Um carro assaltado e a tranquilidade de Taarabt: «Teve de investir 15 mil libras nos pneus» | OneFootball

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·03 de outubro de 2024

Um carro assaltado e a tranquilidade de Taarabt: «Teve de investir 15 mil libras nos pneus»

Imagem do artigo:Um carro assaltado e a tranquilidade de Taarabt: «Teve de investir 15 mil libras nos pneus»

O '4 Cantos do Mundo' é um podcast do jornalista Diogo Matos ao qual o zerozero se uniu. O conceito é relativamente simples: entrevistas a jogadores/ex-jogadores portugueses que tenham passado por pelo menos quatro países no estrangeiro. Mais do que o lado desportivo, queremos conhecer a vertente social/cultural destas experiências. Assim, para além de poder contar com uma entrevista nova nos canais do podcast nos dias 10 e 26 de cada mês, pode também ler excertos das conversas no nosso portal.

Produto da formação do Vitória FC, Bruno Luz emigrou muito jovem para Inglaterra. Ainda que tenha chegado a território inglês para representar o Fulham, o antigo extremo português passou também pelo Queens Park Rangers, clube onde se cruzou com o exótico Adel Taarabt.


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«O Taarabt era aquele jogador que fazia cuecas no meio-campo, passava por três e ia finalizar. Pela qualidade e confiança que tinha, ele não sentia a pressão. O treinador nem gostava muito da personalidade do Taarabt, mas tinha de o pôr a jogar porque ele era mesmo bom. Para além disso, o chairman do clube acabou por dizer que ele tinha de ser capitão porque tinha uma aura que o fazia liderar dentro de campo, mesmo sendo rebelde fora dele. Ele inspirava os outros jogadores», começou por contar Bruno Luz, que foi ainda mais longe:

«No treino era zero, muitas vezes levava multas porque chegava atrasado por não querer treinar. Treinava três vezes na semana, mas depois sabia que ia jogar. Isso não causava mau estar no balneário porque ele era realmente bom e fazia a diferença. A questão é que ele não era arrogante, era... o Adel, uma pessoa à parte.»

Sendo da mesma idade do marroquino, Bruno Luz acabou por criar uma boa relação com o criativo que também passou pelo Benfica. Assim, as histórias foram-se multiplicando...

«Quando cheguei lá, ele tinha chegado de França e ainda não falava muito bem inglês. Para além disso, ainda não tinha carta. No entanto, ele andava num Range Rover Sport, carro que só era conduzido pelos jogadores mais velhos da equipa. Eu já tinha carta, mas há uma altura em que ele me diz "A partir de agora vamos juntos para o treino, mas sempre no meu carro". Eu até tinha comprado um Audi S3, mas ele queria ir no dele porque era mais espalhafatoso», vincou.

«Há um dia em que fomos jogar fora e ele deixou o carro na academia. Quando chegámos, com azia porque tínhamos perdido, o carro dele estava em cima de quatro tijolos. Eram daquelas jantes de 23 polegadas, enormes, parecia mesmo um carro americano. Ele olhou e só disse "Não tem problema, amanhã mando vir mais quatro pneus"- mas estamos a falar de uma despesa de 15/20 mil libras [valor a rondar os 20 mil euros]. Só disse "Vamos apanhar um táxi para casa". Houve também uma vez em que foi apanhado sem carta, isto um dia antes de irmos jogar a Manchester. Passou cinco ou seis horas na esquadra... No entanto, nunca foi uma pessoa maldoso e ajudou sempre quem precisou.»

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