Calciopédia
·11. November 2025
11ª rodada: Inter e Roma assumiram a ponta da Serie A após tropeços de Milan e Napoli

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·11. November 2025

A 11ª rodada da Serie A 2025-26 terminou deixando no ar a sensação de que ninguém está disposto a renunciar a nada, seja isso bom ou ruim. A disputa pelo topo virou um cabo de guerra matemático entre Inter e Roma, ambas agora com 24 pontos, separadas apenas por detalhes. Foi, novamente, uma jornada marcada por empates, oportunidades desperdiçadas e algumas surpresas que ajudaram quem se mantém bem e competitivo.
Nos jogos que abriram o fim de semana, o Pisa celebrou como se fosse um título sua primeira vitória em 34 anos de Serie A e se afastou da zona de rebaixamento, enquanto o Como esbarrou em um Cagliari duro, disciplinado e salvo repetidamente por Caprile. Lecce e Verona protagonizaram outro empate sem gols, com Montipò segurando o resultado e mantendo os mastini sem um triunfo sequer após 11 rodadas. Já o Derby della Mole seguiu o mesmo caminho: Juventus e Torino pararam nos próprios limites – e nos goleiros –, entregando o terceiro 0 a 0 da rodada e frustrando a ambição bianconera de aproximar-se do topo. Em Parma, o Milan viveu uma montanha-russa ao desperdiçar uma vantagem de dois gols e permitir que o time da casa arrancasse um empate.
No bloco intermediário, a turbulência aumentou. A Atalanta viveu um dos capítulos mais duros de sua recente trajetória, sendo dominada pelo Sassuolo em Bérgamo e vendo a saída de Ivan Juric se confirmar. Já o Bologna brilhou mais uma vez, superando o Napoli com autoridade e se afirmando, de forma muito concreta, como um competidor habitual do alto da tabela. No Luigi Ferraris, Genoa e Fiorentina dividiram suas próprias angústias em um duelo caótico, encerrado em 2 a 2 em um clima crescente de urgência para ambos. A Roma, por sua vez, venceu a Udinese com autoridade mesmo desfalcada, e confirmou seu excelente momento. Para fechar a rodada, a Inter bateu a Lazio sem dificuldades para alcançar a liderança.
Inter e Roma dividem a dianteira com 24 pontos, seguidos de muito perto por Milan e Napoli, ambos com 22. O Bologna, embalado, aparece logo atrás com 21, no grupo que também inclui a Juventus, que chegou aos 19 após mais um empate. O Como se mantém competitivo, enquanto Sassuolo e Lazio se alternam nas franjas das posições europeias. Na meiuca, Cremonese, Torino e Atalanta lutam por estabilidade, enquanto Cagliari, Lecce e Pisa fazem contas para se afastar da degola. A região mais crítica continua ocupada por Parma, Genoa, Verona e Fiorentina. O campeonato se encaminha para sua terceira pausa internacional, sem nada resolvido ou encaminhado. Confira tudo isso no resumo da jornada.
Gols e assistências: Lautaro (Bastoni) e Bonny (Dimarco) Tops: Dimarco e Lautaro (Inter) Flops: Romagnoli e Isaksen (Lazio)
A Inter entrou em campo determinada a aproveitar os tropeços de Milan e Napoli – e fez exatamente isso. O time de Cristian Chivu, cada vez mais eficiente, tomou conta do duelo desde o início, abrindo caminho para um 2 a 0 convincente sobre a Lazio no San Siro. A abertura do placar veio logo aos 3 minutos, num lance que evidenciou a desconexão biancoceleste na construção: Isaksen, isolado pelo lado esquerdo, tentou recuar a jogada sem pressão e entregou a bola a Bastoni. O zagueiro, ligado para roubar a pelota, acionou Lautaro, que finalizou de primeira com muita categoria para quebrar seu jejum pessoal que perdurava desde o início de outubro. O ritmo seguiu intenso, com a equipe de Maurizio Sarri sendo empurrada para trás, incapaz de transformar qualquer posse em profundidade.
O primeiro tempo consolidou o domínio nerazzurro. A Lazio ensaiou tímidas respostas com Zaccagni e Isaksen, limitadas a iniciativas individuais rapidamente contidas por Sommer ou pela linha defensiva da Inter. Do outro lado, o time da casa criava volume com trocas rápidas e movimentos agressivos. Como com Sucic, que finalizou dentro da área com perigo após passe de Barella. A intensidade, porém, não caiu após o intervalo. Chivu ajustou a equipe com as entradas de Zielinski e Carlos Augusto, aumentando o controle territorial e explorando ainda mais as transições. Com isso, Lautaro quase ampliou o placar aos 57 minutos, mas isolou a bola.
