MundoBola Flamengo
·23 de novembro de 2025
Torcida do Flamengo faz homenagem a ícone do rádio brasileiro em mosaico

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·23 de novembro de 2025

A vitória do Flamengo por 3 a 0 sobre o Bragantino, no Maracanã, começou antes mesmo de a bola rolar. No setor Leste, uma faixa com a frase “E acaba de chegar São Judas Tadeu” — uma das marcas de Washington Rodrigues, o Apolinho — chamou a atenção dos torcedores. A expressão ficou eternizada na final do Campeonato Carioca de 2001, pouco antes da cobrança de falta de Petkovic, no tri conquistado sobre o Vasco.
A homenagem reacendeu memórias de um dos maiores nomes da comunicação esportiva do país. Ao lado do narrador Luiz Penido e de outros ícones do rádio, Apolinho marcou gerações com comentários, humor e um estilo inconfundível. A manifestação da torcida ocorre meses após sua morte, em maio de 2024, e reforça o laço do jornalista com o clube.
O gesto também evidenciou o reconhecimento popular ao radialista, que se tornou figura central da crônica esportiva carioca e nacional. Mesmo após décadas de carreira, seu nome segue presente nas arquibancadas, nos debates esportivos e na memória afetiva de torcedores de todas as gerações.
Washington Carlos Nunes Rodrigues (1936–2024), o Apolinho, foi um dos mais influentes radialistas e comentaristas esportivos do Brasil. Começou no rádio a partir de boletins sobre futebol de salão enviados à antiga Rádio Guanabara, onde deu os primeiros passos como repórter de campo ao lado de nomes como João Saldanha e Mário Vianna.
Reconhecido pela imparcialidade, Apolinho conquistou respeito das quatro grandes torcidas cariocas e tornou-se referência em programas esportivos, transmissões e análises técnicas. Acumulou prêmios da categoria e ajudou a formar uma das duplas mais famosas do rádio brasileiro ao lado de José Carlos Araújo, o Garotinho, parceria que atravessou Nacional, Globo e Tupi.
Na Super Rádio Tupi, comandou por 25 anos o “Show do Apolinho”, um dos programas mais tradicionais da emissora. Criou personagens, marcou época com humor e comentários diretos, e seguiu ativo até seus últimos dias. Sua versatilidade também o levou a trabalhar em televisão, jornal impresso e a se aventurar em funções administrativas e técnicas no futebol.
A história de Apolinho com o Flamengo ultrapassa as cabines de transmissão. Em 1995, no ano do centenário rubro-negro, o então presidente Kléber Leite o convidou para assumir o comando técnico da equipe. Surpreso, o radialista aceitou e iniciou uma passagem marcante, estreando com vitória por 3 a 2 sobre o Vélez Sársfield, pela Supercopa Libertadores.
Como treinador, Apolinho protagonizou momentos emblemáticos, como a classificação diante do Cruzeiro e a campanha que levou o clube ao vice da Supercopa. Pediu uma televisão no banco de reservas — prática incomum à época — e conduziu uma das últimas grandes formações com Sávio, Romário e Edmundo juntos. Ao todo, dirigiu o Flamengo em 26 partidas, com 11 vitórias, oito empates e sete derrotas.
Sua ligação afetiva com o clube permaneceu forte também como dirigente, função que exerceu em 1998. Mesmo retornando ao rádio, Apolinho sempre manteve proximidade com o ambiente rubro-negro. A homenagem feita pela torcida no Maracanã, mais de duas décadas depois de sua passagem como técnico, demonstra o quanto seu nome permanece vivo na memória e na cultura do Flamengo.









































