Nosso Palestra
·27 de outubro de 2025
Abel Ferreira lamenta empate e diz acreditar em ‘noite mágica’ pela Libertadores

In partnership with
Yahoo sportsNosso Palestra
·27 de outubro de 2025

Segue o líder. Em jogo tenso e com uma arbitragem que não colaborou para o andamento dele, o Palmeiras empatou com o Cruzeiro por 0 a 0, no Allianz Parque. Com o resultado, o Verdão segue na liderança da competição nacional, agora com um ponto de vantagem em relação ao Flamengo.
Após a partida, Abel Ferreira falou com a imprensa sobre arbitragem e jogo de volta pela Libertadores.
No início da coletiva, Abel Ferreira comentou sobre as falas de Leonardo Jardim, do Cruzeiro, e deu sua opinião sobre a arbitragem.
— Eu vivo em um dilema desde que cheguei ao Brasil. Estava ouvindo o Leonardo — a quem admiro e com quem já trabalhei — e ele disse que veio para usufruir do futebol brasileiro. Falou duramente sobre arbitragem, sindicato de jogadores, gramados e calendário. Eu faço isso desde o dia em que cheguei. Sempre falei que estava aqui para valorizar o Palmeiras e o futebol brasileiro. Está no livro.
— Quero dizer a ele que falou corretamente, mas isso não depende de nós, treinadores, e sim de quem decide. São essas pessoas que podem tornar o futebol brasileiro mais fácil no futuro. A CBF tem critérios diferentes: com o árbitro Abatti é uma coisa, com o senhor Wilton é outra. Um vai para a geladeira, o outro continua apitando.
— Quero que escutem com carinho o Mister Jardim, uma pessoa que admiro muito. Há muitos aspectos que precisam melhorar. Esse dilema de quem joga, quando joga, é fruto do nosso calendário, da nossa participação no Mundial. O que o Palmeiras deveria ter feito era não jogar na Data FIFA — mas a CBF nos colocou jogo.
— É um dilema muito grande. Sabíamos que a partida seria difícil. Mesmo os que não jogaram desde o início estavam cansados. Eu cheguei exausto — imagine os jogadores — contra uma equipe que teve uma semana inteira para se preparar.
— O bom é que já vivi tudo isso em Portugal, e lá resolveram. Mas é preciso agir, tomar decisões. Eu entendo o que o Leonardo disse, entendo a frustração dele — como entendo a minha, no último jogo que fiz no Maracanã.
— As narrativas que se criam, de que A ou B é mais beneficiado… o Palmeiras não tem a mesma força na mídia que outros clubes. O Palmeiras não é beneficiado. Todos os clubes são, às vezes, beneficiados e, outras vezes, prejudicados.
— Não adianta apontar um patinho feio, criar essa narrativa hipócrita de que o Palmeiras é sempre ajudado. Há um problema antigo que precisa ser resolvido: ter uma arbitragem independente da CBF, com critérios claros e coerentes. Não dá para um árbitro continuar apitando e outro ser afastado, e ainda dizerem que temos uma arbitragem segura. Isso é sério. Não brinquem com isso.
— Será que não seria melhor criarmos uma equipe de arbitragem independente? Criar mais árbitros, um núcleo mais alargado? É possível fazer? Sim — em ligas menos competitivas, já fazem isso. — disse em resposta longa.
— Espero que não aconteça o que aconteceu com o Boca Juniors, quando apitavam até pensamento. Hoje, o árbitro também apitou até o pensamento! Não deixava o jogo fluir, picotava o tempo todo. Há muito o que melhorar. Espero que na quinta-feira tenhamos uma arbitragem que não apite até pensamento.
— O Cruzeiro é recheado de grandes jogadores e tem um grande treinador. Eles pressionam muito bem. Ele sabia perfeitamente do cansaço que tínhamos. Eu só consegui preparar o jogo hoje de manhã. Ontem foi recuperação; anteontem, chegamos aqui.
— Eu pedi ao doutor algo para dormir, porque nem consegui ir à sessão de treino — fiquei no quarto, pensaram até que eu tinha ido embora. Eu, que nem corri, estava assim… imagine os jogadores!
— O dilema era: quem tirar? Tiro todos? Eu precisava dos líderes em campo. Se o futebol tivesse certeza, perderia a graça. Sabia que seria um jogo duro. Tentei até enganar os jogadores, mas agora temos três dias. E, como eu disse, 90 minutos são muito tempo aqui.
Preparem-se para uma noite mágica. Convoco o nosso torcedor: somos o time da virada e do amor. Acredito que teremos uma noite mágica. Nem perguntem como, mas é nisso que eu acredito.
— Para tudo há uma primeira vez. Eu achei que nunca ia casar — “como vou pedir o pai da minha namorada?” — e consegui. Achei que nunca seria jogador de futebol… e consegui. Não é a primeira vez que isso acontece no futebol. O que me define, e o que nos define, não são os resultados, mas a forma como os encaramos. O que nos define é o que vamos fazer agora, na quinta-feira.
— Eu acredito muito. Tenho fé. Podem haver nuvens negras, pessoas que acham que está tudo mal — eu me afasto delas, não ajudam em nada. Foi acreditando no trabalho que cheguei ao Palmeiras.
Eu acredito e tenho fé de que quinta-feira será uma noite mágica. Estejam conosco. Vamos fazer de tudo para que essa virada seja possível.Eu acredito que é possível.
O Palmeiras enfrenta a LDU na próxima quinta-feira (30), na esperança de conquistar a vaga na final da Libertadores. A missão não é fácil para equipe de Abel Ferreira que saiu com a derrota de 3 a 0, em Quito.
No Brasileirão, o Verdão volta a campo no próximo domingo (2), contra o Juventude, no Alfredo Jaconi, às 18h30 (de Brasília)









