O segundo gol surgiu como consequência natural da superioridade construída pelos mandantes. Aos 61 minutos, Barella encontrou Lautaro infiltrando pelo meio, o argentino acelerou e serviu Dimarco na passagem. O ala cruzou rasteiro na medida para Bonny completar para o fundo da rede com tranquilidade. A Lazio ainda tentou responder com Guendouzi e um chute perigoso de Pedro, mas Sommer esteve atento. O melhor momento dos visitantes veio com a entrada de Provstgaard, que acertou a trave em cabeceio, com a bola ainda pingando sobre a linha até o arqueiro nerazzurro acalmar o lance. Pellegrini também teve boa oportunidade nos instantes finais, só que foi parado pelo goleiro suíço.
A Inter seguiu buscando espaços e chegou a balançar as redes com Zielinski, mas o lance foi anulado por toque de mão de Dimarco no início da jogada. Mesmo sem o terceiro, o controle foi absoluto. O time ainda levou perigo com tentativa de Carlos Augusto, barrada por Provedel, e administrou com autoridade os minutos finais. Chivu aproveitou para rodar o elenco, acionando Frattesi e Esposito, enquanto Sarri mexeu para dar dinamismo ao ataque, mas encontrou um adversário compacto e confortável na liderança das ações.
O apito final confirmou uma vitória muito madura dessa Inter. Lautaro reencontrou o caminho das redes e Bonny ampliou sua sequência goleadora. A Lazio, por sua vez, viu ruir a série de partidas sem sofrer gols que durava quatro jogos, presa em uma noite previsível e pouco criativa. Com o resultado, a Inter se juntou à Roma no topo da Serie A com 24 pontos, fortalecendo a candidatura à disputa direta pelo título após uma atuação que engrandece ainda mais a retomada de Chivu até esse momento.
Gols e assistências: Pellegrini (pênalti) e Çelik (Mancini) Tops: Pellegrini e Svilar (Roma) Flops: Zaniolo e Kamara (Udinese)
A Roma chegou à pausa da data Fifa na hora certa, justamente quando o departamento médico se tornou protagonista indesejado. Ferguson, Bailey e Dybala já estavam fora, e Dovbyk juntou-se ao grupo de lesionados antes mesmo do intervalo. Mesmo assim, o time encontrou maneiras de contornar a ausência dessas peças decisivas e derrotou a Udinese por 2 a 0, diante de mais de 60 mil pessoas no Olímpico. O resultado poderia ter levado os giallorossi à liderança isolada da Serie A pela primeira vez desde 2013-14, mas a vitória da Inter sobre a Lazio lhes tirou esse gostinho.
Gian Piero Gasperini apostou novamente nos pilares Koné, Wesley e Soulé para sustentar a estrutura do seu time, enquanto Kosta Runjaic escolheu Zaniolo – recebido com muitas vaias – e Buksa para comandar o ataque friulano. O início teve domínio territorial romano, porém com dificuldade para transformar posse em finalizações claras. Ainda assim, algumas chegadas preparavam o terreno para o que viria, como o cabeceio de Çelik após cruzamento de Wesley, um chute de Cristante na trave e tentativa de Dovbyk bloqueada por Okoye. A Udinese respondeu em jogada veloz conduzida por Atta, que concluiu cruzado. Mas a pressão constante dos mandantes aumentou e, aos 40 minutos, Mancini cruzou, Kamara, muito atrapalhado, interceptou com o braço e, com isso, foi marcado pênalti após consulta ao VAR. Pellegrini converteu muito bem e abriu caminho para a vitória.
A etapa final mostrou uma Roma mais solta, agora com Baldanzi improvisado como falso nove devido à saída precoce de Dovbyk. O time ganhou fluidez, principalmente pela direita, onde Mancini atuou quase como um ala, empurrando a Udinese para dentro da própria área. Foi justamente de uma combinação entre o defensor e Çelik que surgiu o segundo gol: o zagueiro tabelou, invadiu a área e devolveu ao turco, que bateu rasteiro e ampliou a vantagem. A partir daí, Svilar assumiu o protagonismo, evitando tentativas de Zaniolo e Bayo em momentos que poderiam mudar o rumo do jogo, além de contar com a sorte quando Atta carimbou o lado de fora da trave.
