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·30 de septiembre de 2025
Papel Fundamental do Torcedor na Gestão do São Paulo. Por Rodrigo Perrucci

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Papel Fundamental do Torcedor na Gestão do São Paulo. Por Rodrigo Perrucci.
O São Paulo Futebol Clube (SPFC) é um dos maiores clubes do Brasil, e sua grandeza está intrinsecamente ligada à sua torcida. A relação entre o sucesso do clube e o tamanho de sua torcida é simbiótica: o clube atrai torcedores por suas conquistas, e esses torcedores, por sua vez, sustentam a continuidade de sua relevância. Com a terceira maior torcida do Brasil, presente em estádios por todo o país e apaixonada pelo tricolor, o SPFC se beneficia de uma base sólida que garante receitas expressivas provenientes de direitos de transmissão, patrocínios, vendas de produtos oficiais e licenciados, além de outras fontes de arrecadação. Essa força financeira, impulsionada pela torcida, é essencial para a sobrevivência e competitividade do clube no cenário do futebol brasileiro.
A Dicotomia entre Associação e Futebol Profissional: A associação esportiva São Paulo Futebol Clube, composta por sócios contribuintes que adquirem títulos e pagam mensalidades, é responsável pela manutenção das atividades recreativas e sociais do clube, como piscinas, quadras, saunas e eventos associativos. Uma gestão eficiente dessa associação garante a qualidade dessas instalações e serviços. Contudo, é importante destacar que a associação, por si só, não tem condições de sustentar um clube de futebol competitivo na Série A do Campeonato Brasileiro.
O alto custo do futebol profissional, que envolve contratações, salários, infraestrutura e logística, exige recursos muito além do que as mensalidades dos sócios podem prover.É nesse contexto que a torcida tricolor se torna o verdadeiro pilar do São Paulo Futebol Clube. Mais do que apenas consumir produtos oficiais e licenciados, a torcida é a principal financiadora do projeto esportivo do clube. Dados recentes do mercado esportivo brasileiro mostram que clubes com grandes torcidas, como o SPFC, conseguem arrecadar milhões anualmente com vendas de ingressos, programas de sócio-torcedor e licenciamentos, além de atrair patrocinadores de peso devido à visibilidade proporcionada por sua base de fãs (segundo estudo da Sports Value, 2023, clubes como o SPFC têm receitas de marketing significativamente impulsionadas pela torcida). Essa relação demonstra que a sustentabilidade financeira do futebol profissional depende diretamente do engajamento e da paixão dos torcedores.
A Necessidade de Representatividade da Torcida: Apesar de sua relevância, a torcida não possui representatividade direta na gestão do clube. A estrutura atual do SPFC é controlada por sócios que, por meio de conselhos e eleições internas, definem os rumos da diretoria. Essa gestão, frequentemente marcada por interesses políticos e visões conservadoras, nem sempre reflete as necessidades e aspirações da torcida, que é, na prática, a maior investidora do clube. A analogia com investidores externos, como os que pretendem financiar o Centro de Treinamento de Cotia por meio da Galápagos Capital, é pertinente: assim como esses investidores exigem representatividade na gestão financeira do projeto, os torcedores, enquanto principais financiadores do clube, também devem ter voz ativa nas decisões estratégicas. Para que o São Paulo alcance uma gestão mais moderna, transparente e competitiva, é imprescindível adotar um modelo que inclua a torcida nos processos decisórios. A implementação de uma gestão comunitária, com maior participação dos torcedores, pode trazer benefícios concretos, como:
1) Transparência Orçamentária: Os torcedores têm o direito de acessar informações claras sobre as finanças do clube, incluindo receitas, despesas e investimentos. Modelos de clubes europeus, como o Bayern de Munique, demonstram que a transparência fortalece a confiança da torcida e aumenta o engajamento.
2) Planejamento Estratégico Colaborativo: A torcida pode contribuir com ideias e acompanhar a execução de um plano estratégico que priorize a competitividade esportiva e a sustentabilidade financeira. Enquetes, fóruns e assembleias abertas poderiam ser ferramentas para essa participação.
3) Profissionalização da Gestão: A gestão do SPFC deve ser delegada a profissionais qualificados, com experiência em administração esportiva, em vez de ser dominada por grupos políticos que priorizam interesses pessoais. Exemplos como o Red Bull Bragantino mostram como uma gestão profissional pode transformar clubes em potências competitivas.
Um Novo Modelo para o São Paulo: O São Paulo não precisa de um “mecenas” ou de se transformar em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) para prosperar. A solução está em romper com o modelo elitista e restritivo de gestão, que concentra o poder nas mãos de poucos conselheiros e grupos políticos. Os sócios do clube devem focar na administração das atividades associativas, enquanto a gestão do futebol profissional deve ser entregue a especialistas que prestem contas diretamente à torcida, reconhecida como a verdadeira dona do São Paulo. Para que isso ocorra, é fundamental que a torcida tricolor se mobilize além das arquibancadas e das compras de produtos oficiais. A mudança exige engajamento ativo: pressionar por reformas estatutárias que garantam maior participação, exigir transparência na gestão e cobrar a profissionalização das decisões.
A torcida deve se organizar, por meio de movimentos e associações de torcedores, para garantir que sua voz seja ouvida nos processos eletivos e no planejamento estratégico do clube. Conclusão: O São Paulo Futebol Clube é grande porque sua torcida é grande, apaixonada e engajada. Para continuar competitivo e relevante, o clube precisa reconhecer o torcedor como seu maior ativo e financiador, dando a ele o espaço que merece na gestão. A mobilização da torcida tricolor é o caminho para transformar o SPFC em um clube mais transparente, profissional e vencedor. A paixão que move milhões de tricolores deve se traduzir em ação, exigindo mudanças estruturais e um novo modelo de gestão. Vamo, São Paulo, caralho!