Zerozero
·6 novembre 2025
A dor do desperdício: Benfica dominou na teoria, Leverkusen feriu na prática

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·6 novembre 2025

Duas equipas com um registo negativo (sem vitórias) na presente edição da Champions League tinham, no jogo da quarta jornada, uma oportunidade clara de quebrar os seus enguiços. Benfica e Bayer Leverkusen defrontaram-se esta quarta-feira, na Luz, sendo que os alemães levaram os três pontos na bagagem ao baterem os encarnados por 0-1.
Após uma derrota dura frente ao campeão europeu PSG (2-7), a equipa comandada por Kasper Hjulmand conseguiu sobreviver ao excecional volume ofensivo dos pupilos de José Mourinho. O resultado conta uma história, mas as estatísticas apontam para uma narrativa bastante diferente.
As opiniões quanto à exibição encarnada diferem - afinal, essa é uma das belezas do futebol -, mas há certos dados estatísticos aos quais não podemos fugir. Com a ajuda dos números revelados pelo PlaymakerStats, é possível perceber certas tendências do encontro entre águias e farmacêuticos.
O jogo começou de forma equilibrada, mas rapidamente tudo mudou… Na primeira metade já era visível a facilidade do Benfica em criar remates, perto da área do Bayer Leverkusen. A realidade é que o conjunto lisboeta terminou o jogo com 21 remates efetuados, sendo que os germânicos ficaram-se pelos sete tiros.
Desta forma, o plantel comandado por José Mourinho terminou a partida com o triplo dos remates efetuados, em comparação ao oponente, mas, olhando para os remates à baliza, o domínio deixa de ser tão impressionante. As águias chegaram aos seis, enquanto os visitantes produziram apenas três. Continua a ser um número favorável para os lisboetas, mas demonstra que, apesar do grande fluxo ofensivo, disparar à baliza defendida por Flekken não foi tarefa fácil.
Nota, ainda, para as duas bolas no ferro da baliza visitante, depois de tentativas de Lukebakio, aos 11 minutos, e Otamendi, aos 33'. Ainda em contraste direto com o Bayer Leverkusen, as águias dominaram no que à posse de bola diz respeito (53% vs 47%) e também em relação aos xG (Expected Goals) - 1.75 vs 0.68.
Comparando o registo de remates do Benfica nesta partida com a média de tiros efetuados na presente edição da prova milionária, o crescimento é claro. Os encarnados, como referido anteriormente, terminaram o duelo com 21 remates, mais do dobro da média (dez por jogo) registada até então.
A história do clube luso na Champions League é vasta, mas os números apontam para que as tão conhecidas noites europeias no Estádio da Luz estejam longe do auge. Nos últimos 12 encontros disputados no seu reduto, os encarnados registaram apenas uma vitória, frente ao Atlético de Madrid (4-0), na segunda jornada da edição 2024/25. Além disso, com a derrota frente ao Bayer Leverkusen, o emblema das águias aumenta a sequência sem vitórias caseiras na prova para sete jogos.
A partida frente ao emblema alemão também assinala o terceiro jogo consecutivo do Benfica sem marcar na Champions. Desde o duelo frente ao Qarabag (2-3), a contar para a primeira jornada do torneio europeu, os encarnados não marcaram mais e sofreram oito tentos. No total, o Benfica está em branco na prova há 344 minutos.
Contando apenas com derrotas e zero pontos na Champions League - e ocupando o 35º posto da tabela classificativa -, o Benfica vai ter de fazer história para passar à fase eliminatória. As 49 equipas que perderam os quatro jogos inaugurais no histórico da competição acabaram sempre eliminadas.
Os dados estatísticos não são um bom presságio para as águias, mas José Mourinho recusou o pessimismo, na conferência de imprensa pós-jogo do duelo frente aos alemães: «Ninguém vai convencer-me que estamos fora da Champions. A matemática é muito objetiva. Há 12 pontos em jogo, sendo possível passar. Este jogo convence-me que podemos ganhar os pontos que faltam para a qualificação.»
O destino quis que, na quinta jornada, o Benfica defrontasse o Ajax, em Amesterdão, sendo esta a outra única equipa que não somou qualquer ponto na prova milionária. O sucesso para a restante caminhada dos encarnados na competição pode estar nessa partida, que pode representar uma autêntica catapulta de moral para o emblema encarnado.
A possibilidade matemática comanda a ambição de José Mourinho que, novamente na conferência de imprensa, deixou bem clara a sua posição e opinião sobre o assunto: «Estou absolutamente convicto de que não estamos fora da Champions. Disse-o aos jogadores. A evolução da equipa leva-me a crer que é possível. Se vencermos os jogos frente a Ajax e Napoli, estamos dentro da luta para a qualificação.»
O Homem do Leme encarnado acredita que é possível fazer o que ainda não foi feito.
O embate frente ao Ajax será determinante para as aspirações encarnadas na prova.









