A festa tomou conta do estádio nos minutos finais, não apenas pelo placar, mas pela reafirmação de um time que, mesmo remendado, manteve identidade e coragem. A Roma encerrou a rodada com moral elevado, liderança dividida com a Inter e a esperança de recuperar nomes importantes durante a pausa internacional. A Udinese, apesar de alguns lampejos, pouco conseguiu fazer diante de um adversário mais organizado e eficiente nas duas áreas.
Em alta na Roma, Pellegrini iniciou a vitória sobre a Udinese, que colocou os giallorossi na liderança compartilhada da Serie A (Getty)
Gols e assistências: Dallinga (Cambiaghi) e Lucumí (Holm) Tops: Lucumí e Cambiaghi (Bologna) Flops: Di Lorenzo e Højlund (Napoli)
No confronto entre os campeões da Coppa Italia e da Serie A, o Bologna viveu uma daquelas noites que mudam uma temporada. Após um empate sem gols na Europa League, o Renato Dall’Ara viu os rossoblù serem dominantes do início ao fim e derrotarem o Napoli por 2 a 0 e se colocarem no pelotão que disputa o título. O triunfo ganhou contornos ainda mais marcantes porque veio em um jogo que começou com um susto: o veterano Skorupski sentiu uma lesão logo aos 4 minutos, obrigando Vincenzo Italiano a lançar a campo o jovem Pessina, goleiro de apenas 17 anos.
A proposta do Bologna funcionou contra um sonolento Napoli, que não apareceu na primeira etapa. Dessa forma, os donos da casa criaram as melhores oportunidades, com Lucumí quase abrindo o placar após cobrança de escanteio e Rowe exigindo uma boa defesa de Milinkovic-Savic, em chute fora da área. O time visitante, por sua vez, buscava transições rápidas com Politano e Elmas, mas a construção raramente passava de uma troca de passes ineficiente dos visitantes, refletindo uma equipe muito distante de sua habitual intensidade.
Logo na volta do intervalo, o Bologna encontrou o lance que destravou a noite. Dallinga acionou Cambiaghi, que deixou Di Lorenzo para trás, e o atacante holandês apareceu novamente no tempo perfeito para bater no canto e abrir o placar. Em vez de se resguardar, Italiano dobrou a aposta e colocou Bernardeschi no lugar de Odgaard, reforçando o caráter ofensivo do seu time. A aposta foi bem-sucedida. Aos 65 minutos, Holm encontrou um bom cruzamento da direita e Lucumí subiu mais do que toda a defesa azzurra para ampliar o placar.
O Napoli tentou responder com David Neres e Lang, mas não conseguiu imprimir velocidade ou sincronismo em nenhum momento. As investidas eram espaçadas, previsíveis e facilmente administradas por um Bologna que corria, pressionava e parecia sempre disposto a dar algo a mais. Quando o apito final ecoou, o resultado foi muito comemorado. O triunfo simboliza o momento especial da equipe que, mais uma vez, se firma no topo da tabela, com apenas um ponto a menos do que o atual campeão, agora terceiro colocado. Os partenopei chegaram ao terceiro jogo sem vitórias e Antonio Conte se reuniu com a diretoria para discutir soluções. Por enquanto, o técnico agradece a pausa para a data Fifa e tentará trabalhar para retomar a corrida pelo topo.
Gols e assistências: Bernabé (Britschgi) e Delprato (Britschgi); Saelemaekers (Nkunku) e Rafael Leão (pênalti) Tops: Delprato (Parma) e Rafael Leão (Milan) Flops: Ndiaye (Parma) e Estupiñán (Milan)
O Milan saiu do Ennio Tardini com o incômodo de ter deixado escapar uma vitória que parecia encaminhada já no primeiro tempo. O time abriu dois gols rapidamente, com Saelemaekers aproveitando um erro de Suzuki e Rafael Leão convertendo um pênalti marcado após uma intervenção para lá de imprudente de Ndiaye sobre o ponta belga. O árbitro Marco Di Bello ignorou a chamada do VAR e manteve a decisão, permitindo ao português ampliar a vantagem antes da metade da etapa inicial. O cenário, porém, começou a virar nos acréscimos, quando Bernabé acertou um lindo chute no ângulo após recuperação de Britschgi, recolocando o Parma no jogo.
