Muricy vê necessidade de contratações precisas do São Paulo para 2026 e admite: “O ano será mais difícil” | OneFootball

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·06 de dezembro de 2025

Muricy vê necessidade de contratações precisas do São Paulo para 2026 e admite: “O ano será mais difícil”

Imagem do artigo:Muricy vê necessidade de contratações precisas do São Paulo para 2026 e admite: “O ano será mais difícil”

Jogador, treinador, ídolo e, atualmente, coordenador técnico do São Paulo Futebol Clube, Muricy Ramalho certamente tem muitas histórias para contar. O momento, entretanto, é de manter os pés no chão e focar em recolocar o Tricolor no local de onde nunca deveria ter saído: o topo do futebol brasileiro.

Dono de seis Brasileiros, uma Copa do Brasil, três Libertadores e três Mundiais, o São Paulo passa por um momento de instabilidade devido à grave crise financeira que atravessa. O Tricolor enfrenta uma dívida de R$ 912 milhões e, nos últimos anos, viu Flamengo e Palmeiras dominarem o cenário nacional e internacional. O clube são-paulino foi o maior ganhador da Libertadores por 20 anos, mas foi ultrapassado pelo Rubro-Negro carioca nos últimos dias.


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Parte integrante do processo de reestruturação do São Paulo, o coordenador técnico Muricy Ramalho entende que o clube precisa voltar a caminhar ao lado dos gigantes do futebol brasileiro. Um dos primeiros passos para alcançar essa meta que parece inatingível é a classificação à próxima edição da Copa Libertadores.

A equipe tricolor ainda sonha com uma vaga na fase preliminar da Libertadores, mas depende de dois fatores para tal. Primeiro, precisa vencer ou empatar com o Vitória para terminar o Brasileirão na oitava posição. Depois, torce para que o G7 vire G8 por meio da definição da Copa do Brasil.

“[A vaga na Pré-Libertadores] é importantíssima. Na Pré-Libertadores, tudo é mais para nós, tudo é melhor. O ideal seria como fizemos no ano passado, quando fomos direto [à fase de grupos], mas esse ano não deu. Para nós, é fundamental. Os jogadores sabem disso, existe essa cobrança aqui em cima de todos nós. Essa Libertadores é fundamental no nosso processo e no nosso planejamento”, explicou Muricy Ramalho em entrevista exclusiva à TV Gazeta, no SuperCT.

Diante da delicada situação financeira, o São Paulo não poderá fazer grandes movimentações na janela de transferências, que se abre em janeiro de 2026. O Tricolor deve adotar a mesma estratégia utilizada recentemente, priorizando a vinda de jogadores livres no mercado ou por empréstimo, sobretudo com opção de compra.

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(Foto: Thais Bueno/Gazeta Press)

A diretoria do São Paulo realiza reuniões para definir os rumos do planejamento para a próxima temporada, mas ainda vê o cenário indefinido pela classificação ou não à Libertadores. A alta cúpula tricolor, porém, já decidiu que, entre as prioridades do clube, estarão a busca por reforços mais jovens e a intenção de dar mais oportunidades aos garotos de Cotia.

Por dentro do processo, Muricy projetou que a próxima temporada será ainda mais difícil do que a atual, sobretudo pelo baixo poder de investimento do clube no mercado. Inicialmente, o São Paulo não poderá cometer nenhum tipo de loucura financeira, especialmente porque precisa cumprir as regras do FIDC (Fundo de Investimento em Direito Creditório), mecanismo implantado no fim de 2023 para reorganizar as receitas do clube.

Apesar disso, o São Paulo vem articulando nos bastidores a criação de um novo fundo de investimentos em parceria com a Galápagos para viabilizar a contratação de reforços para a próxima temporada. O objetivo é que o fundo seja capaz de dar ao clube a condição de contratar jogadores e elevar a competitividade do time após um 2025 aquém das expectativas.

“Já falei algumas vezes: o ano que vem será muito mais difícil do que esse ano. Muito mais difícil. Por isso que as pessoas têm que analisar. O Brasileiro, por exemplo, vai começar antes. Quem subiu? As pessoas não veem detalhes. Eu sou viciado em futebol, conheço o Brasileirão de perto. Você tem que analisar quem subiu. De cara, subiu o Athletico-PR, que tem dinheiro e vai investir muito. O Coritiba, que é SAF, vai investir também. O Remo, com uma torcida gigante, vai vir forte. Então, você vê que são equipes que você tem que estar ligado, cara. O ano que vem vai ser muito mais difícil para todos nós. Teremos que ser muito bons aqui no São Paulo para investimentos, contratações — que precisamos — para enfrentar esse ano que vem”, projetou.

Para a atual temporada, o São Paulo contratou Oscar, Enzo Díaz, Cédric Soares, Wendell, Dinenno, Tapia, Rafael Tolói, Mailton e Emiliano Rigoni. Para a próxima temporada, o planejamento é trazer novos nomes sem estourar o orçamento previsto para contratações.

