“Sete meses em que todos os dias pensava em suicidar-me” | OneFootball

Dani Benítez, atualmente sem clube, descreveu um dos capítulos mais difíceis da sua vida, vivido em 2013/14, quando representava o Granada. O médio, que então acusou positivo num controlo antidoping, foi punido com dois anos de suspensão, uma decisão que alterou por completo o rumo da sua carreira.

Em entrevista à Movistar Plus, citada pelo portal AS, o ex-jogador de 38 anos explicou que tudo começou numa festa em casa: «Era uma sexta-feira à noite e dei uma festa em casa, que se prolongou. No dia seguinte, tinha treino, não sei se eram 7h ou 8h, e estava muito bêbado. Houve uma pessoa que me disse: ‘Cheira isto, assim acordas e vais treinar’. Foi o maior erro da minha vida, que vou carregar para sempre. Nunca tinha consumido drogas. Envolvi-me com quem não devia. Foi estranho, estava lesionado e não tinha de ser convocado.»

Apesar disso, acabou por ser chamado ao jogo contra o Real Betis e entrou já perto do final devido à lesão de um colega. «Vou para o túnel e o médico diz-me que tenho de ir ao controlo antidoping. Respondi: ‘Tem a certeza?’. Pensei no que tinha feito no sábado de manhã, contei-lhe e ele disse-me: ‘Reza o máximo que puderes’. Fiz o controlo e fui-me embora. Um mês depois, chegou o resultado positivo e a suspensão.»

Os dois anos fora dos relvados deixaram marcas profundas e Benítez confessou ter vivido um período de grande sofrimento: «Estava em casa e não queria sair. Tive uma recaída e comecei a experimentar de tudo: drogas, bebida, a sair muito… Tinha filhos e não estava presente. Fiquei assim durante cerca de sete meses. Sete meses em que todos os dias pensava em suicidar-me. Chegou um momento decisivo em que pensei: ‘Ou saio do meio, ou mudo radicalmente’. Felizmente, foi isso que aconteceu.»

Com um total de 260 jogos como profissional, o médio somou passagens por vários clubes e, na época passada, representou o CD Huétor Tájar, marcando dois golos em 26 partidas.