A retomada da partida mudou completamente o ritmo. O Milan perdeu intensidade, enquanto o Parma cresceu de forma avassaladora com a oportunidade de arrancar um empate de um dos postulantes ao título. Em pouco mais de 20 minutos, os anfitriões criaram uma sequência de oportunidades claras: chutes de Delprato, finalização perigosa de Bernabé e até bola no travessão após cabeceio de Pellegrino. A pressão encontrou seu desfecho no gol de empate, novamente com Delprato se aventurando no ataque, antecipando-se a Fofana e completando de cabeça. O Milan não conseguia reorganizar a saída de bola, e Massimiliano Allegri tentou corrigir rotas com a entrada de Loftus-Cheek e Pulisic, mas o volume mandante continuou maior.
O norte-americano ainda perdeu um gol incrível. Após passe excelente de calcanhar de Rafael Leão, Pulisic invadiu a área e, na tentativa de tirar de Suzuki, mandou a bola pelo lado do gol. Maignan salvou os visitantes após cobrança de falta venenosa de Hernani e, na sequência desse lance, aos 81 minutos, Saelemaekers teve a chance do jogo ao driblar Suzuki – mas concluiu para fora com a baliza desprotegida. O empate traduziu bem o enredo caótico da noite, e do Milan, que não consegue garantir suas vitórias contra times mais frágeis. O Parma de Carlos Cuesta exorcizou o período de esterilidade ofensiva com uma boa retomada moral e técnica, vital para a sequência do campeonato.
Tops: Di Gregorio (Juventus) e Paleari (Torino) Flops: David (Juventus) e Asllani (Torino)
O clássico de Turim terminou sem gols e, apesar de disputado, com um sabor insosso. A Juventus teve mais posse e tentou impor o ritmo desde o início, repetindo quase toda a escalação usada contra o Sporting, enquanto o Torino concentrou esforços em se defender a tentar algo no contra-ataque, o que quase deu certo. A equipe de Luciano Spalletti buscou continuidade ao manter praticamente o mesmo onze inicial usado no meio da semana, e Marco Baroni – suspenso e substituído pelo auxiliar Leonardo Colucci – ajustou o time com Ngonge ao lado de Simeone para gerar mobilidade na frente. No entanto, apesar de investidas pontuais, a primeira etapa ficou marcada pela dificuldade dos bianconeri em transformar o volume ofensivo em situações claras, já que foram barrados por intervenções precisas de Maripán, Pedersen e Ismajli.
O jogo ganhou mais energia após o intervalo, mas a partida seguiu amarrada. Spalletti precisou trocar Rugani, que sentiu, por Gatti, enquanto o Torino lançou Asllani e Adams. As substituições funcionaram para o Toro que, com 47 minutos, chegou a balançar as redes com Simeone – porém, o atacante estava impedido no lance. Adams, que entrou muito bem, também obrigou Di Gregorio a operar um milagre aos 61. Após escapar de Gatti e Koopmeiners – atuando novamente na zaga –, o camisa 19 finalizou rasteiro e viu o goleiro italiano impedir o que seria o primeiro gol da partida. A Juventus, desgastada pela sequência recente, começou a errar passes simples, permitindo mais alguns avanços do seu rival. O lance serviu como alerta para os donos da casa, que responderam pouco depois em cabeceio perigoso de McKennie, bloqueado por Paleari, estrela do clássico.
Nos minutos finais, a Juventus melhorou na criação após as entradas de Zhegrova. Yildiz, mais uma vez, ficou abaixo do esperado. Com isso, a Velha Senhora ficou na habitual pressão, abusando dos cruzamentos, raramente eficazes, enquanto o Torino procurava ficar com a bola e controlar a pressão. Melhor para os visitantes, que com o empate, mantiveram sua sequência positiva. Do outro lado, restou a frustração bianconera diante de mais uma chance desperdiçada na perseguição ao topo da liga.
Gols e assistências: Berardi (pênalti), Pinamonti (Berardi) e Berardi (Thorstvedt) Tops: Berardi e Pinamonti (Sassuolo) Flops: Hien e Samardzic (Atalanta)
A Atalanta mergulhou ainda mais na própria crise ao sofrer um 3 a 0 contundente do Sassuolo em plena New Balance Arena, num jogo que expôs todos os problemas acumulados nas últimas semanas. A equipe de Ivan Juric, pressionada por resultados escassos e ambiente cada vez mais pesado, foi dominada por um adversário mais organizado, mais consciente e muito mais letal nas duas áreas. Os dois gols de Berardi e o tento de Pinamonti escancararam as fragilidades de um time que jamais conseguiu reagir, tornando inevitável a demissão do técnico croata após o apito final – Raffaele Palladino, ex-Monza e Fiorentina, foi escolhido como substituto. Enquanto os neroverdi, recém-promovidos da segundona, alcançaram a parte superior da tabela, os nerazzurri fecharam a rodada em 13º lugar.
