Gazeta Esportiva.com
·28 de novembro de 2025
No Palmeiras, Abel Ferreira busca tricampeonato inédito para um técnico com time brasileiro

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O toque de alquimista de Abel Ferreira transformou em ouro o Palmeiras, que tentará na final de sábado contra o Flamengo conquistar um terceiro título da Copa Libertadores sob o comando do treinador português. A decisão, no entanto, chega em momento difícil, com o Verdão em uma sequência de cinco jogos sem vencer, prestes a perder o título do Brasileirão para seu rival na final continental em Lima.
Nunca um treinador venceu três títulos da Libertadores por uma equipe brasileira. Por isso, a conquista deste sábado colocaria Abel Ferreira em um patamar inédito no cenário do futebol pentacampeão mundial.
“Uma coisa é o futebol brasileiro, outra coisa é a Copa Libertadores. São campeonatos completamente diferentes”, advertiu Ferreira em coletiva de imprensa após a derrota por 3 a 2 para o Grêmio na última terça-feira.
Mais além da fase atual, o treinador de 46 anos é o arquiteto da etapa mais vitoriosa do centenário clube paulista. Quando chegou ao Brasil há cinco anos, era difícil imaginar o impacto que teria este jovem ex-jogador, com passagens como técnico pelo Braga (Portugal) e PAOK Salônica (Grécia), sem títulos, e experiência inicial nas categorias de base do Sporting de Lisboa.
Agora pode se tornar o terceiro técnico a conquistar três vezes a Libertadores, após os títulos com o Palmeiras em 2020 e 2021. O argentino Carlos Bianchi ergueu o troféu em quatro ocasiões (Vélez Sarsfield em 1994 e Boca Juniors em 2000, 2001 e 2003). Já o lendário Osvaldo Zubeldía, do Independiente de Avellaneda, conquistou três títulos consecutivos (1968, 1969 e 1970).
“Nunca imaginei que esta etapa fosse tão longa”, comentou Ferreira no início do mês, quando o Palmeiras o homenageou pelos cinco anos no comando. Polêmico nas entrevistas, com críticas à arbitragem e embates com jornalistas, é hoje o técnico mais longevo do futebol brasileiro, onde a paciência costuma ser curta.
Apenas outros três treinadores têm mais de um ano em seus clubes: Filipe Luís (Flamengo), Rogério Ceni (Bahia) e Léo Condé (Ceará). No percurso, Ferreira soma quase 400 jogos, mais de 200 vitórias e 10 títulos, incluindo dois Brasileirões (2022 e 2023).
Poucos dias antes da homenagem, o Palmeiras fez um milagre nas semifinais da Libertadores, goleando a LDU Quito por 4 a 0 após ter perdido por 3 a 0 na ida. Na véspera, Ferreira havia prometido “uma noite mágica”. “Eu digo que mágicos são os cinco anos que ele esteve conosco”, declarou a presidente Leila Pereira.

Abel Ferreira – (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)
Apesar da força econômica do Palmeiras, Ferreira soube valorizar talentos jovens revelados na base, como Endrick e Estêvão. “O Abel me disse: ‘se não marcar o lateral, não joga’. Aprendi a jogar taticamente”, relatou Estêvão ao se despedir rumo ao Chelsea. “Dou graças a Deus por ter colocado Abel e o Palmeiras na minha vida”, completou.
Com o elenco finalista da Libertadores, Ferreira recuperou a melhor versão do atacante Vitor Roque, de 20 anos, após passagem frustrante por Barcelona e Betis. A renovação do contrato de Abel Ferreira, que termina em dezembro, é tema constante entre torcida e diretoria.
O treinador já declarou disposição em seguir, enquanto a imprensa aponta que recusou propostas de Nottingham Forest e Wolverhampton para voltar à Inglaterra. “São cinco anos, mas parecem apenas cinco meses. Tudo passou muito rápido”, disse Ferreira. “Vamos continuar juntos para tornar nosso clube cada vez maior. É uma honra e um privilégio”. Agora, está sob pressão.









































