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·25 de novembro de 2025

Técnico e dirigentes do Corinthians são absolvidos pelo STJD por protestos contra a arbitragem

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  1. Por Henrique Pereira / Redação da Central do Timão

Na manhã desta terça-feira, durante a Sessão de Julgamento da 5ª Comissão Disciplinar, o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol) analisou a denúncia envolvendo as manifestações de Dorival Júnior (técnico do Corinthians), Fabinho Soldado (executivo de futebol) e Osmar Stabile (presidente) contra a arbitragem do duelo entre Corinthians e Internacional, realizado em 1º de outubro. O tribunal decidiu pela absolvição de todos os acusados.

O caso estava registrado sob o Processo nº 0949/2025, baseado no artigo 258, parágrafo 2º, inciso II do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que se refere a gestos ou atitudes desrespeitosas contra árbitros. A relatoria foi conduzida por Ramon Rocha Santos, auditor do STJD. A comissão entendeu que a súmula usada como base da denúncia não apresentava elementos suficientes para punição.


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Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Além dos representantes do Corinthians, também responderam ao mesmo artigo Alessandro Barcelos, D’Alessandro, Juan Romanazzi e Jorge Oliveira Filho, presidente, diretor de futebol, analista de desempenho e vice-presidente jurídico do Internacional, respectivamente. Todos eles também foram inocentados.

As defesas dos dois clubes argumentaram, de forma semelhante, que o árbitro generalizou condutas e atribuiu aleatoriamente ofensas a diferentes personagens na súmula do jogo. As partes pleitearam a absolvição total ou, em último caso, aplicação mínima de sanção. Veja abaixo os relatos e justificativas de cada envolvido.

A partida em questão era válida pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2025, realizada no Beira-Rio, em Porto Alegre. O árbitro principal foi Rodrigo Jose Pereira de Lima, de Pernambuco, com o VAR sob responsabilidade de Gilberto Rodrigues Castro Júnior, também pernambucano. As decisões da arbitragem geraram forte insatisfação de ambos os lados.

No primeiro tempo, o Internacional teve um gol de Oscar Romero anulado por impedimento de Luis Otávio, o que desencadeou protestos agressivos de dirigentes do clube gaúcho, incluindo o presidente Alessandro Barcellos, o diretor D’Alessandro, o analista Romanazzi e o vice Jorge Oliveira. Segundo a súmula, eles precisaram ser contidos pela polícia.

Na etapa final, quem se revoltou foi a delegação corinthiana. Aos 54 minutos, o árbitro marcou um polêmico pênalti de Cacá em Bruno Henrique, lance que resultou no empate colorado. Dorival Júnior acabou expulso após reclamações contundentes e continuou protestando na zona mista. Fabinho Soldado confrontou a arbitragem em campo e depois novamente nos corredores do estádio, acompanhado do presidente alvinegro, Osmar Stabile — ambos também citados na súmula.

No documento, Rodrigo afirma que Dorival teria dito que a arbitragem “deveria sair dali presa”, além de descrever gestos ofensivos e insultos atribuídos ao técnico e aos dirigentes mencionados.

O Corinthians justificou que as queixas surgiram diante de erros que prejudicaram a equipe. O advogado presente na sessão destacou que uma súmula precisa ser baseada em fatos, e não em “achismos”, questionando como todos os denunciados teriam proferido as mesmas palavras e sido contidos da mesma forma. Testemunhas também afirmaram que Osmar Stabile não esteve sequer na zona mista, o que evidenciaria falha no documento.

A defesa utilizou ainda um vídeo do ministro Alexandre de Moraes, torcedor do Corinthians, afirmando em sessão do STF que “fomos roubados” na partida contra o Internacional, reforçando que a polêmica do pênalti era de conhecimento público. Outro material apresentado foi uma análise de Paulo Caravina, do perfil @soudoapito, que classificou como correta a marcação do impedimento do gol colorado no primeiro tempo.

Questionado pelo tribunal, Dorival declarou que o jogo foi “complicado”, com revolta de ambos os times. Ele reconheceu ter se excedido após o pênalti, confirmando falas como “é uma vergonha”, “palhaçada”, “fomos prejudicados” e “estão de parabéns (em ironia)”, mas negou ter dito que a arbitragem deveria sair presa. O técnico também contestou a alegação de que precisou de intervenção policial para deixar o campo e afirmou não ter visto Osmar Stabile na zona mista.

Fabinho Soldado também depôs. A súmula o acusava de chamar o árbitro de “safado” e de insistir em protestos após o jogo. Ele admitiu que entrou em campo, mas para tentar controlar a situação, negando insultos. De acordo com sua defesa e com a do Internacional, a zona mista era extremamente tumultuada, o que colocaria em dúvida a identificação precisa de quem reclamou.

O advogado colorado argumentou que o árbitro não considerou aspectos culturais e linguísticos dos envolvidos. Segundo sua defesa, a súmula não refletiu o modo de falar gaúcho, que utiliza o “tu” em vez de “você”, além de ter traduzido expressões de argentinos, dificultando a interpretação do que realmente foi dito.

O presidente Alessandro Barcellos, acusado de insultar o árbitro, afirmou que foi incluído na denúncia sem ter proferido qualquer ofensa. Ele disse que houve revolta generalizada, mas não foi possível identificar quem, de fato, insultou a arbitragem.

Jorge Oliveira Filho teria dito “Você de novo nos prejudicando, seu safado”, segundo a súmula. Na audiência, ele confirmou que houve reclamações do clube, mas negou ter sido autor dessas palavras. Juan Romanazzi, acusado de chamar o árbitro de “filho da p#@”, também negou qualquer xingamento, dizendo que sequer participou da confusão pós-jogo, encontrando o árbitro apenas antes do segundo tempo, quando não disse nada.

Ao final do julgamento, a 5ª Comissão Disciplinar considerou as acusações inconsistentes e absolveu todos os denunciados de Corinthians e Internacional.

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