O primeiro tempo já mostrava a distância entre os dois lados. Juric apostou novamente em Samardzic e manteve Krstovic como referência, com Lookman aberto pela esquerda em sua partida de número 100 na Serie A. O camisa 11 teve a primeira oportunidade do confronto, logo aos 8 minutos, porém, a pancada foi defendida de cabeça pelo zagueiro Idzes, que ainda ficou um tempo no chão se recuperando do impacto. Contudo, a agressividade inicial não durou muito. O Sassuolo começou a vencer os duelos e sufocar a construção dos mandantes. O lance que abriu o placar nasceu justamente de um erro na leitura defensiva de Hien, que desarmou o sistema inteiro e forçou Carnesecchi a cometer o pênalti em Pinamonti – e convertido por Berardi.
No retorno, Juric tentou provocar alguma reação com as substituições, saíram Éderson e Kossounou, entraram De Ketelaere e Djimsiti, mantendo o sistema, mas deslocando Samardzic para o centro. A Dea ficou mais ofensiva e, ao mesmo tempo, mais desorganizada. A confirmação do colapso veio em apenas dois minutos de segundo tempo, quando uma saída mal executada no meio-campo resultou em Berardi arrancando e servindo Pinamonti: sem dificuldades, ele dominou e acertou um belo chute para ampliar o marcador. Após o gol, Lookman e Krstovic tentaram uma reação para a Atalanta, porém, sem êxito. O Sassuolo respondeu com Thorstvedt, que finalizou sem precisão dentro da área. Cerca de 10 minutos depois, o camisa 42 se redimiu ao encontrar um bom passe para Berardi, que deu números finais ao jogo.
Com apenas duas vitórias em 11 compromissos, a pior largada do clube no último decênio se tornou insustentável, e a diretoria encerrou o ciclo de Juric pouco após a partida. A chegada de Palladino será a tentativa de estancar o sangramento antes que a temporada fuja do controle. Do outro lado, o Sassuolo vai para a pausa em alta, somando mais um resultado contundente fora de casa e firmando uma identidade competitiva que o coloca novamente no radar da parte de cima da tabela.
O Milan chegou a construir boa vantagem sobre o Parma, mas foi surpreendido e desperdiçou a chance de retomar a liderança (Getty)
Gols e assistências: Østigard (Martín) e Colombo (Østigard); Gudmundsson (pênalti) e Piccoli (Sohm) Tops: Østigard (Genoa) e Piccoli (Fiorentina) Flops: Vásquez (Genoa) e Ranieri (Fiorentina)
Genoa e Fiorentina viveram uma noite de estreia com sabor agridoce no Luigi Ferraris. Paolo Vanoli esteve na beira do campo da Viola pela primeira vez, enquanto Daniele De Rossi, novo treinador rossoblù, acompanhou tudo das tribunas, e ambos deixaram o estádio com aquela sensação de quase. O time genovês abriu o placar, viu o adversário, lanterna da competição, virar em lances pontuais e buscou o empate graças a Colombo, personagem central do duelo – responsável por causar um pênalti, desperdiçar outro e, enfim, marcar o gol que fixou o placar. O atacante extrapolou um duelo marcado por altos e baixos, que também afligiram Østigard, De Gea e Piccoli. No fim das contas, a igualdade pouco altera o cenário de preocupação para ambas as equipes.
A partida começou com brilho dos donos da casa no único aspecto realmente confiável até aqui, a bola parada. Martín cobrou uma falta de longe para dentro da área e Østigard, novamente decisivo como no triunfo sobre o Sassuolo, venceu a defesa estática da Fiorentina para inaugurar o marcador. A resposta, porém, veio três minutos depois. Após cobrança de escanteio, Colombo bloqueou um cruzamento com o braço dentro da área e permitiu que Gudmundsson, ex-Genoa, deixasse tudo igual – e não comemorasse após converter o pênalti. O ritmo caiu, mas os visitantes aproveitaram melhor a instabilidade rival.
