 2025
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No último sábado (27), uma cena que deveria ser apenas de celebração ao futebol deu lugar também à reflexão. Durante a partida entre Sogima e Búzios, pelo Campeonato Metropolitano Sub-13, a jovem Manuela foi alvo de insultos machistas vindos da comissão técnica e da torcida adversária.
Dentro de campo, a resposta veio em grande estilo: talento, determinação e dois gols que garantiram a vitória do Sogima. Fora dele, frases como ‘Lugar de mulher é na cozinha’ e ‘Não sei por que colocam uma menina pra jogar futebol’ escancararam um preconceito que insiste em resistir.
O episódio mais grave, segundo relatos, ocorreu quando o técnico do Búzios questionou ao bandeirinha se mulheres poderiam atuar junto aos meninos. A atitude gerou imediata indignação da comissão técnica do Sogima, que rebateu lembrando que o regulamento permite a participação da atleta.
Manuela veste a camisa do clube há cerca de três anos. Com a falta de investimento no futebol feminino de base, encontrou espaço no time masculino Sub-13. Dentro do Sogima, o cenário é diferente: Manu é respeitada e valorizada por colegas e treinadores, que reconhecem seu talento e comprometimento.
Foto: Welligton Barbosa / Acervo Pessoal
E foi justamente com bola na rede que a atacante deu a resposta mais contundente. Cabeça erguida, futebol de qualidade e um desempenho decisivo que silenciou qualquer tentativa de desmerecê-la.
Nas redes sociais, circula um vídeo que mostra a indignação de familiares e da comissão técnica do Sogima diante do episódio, com cobranças por respeito e igualdade de direitos no futebol.
— É muito bom pra mim, porque além de inspirar outras pessoas é muito bom estar jogando. Por exemplo, hoje, depois das críticas que passei, fazer um jogo desses é espetacular — disse a atleta Manuela.
Foto: Reprodução / Instagram
https://www.instagram.com/reel/DPJ4MmcAPc5/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA==
O vídeo já ultrapassou 20 mil visualizações no Instagram e, nos comentários, surgem diversos relatos de ex-atletas e familiares de jogadoras que enfrentaram situações semelhantes no futebol. A publicação reacendeu, mais uma vez, uma pauta delicada e urgente: o machismo ainda presente no futebol.
O caso reforça uma verdade inegociável: o esporte é de todos — e delas também, sobretudo quando tentam apagá-las.
Em meio ao episódio, a organização da competição ainda não se manifestou publicamente. A reportagem do ENM tentou contato em busca de esclarecimentos, mas não obteve resposta até o momento.