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·08 de abril de 2025

Traumas de Vigo

Imagem do artigo:Traumas de Vigo

Os ares de Vigo não são nada, nada famosos para a bandeira portuguesa. Apesar da proximidade geográfica e de ser um território regularmente frequentado por portugueses, a cidade galega continua, no que a futebol diz respeito, a ser palco de más memórias. Há os sete do Benfica, em 1999, e agora os sete de Portugal, em 2025. Com semelhanças, como o 4-0 em tempo de intervalo, e com diferenças, já que Portugal foi capaz de fazer um golo. Resultado final: 7-1.

Há pouco para dizer sobre o que aconteceu nos Balaídos, no final da tarde desta terça-feira. Portugal, entre um plano de jogo falhado e a fatura física passada pelo desgaste acumulado na última sexta-feira, nunca esteve realmente em campo.


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A diferença já existente entre as duas seleções foi acentuada pela falta de frescura das jogadoras portuguesas e pela incapacidade de as jogadoras promovidas ao onze por Francisco Neto manterem o registo. Resistência quebrada logo aos dois minutos, no primeiro de três lances de golo desenhados por Mariona Caldentey. Coube a Salma Paralluelo finalizar.

Plano que não resultou

Pior arranque seria difícil de imaginar. A máquina espanhola, perante tamanha apatia, desorganização e dificuldade portuguesa em acompanhar os níveis de intensidade, não olhou para trás. Sentiu o cheiro a sangue e alimentou-se de cada metro quadrado que lhe foi concedido. Aitana Bonmatí, a melhor do mundo em título, já levava dois na conta pessoal com 12 minutos jogados. 3-0. Um 3-0 demasiado fácil para a Roja e que não augurava nada de bom para o que restava do encontro.

À semelhança do que aconteceu em Paços de Ferreira, Portugal teve dificuldades para controlar a sobrelotação espanhola no corredor central. Mariona Caldentey e Clàudia Pina abandonaram frequentemente os flancos para jogarem mais perto de Alexia Putellas e Aitana Bonmatí, criando superioridade numérica perante Tatiana Pinto e Dolores Silva. A aposta em Andreia Faria acabou por não ser feliz para o selecionador nacional, já que a média do Benfica não conseguiu proporcionar os mesmos apoios defensivos que Andreia Norton no primeiro embate.

Mariona, uma das melhores do globo na interpretação dos espaços e na definição no último terço, aproveitou para se recriar. À assistência para Salma Paralluelo, aos dois minutos, juntou-se uma segunda para Aitana Bonmatí, aos oito, e uma terceira para Alexia Putellas, aos 28'. 4-0, resultado ao intervalo. No reatar, a atacante do Arsenal também coroou a maravilhosa exibição - foi a melhor em campo para o zerozero - com um golo (47').

Não será preciso ser-se grande mágico para perceber que o plano de Portugal para a partida desta terça-feira não resultou. Um segundo jogo em quatro dias com as campeãs mundiais seria sempre de exigência máxima e embora possa ter tirado lições do primeiro para o segundo embate, a equipa lusa não conseguiu resolver os problemas.

A Espanha manteve a sua fórmula - em equipa que ganha, não se mexe - e Portugal, ainda que conhecedor da forma de jogar das adversárias, não teve soluções. A falta de frescura explicará parte do insucesso, a qualidade que abunda em nuestras hermanas explicará outra parte. Mas Portugal, ao contrário do que tem sido habitual, não conseguiu competir desta vez.

Aos quatro golos da primeira parte juntaram-se mais três, o tento madrugador de Mariona na segunda metade e os de Alexia Putellas (51') e Esther González (60'). Mesmo com sete golos marcados, a Espanha em momento algum procurou abrandar e continuou a colocar-se com facilidade na cara de Patrícia Morais, a melhor de Portugal e que impediu um pesadelo ainda maior.

Não havendo muito para retirar de positivo no duelo desta terça-feira, importa ainda realçar que as mexidas operadas por Francisco Neto a partir do banco de suplentes ajudaram a atenuar as dificuldades. A entrada de Andreia Norton, sobretudo, permitiu ter alguma clareza na saída para o contra-ataque e ligar uma ou outra transição. Foi pela capacidade de transporte e definição de Norton que Portugal chegou ao golo, numa boa finalização de Beatriz Fonseca.

Analisar e aprender. Todo o crescimento tem o seu percalço e Portugal teve um dos grandes na visita a Vigo. As Navegadoras seguem no terceiro lugar com quatro pontos, fora da luta pelo acesso à fase final, mas bem vivas na luta pelo objetivo primário, a permanência na Liga A.

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