O segundo tempo começou como acabou o primeiro. Em nova cobrança de falta para os mandantes, a bola bateu no braço de Ranieri, e o pênalti foi marcado. Colombo viu De Gea defender sua cobrança, que não foi das melhores. O desperdício animou a Viola, que cresceu e virou o duelo com Piccoli, oportunista ao aproveitar falha de Marcandalli em saída pressionada por Gudmundsson – o atacante, até aquele momento, vinha apagado, mas carimbou a segunda lei do ex da tarde. O Genoa, contudo, não desmoronou. Depois de mais um levantamento na área, o arqueiro espanhol não deixou bem sua meta e a bola foi rebatida até chegar nos pés de Colombo. O centroavante aproveitou e, já caído, finalizou para empatar novamente e devolver o fôlego a um time que, apesar das dificuldades, se manteve competitivo até o fim.
O encerramento refletiu bem o jogo, que foi muito aberto e intenso. Piccoli parou em ótima intervenção de Leali, enquanto Masini obrigou De Gea a fazer uma excelente defesa no último lampejo dos anfitriões. A igualdade soa justa pelo equilíbrio das chances e pela oscilação dos dois lados, mas não dissipa a sensação de urgência. A Fiorentina permanece sem vitórias e isolada na última posição, e o Genoa não consegue se afastar da parte crítica da tabela. Vanoli e De Rossi estreiam com uma realidade muito complicada.
Tops: Paz (Como) e Caprile (Cagliari) Flops: Morata (Como) e Luvumbo (Cagliari)
O confronto entre Como e Cagliari acabou entregando equilíbrio, paciência e uma dose razoável de frustração para quem sonhava com um salto na tabela. O time da casa, invicto há 10 jogos, tentou assumir o controle do ritmo, empurrou os visitantes para trás, como era de se esperar, mas esbarrou repetidamente na organização defensiva montada por Fabio Pisacane. Os isolani, fechados em linhas muito compactas, mantiveram disciplina, apostaram em transições rápidas e ainda chegaram a balançar as redes com uma infelicidade de Valle após cruzamento de Palestra – lance imediatamente anulado pelo VAR, que apontou falta no início da jogada. O primeiro tempo seguiu com tentativas esporádicas de ambos os lados, com Addai e Paz exigindo boas defesas de Caprile e Felici parando em uma intervenção providencial de Butez.
Na volta do intervalo, o panorama não mudou: posse majoritária dos donos da casa, mas com pouca clareza na hora de finalizar. A grande oportunidade veio aos 53 minutos, quando Morata, após cobrança de escanteio, recebeu uma bola dentro da pequena área e finalizou mal, parando em Caprile. O goleiro, recém-convocado para a seleção italiana, mostrou muita confiança em cada intervenção. O Cagliari manteve o padrão conservador e tentou aproveitar os poucos espaços disponíveis após a entrada de Luvumbo, que deu fôlego às transições sardas. A melhor chance dos visitantes no confronto surgiu justamente dos pés do angolano, já perto do fim, porém, Butez fechou o canto e salvou o Como.
O resultado se mostrou coerente com o que se viu no gramado. E foi ruim para o Como, que buscava aproximar-se ainda mais do pelotão de cima, mas deixou escapar a chance de consolidar sua arrancada. Já o Cagliari, em luta direta para fugir da parte baixa da tabela, comemora o ponto somado fora de casa e, sobretudo, mais uma atuação consistente de Caprile.
Num Dérbi de Turim zerado, os goleiros brilharam – e Paleari, do Torino, reafirmou seu bom momento (Getty)
Gol e assistência: Touré (Tramoni) Tops: Touré e Tramoni (Pisa) Flops: Faye e Baschirotto (Cremonese)
O Pisa enfim tirou um peso histórico das costas. Diante da Cremonese, o time de Alberto Gilardino encerrou uma espera que já ultrapassava três décadas e celebrou, na Arena Garibaldi, sua primeira vitória nesta Serie A. O jogo foi travado e cheio de decisões equivocadas, mas o entusiasmo dos nerazzurri foi maior que isso. Os mandantes encontraram dificuldade para criar suas jogadas, e apostaram nas arrancadas de Nzola, nas investidas de Akinsamiro e nas infiltrações de Touré. Do outro lado, a equipe de Davide Nicola, que dominou a segunda etapa, lamentou a falta de pontaria que poderia ter garantido os três pontos.
