O Bologna dominou o FCSB e, apesar dos sustos, venceu para respirar na Europa League | OneFootball

O Bologna chegou à Romênia embalado. Desde o empate diante do Freiburg, na segunda rodada da Europa League, a equipe cresceu: aplicou um contundente 4 a 0 sobre o Pisa e venceu o Cagliari por 2 a 0 fora de casa, resultados que ampliaram o clima de confiança e harmonia a um grupo que parece ter reencontrado o melhor que mostrou em 2024-25. Em Bucareste, diante do FCSB, os emilianos confirmaram o bom momento. Venceram por 2 a 1, com autoridade e sofrimento na medida exata. Foi uma noite em que o talento se misturou à resistência: os gols de Odgaard e Dallinga em 12 minutos pareciam o prelúdio de uma goleada, mas o jogo exigiu muito mais do que brilho. Exigiu maturidade.

Mesmo sem o comando presencial de Vincenzo Italiano, ainda em recuperação de um quadro de pneumonia no hospital Sant’Orsola-Malpighi, o Bologna entrou em campo com concentrado. Daniel Niccolini, o auxiliar do treinador, manteve a estrutura que deu resultado nas últimas rodadas, com Skorupski no gol, Zortea pela direita e Lykogiannis na lateral oposta, enquanto Lucumí e Heggem formaram a dupla de zaga. No meio-campo, Moro e Freuler foram os responsáveis por ligar os setores e acionar Orsolini, Odgaard e Rowe, encarregados de municiar Dallinga no comando de ataque. Nas arquibancadas, reforços: Gianni Morandi, cantor e ex-presidente honorário rossoblù, e Matteo Lepore, prefeito de Bolonha, estavam entre os quase 3 mil torcedores que foram até Bucareste apoiar o time.

Logo aos 9, o Bologna deixou clara a diferença técnica entre os dois times. Freuler rasgou as linhas com um passe vertical, Dallinga fez o passe para o lado direito e Odgaard apareceu na pequena área para concluir de primeira, abrindo o placar com categoria. Três minutos depois, a vantagem dobrou: Lykoggianis disparou um chute forte, mas torto, Lixandru cabeceou contra o próprio patrimônio e, no rebote de Tarnovanu, a finalização precisa de Dallinga terminou na rede.

Aos 9 minutos, Odgaard abriu o placar para os italianos (Arquivo/Bologna FC)

Em 12 minutos, o domínio dos visitantes era absoluto e o placar refletia o controle técnico e emocional dos visitantes. O cenário parecia caminhar para um passeio. O Bologna girava bem a bola, encontrava espaços e mantinha a posse com segurança. Aos 25, Orsolini teve a chance de transformar o placar em goleada, mas preferiu o drible e o chute de canhota, rebatido por Tarnovanu, ao passe para Dallinga, livre. Orso, aos 33, fez um lindo gol, deixando dois adversários no chão após movimento desconcertante, mas estava impedido.

Depois, o ritmo caiu, o FCSB cresceu e o jogo, que até então tinha dono, passou a ter equilíbrio. A reação romena ganhou corpo com bolas paradas e insistência. Aos 37, Ngezana e Sut obrigaram Skorupski a intervenções difíceis, numa sequência de defesas espetaculares no mesmo lance. Logo em seguida, aos 41, o arqueiro também impediu que Thiam marcasse. O goleiro polonês, decisivo, manteve o Bologna à frente no placar e no moral. O intervalo chegou como alívio e aviso: a noite ainda prometia trabalho.

À distância, em seu quarto de hospital, Italiano assistia ao jogo e dava instruções para auxiliares repassarem a Niccolini. O Bologna, então, voltou ao segundo tempo sem os amarelados Heggem e Rowe, rendidos por Vitík e Cambiaghi. Porém, tomou um susto bem cedo. Lucumí, em um erro de tempo de bola, não conseguiu mandar para longe o corte parcial de um cruzamento efetuado por Vitík, e o também recém-entrado Birligea aproveitou para descontar, aos 54. O gol incendiou o estádio e fez o FCSB acreditar. O time italiano, acuado por alguns minutos, precisou reencontrar a concentração para não ceder ao ambiente adverso.

A partir daí, o jogo virou teste de caráter. Cambiaghi e Odgaard aceleravam pelos lados, tentando explorar os espaços deixados pela linha alta do FCSB. Dallinga, extenuado, passou a recuar para ajudar na pressão. Lucumí, que havia falhado no gol, se redimiu ao interceptar cruzamentos e liderar a linha defensiva nos minutos mais tensos. O Bologna resistia, suava, se defendia com organização, mas também contragolpeava.

Orsolini foi muito participativo e, por muito pouco, não marcou contra o FCSB (Arquivo/Bologna FC)

Aos 72 minutos, Dallinga teve grande oportunidade: usou o corpo para se livrar da marcação, cortou para o meio e driblou um defensor, mas acabou chutando em cima do goleiro Tarnovanu, desperdiçando um gol praticamente feito. Pouco depois, aos 79, o holandês fez jogada pela esquerda e cruzou para Odgaard, que não conseguiu completar; a bola sobrou para Orsolini, que concluiu sem força e viu a defesa romena afastar em cima da linha, com o goleiro já batido.

O Bologna seguia martelando teve suas duas últimas grandes chances em sequência, aos 81 e 82 minutos. Primeiro, Odgaard aproveitou um toque de cabeça de Orsolini e arriscou de perna esquerda no canto. O chute não foi potente, mas bem colocado – e exigiu uma defesa espetacular de Tarnovanu, que se esticou para desviar a escanteio. Logo depois, Orso dominou de peito um cruzamento da direita e girou bonito, acertando em cheio o poste.

Nos acréscimos, os emilianos fizeram o que precisavam: seguraram a bola, administraram a vantagem e valorizaram cada segundo. Ao apito final, tínhamos um Bologna mais consciente, competitivo e convicto da própria força para a sequência da temporada. Além disso, conquistou um triunfo inédito em Bucareste, coisa que não havia ocorrido nas visitas à cidade em 1939 e 1998.

Com o resultado, o Bologna chega aos 4 pontos e se recoloca na disputa por vaga na próxima fase da Liga Europa. Neste momento, os emilianos ocupam a 18ª posição. No domingo, pela Serie A, o time encara a Fiorentina, em Florença, antes de receber o Brann, da Noruega, no Renato Dall’Ara, para a próxima rodada da competição continental. Já o FCSB visitará o Basel na sequência do torneio.