MundoBola
·10 de dezembro de 2025
Time, seleção ou fábrica de cimento: pra ganhar o mundo de novo vamos ter que derrubar quem vier

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·10 de dezembro de 2025


Primeiro é preciso reconhecer, mais uma vez, a mudança absurda de patamar que vive o Flamengo. Se alguns anos atrás terminávamos novembro comemorando vaga pra Libertadores, esse ano chegamos no dia dez de dezembro passando de fase no Mundial Interclubes e esse nem é o primeiro mundial que disputamos na temporada. A barra subiu, o paradigma mudou, o rubro-negro ficou rico e esqueceu alguns amigos de antigamente chamados “baixa ambição”, “pacote de contratações do Ipatinga” e “entrar em torneio não pra vencer, mas pra participar”.
Mas mesmo antes desse salto, mesmo antes que o Flamengo finalmente saísse do mundo invertido onde o maior clube de um país não consegue pagar sua conta de luz, o sonho do segundo título mundial já existia. Nosso atacante era Fernando Baiano? Queremos o mundo de novo. Walter Minhoca camisa 10? Em busca do bi mundial. Marcelo Cirino disse que não sabe se vai chegar ao nível de Zico? Primeiro vamos em Tóquio resolver uma coisinha, depois a gente conversa.
Um sonho que surgiu no exato instante em que fomos campeões mundiais pela primeira vez em 1981, com a eterna geração de Zico, e que deixou de ser delírio com a geração de Arrascaeta, Bruno Henrique e Filipe Luís, que nos levou três vezes ao torneio que só tínhamos disputado anteriormente uma vez em toda a nossa história. O dolorido vice contra o Liverpool, a patética eliminação para o Al-Hilal durante a gestão do amante profissional de sogras Vitor Pereira e a recente campanha na Copa do Mundo de Clubes da Fifa, em que vencemos um Chelsea que viria a ser campeão mas fomos eliminados pelo Bayern.
A quarta tentativa começou hoje, diante do Cruz Azul do México, na etapa do Mundial Interclubes chamada “Derby das Américas”, uma espécie de quartas de final do torneio, mas que se teve entrega de troféu e medalhas, pode sim ser considerado parte da quíntupla coroa rubro-negra em 2025, ao lado da Supercopa do Brasil, o Campeonato Carioca, a Libertadores e o Brasileirão.
E começou com show de Arrascaeta. O time esteve longe de realizar uma grande atuação, vários atletas pareciam ainda em modo de espera até a chegada de uma possível final, mas o ano iluminado do nosso camisa 10 não quer acabar. Se no primeiro gol ele recebeu um presente da defesa adversária, no segundo ele até buscou a humildade, mas o futebol quer Giorgian artilheiro e foram dele os dois tentos da vitória, que só não foi mais tranquila por conta de uma palhaçada orquestrada por Pulgar e Carrascal, que terminou em gol mexicano.
Por isso o sonho, que começou já em 14 de dezembro de 1981, no dia seguinte ao primeiro título mundial, continua. Levantamos a Libertadores, pegamos nosso passaporte, e queremos o mundo de novo. Que seja a fábrica mexicana de cimento, que sejam as próprias pirâmides do Egito no fim de semana, que sejam todos os contadores, petrodólares e barras de ouro do Fundo Soberano de Investimentos do Catar, que financia o PSG. Sabemos que o caminho não é fácil, mas a gente também sabe o que quer. Algo que parecia tão longe, mas hoje, vai ficando cada vez mais perto.









