Após um bom começo nerazzurro, a Cremonese equilibrou as ações na etapa inicial e, Vázquez, aos 12 minutos, chegou a testar Semper em uma boa finalização de fora da área. O Pisa, ainda que voluntarioso, encontrou pouco espaço para articular seu jogo e esbarrou repetidamente nos erros de saída. Nenhuma das tentativas pelos lados rendeu finalizações realmente perigosas, apesar das boas investidas de Touré.
No segundo tempo, porém, a partida ganhou outra temperatura. Vázquez tomou o protagonismo, acertou a trave em um chute colocado e obrigou Semper a uma defesa à queima-roupa logo em seguida, após cobrança de escanteio. A Cremonese adiantou o bloco, impôs ritmo forte e controlou a posse, empurrando os donos da casa contra a própria área, e ainda viu uma finalização de Bondo passar perto da trave do arqueiro croata. Gilardino respondeu com mudanças pontuais, reorganizou o setor central com Piccinini e Marin e recuperou fôlego com a entrada de Tramoni, que finalmente deu brilho às ações ofensivas locais.
O lance decisivo nasceu justamente dos pés do camisa 10, que partiu pela esquerda, superou a marcação com uma ajudinha da sorte e cruzou para Touré, de cabeça, decretar a vitória nerazzurra. A Cremonese se lançou ao ataque, usou todo o arsenal disponível, mas parou no goleiro croata e nas falhas de finalização de Bonazzoli, Vardy, Johnsen e Sarmiento. O Pisa segurou o resultado, encerrou um incômodo início de Serie A e deu um passo importante na luta contra o rebaixamento, conquistando também seu quinto jogo seguido sem perder.
Tops: Gallo (Lecce) e Montipò (Verona) Flops: Morente (Lecce) e Harroui (Verona)
O duelo no Via del Mare teve intensidade, iniciativa dos anfitriões e muita disputa, mas nada que alterasse o placar. O Lecce comandou boa parte das ações, especialmente pelo lado esquerdo, onde Banda e Sottil impuseram constante desconforto à defesa do Verona. A equipe de Eusebio Di Francesco encontrou espaços com Berisha flutuando entre linhas e tentando acionar Morente e Stulic, porém, quando conseguiu finalizar, parou em Montipò. O goleiro viveu noite inspirada, bloqueando a maior parte das investidas perigosas e garantindo um ponto fundamental para um Hellas ainda em busca da primeira vitória nesta Serie A.
A formação dos gialloblú, montada por Paolo Zanetti com Giovane e Orban na frente, teve dificuldade para criar alguma pressão consistente, muito por conta dos erros recorrentes na saída. Mesmo assim, o nigeriano apareceu duas vezes com liberdade, forçando Falcone a se consagrar e devolvendo algum ânimo aos mastini. A primeira etapa terminou com sensação de domínio territorial dos salentinos, sem, porém, a contundência necessária para romper o bloqueio adversário.
No segundo tempo, o cenário continuou parecido: posse e postura dominante dos donos da casa contra uma resistência paciente do Verona. Berisha seguiu ditando ritmo e Camarda, acionado por Di Francesco, deu mobilidade ao setor ofensivo, criando algumas boas oportunidades. Em uma delas, Montipò salvou com os pés, e no lance mais polêmico do jogo, o árbitro marcou pênalti após choque entre o camisa 22 e o zagueiro Bella-Kotchap, mas anulou a decisão ao revisá-la no VAR. O ritmo aumentou nos minutos finais, e Sottil chegou a testar o arqueiro dos vênetos, novamente decisivo.
O Verona ainda encontrou fôlego para assustar em contra-ataque que terminou com chute de Niasse na trave, embora a jogada já estivesse parada. No geral, a igualdade pareceu mais valiosa para os visitantes, que garantem um ponto em uma campanha muito complicada. O Lecce, apesar da decepção em não conseguir se afastar mais dos últimos colocados, sai com a sensação de que faltou apenas um detalhe para transformar a atuação superior em um melhor resultado.
Caprile (Cagliari); Delprato (Parma), Mina (Cagliari), Lucumí (Bologna); Holm (Bologna), Matic (Sassuolo), Pellegrini (Roma), Britschgi (Parma); Berardi (Sassuolo), Pinamonti (Sassuolo), Cambiaghi (Bologna). Técnico: Vincenzo Italiano (Bologna).









































