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·15 de novembro de 2025
Síncope vasovagal: entenda o que é a condição do meia Oscar, do São Paulo

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·15 de novembro de 2025

Uma das principais notícias do São Paulo nesta semana foi a internação do meio-campista Oscar no hospital Albert Einstein, após o meia passar mal durante exames feitos no Super CT, na Barra Funda. O jogador foi diagnosticado com síncope vasovagal, uma reação exagerada do nervo vago a um gatilho.
Em busca de saber se Oscar pode voltar a jogar após o diagnóstico, a Gazeta Esportiva procurou um especialista, o Dr. Raphael Boesche Guimarães, médico cardiologista com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Oscar passou mal durante um teste na bicicleta na última terça-feira, sendo prontamente atendido pela equipe médica que coordenava os exames. O médico cardiologista explicou que o desmaio do meio-campista pode ter sido um “alerta” do corpo do jogador, mas também citou que a síncope vasovagal é uma condição geralmente benigna.
“Quando um atleta perde a consciência durante o exercício, eu considero isso um sinal de alerta. Uma síncope no esforço pode estar ligada a arritmias malignas, cardiopatias estruturais, como a miocardiopatia hipertrófica, ou até problemas de isquemia. Todas essas condições podem colocar a vida do atleta em risco, especialmente em atividades de alta intensidade”, explicou Dr. Raphael.
“É verdade que existe um tipo comum e geralmente benigno de desmaio, chamado síncope vasovagal. Ele acontece por uma resposta exagerada do sistema nervoso, fazendo a pressão cair rapidamente e reduzindo o fluxo de sangue para o cérebro. Mas mesmo essa síncope, quando ocorre em atletas e durante o esforço, precisa ser encarada com cautela”, prosseguiu.

Oscar (Foto: Rubens Chiri / São Paulo FC)
O cardiologista também detalhou o estudo eletrofisiológico, pelo qual Oscar passou na última sexta-feira.
“Dependendo do caso, também lançamos mão do estudo eletrofisiológico, que é um exame invasivo, mas capaz de mapear com precisão focos de arritmia. Cada resultado nos ajuda a entender o risco e definir se estamos diante de uma condição que permite ou contraindica a continuidade da prática esportiva”, afirmou.
Após o diagnóstico de Oscar surgiu, então, o questionamento acerca de suas condições para voltar a exercer seu trabalho. O cardiologista Dr. Raphael Boesche Guimarães explicou as possibilidades do meia poder voltar a atuar e destacou a necessidade de uma investigação “completa e detalhada” antes de bater o martelo sobre a sequência da carreira do jogador.
“Quando falamos de um desmaio durante o esforço físico, como aconteceu com o Oscar durante o teste na bicicleta, precisamos acender um alerta importante. Síncope em contexto de exercício não é algo que podemos considerar banal. Ela pode indicar desde causas benignas até condições cardíacas graves, e por isso exige uma investigação completa e detalhada”, disse o médico.
“O Oscar está estável, o que é um bom sinal, mas o retorno dele depende inteiramente do diagnóstico. Como o diagnóstico foi uma síncope vasovagal, geralmente é possível liberar o atleta com ajustes de rotina, hidratação adequada e acompanhamento frequente. Agora, se fosse confirmada alguma condição grave, como cardiomiopatia hipertrófica ou arritmias ventriculares de alto risco, aí a recomendação mudaria completamente. Esportes competitivos e de alta intensidade passam a ser formalmente contraindicados. Nessas situações, o foco precisa ser a segurança e a longevidade do atleta”, finalizou.
A temporada de Oscar foi marcada por muitos altos e baixos no São Paulo. Tida como a principal contratação do clube no ano, o meia sofreu com lesões e perdeu muitos jogos. Ao todo, ele disputou apenas 21 partidas, com dois gols marcados e cinco assistências.









