“Não adianta falar do São Paulo marca. Eu também amo meu clube, mas temos que investir legal para dar resposta. Eu não sou de sair muito na rua, mas quando eu saio, as pessoas falam: ‘Poxa, Muricy, ajuda aí, dá um jeito’. Eu ajudo para caramba, mas vocês podem ter certeza que sou o representante de vocês. Às vezes passo um pouco, sou chato, mas se eu não for assim, quem vai ser? Tem que cobrar também. Estamos aí brigando e temos que ter um time forte para o ano que vem”, completou.

São Paulo não pode se contentar com pouco, diz Muricy

O São Paulo pode terminar o ano na oitava colocação e com uma vaga na Pré-Libertadores, mas isso ainda não é suficiente na visão de Muricy Ramalho.  O Tricolor não pode se contentar a assistir os outros clubes conquistar títulos e não passar por nenhuma mudança. O clube também precisa fazer parte da festa, como foi em 2023, quando ganhou a inédita Copa do Brasil.

“É claro, é o que tem nesse momento [sonhar com a Libertadores]. O que tem nesse momento é isso, entendeu? E nós temos que brigar por cima disso aí, mas já pensando no ano que vem. Temos que voltar a ser grandes. Não adianta vir aqui, conversar. Eu não falo muito, mas isso que estou falando aqui, falo para a diretoria. Temos que melhorar muito, o São Paulo é grande demais para ficar só vendo os outros festejarem”, comentou o coordenador com exclusividade à TV Gazeta.

“Não fico com raiva porque trabalhei nesses clubes também, tenho simpatia por eles. Mas meu clube é o São Paulo, eu não tenho que estar vendo, tenho que estar lá participando. Tenho que ser o cara da festa, entendeu? Isso deixa a gente indignado. E eu entendo a torcida do São Paulo. Eles têm que exigir mesmo. Por isso que eu falo, a pressão faz o cara melhorar. Por isso nunca reclamei de pressão. O cara vai ter que fazer o melhor. E temos que fazer o melhor para o ano que vem”, complementou.

É justamente com o pensamento já na próxima temporada que o São Paulo irá a Salvador encarar o Vitória, no Barradão, na última rodada do Campeonato Brasileiro. Um triunfo no Barradão é fundamental para a equipe continuar sonhando com uma vaga na Libertadores de 2026. Em razão disso, o Tricolor vai com força máxima para o confronto, rechaçando a ideia de antecipar as férias de alguns jogadores.

“A pressão lá é gigante, já estive lá algumas vezes como treinador. É sempre muito difícil, ainda mais nessa época do ano, que é muito calor, quente demais. Para chegar no Barradão é difícil, mas você percebe que o gramado está bom. Hoje, os campos mudaram bastante. Eles dependem desse jogo e nós também. Vamos com o melhor que temos. Aqui não tem esse negócio da já entrou de férias. Aqui, não vão entrar em férias agora não. Vão os melhores que temos para a Bahia. Vamos dar o nosso melhor e, se Deus quiser, pegar essa Pré-Libertadores”, prometeu o dirigente.

“Mas é assim que começa. Você começa na Pré-Libertadores, mas daqui a pouco você está brigando lá em cima. Você vem de um sofrimento, que é a Pré. Eu acredito sempre no melhor. Claro que desde que você tenha ferramentas para fazer o melhor. Eu não vou me enganar, sou um cara muito realista. O São Paulo não pode ser mais ou menos, tem que ser gigante, e vai ter que ser no ano que vem”, completou Muricy.

Muricy entende fustração da torcida

Dentro de campo, o time são-paulino caiu na semifinal do Campeonato Paulista para o Palmeiras, com um pênalti que gerou polêmica. Na Copa do Brasil, a equipe foi eliminada ainda nas oitavas de final, enquanto na Libertadores, se despediu nas quartas de final. No Brasileirão, está perto de terminar no oitavo lugar.

Os resultados não foram satifastórios, enquanto Flamengo e Palmeiras seguiram competindo pelas principais competições do futebol sul-americano. Justamente por este motivo, Muricy disse entender a frustração da torcida com o desempenho abaixo do esperado.

“Eu sou torcedor, tenho três filhos em casa que me cobram também. E eles têm razão, cara. Tem horas que eu também fico olhando e pensando: ‘só eles estão festejando?’. Eu vi o Flamengo ganhando. Outro dia ganhou [a Libertadores], agora ganhou de novo [o Brasileirão]. É isso que eu quero, cara [para o São Paulo de novo]. É o que a torcida quer também, porque tem que ser melhor mesmo. Aqui não tem esse negócio de só participar. O São Paulo não tem que participar, tem que entrar para ganhar. E a torcida tem razão”, concluiu o coordenador.

Os torcedores do São Paulo ainda terminaram o ano muito insatisfeitos com a diretoria chefiada pelo presidente Julio Casares. A instabilidade política também atingiu os bastidores do Morumbis, que promoveu mudanças na diretoria de futebol com as saídas de Carlos Belmonte, Nelson Marques Ferreira e Fernando Bracalle Ambrogi.

Com isso, Rui Costa (executivo de futebol) e Muricy Ramalho (coordenador técnico) comandarão o departamento de futebol na próxima temporada. Resta à torcida do São Paulo, agora, torcer por dias melhores no ano que vem.

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