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·14 de novembro de 2025
Ausência de Camarões na Copa do Mundo vai além de um gol tardio do RD Congo

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Camarões é mais uma seleção que está fora da Copa do Mundo de 2026. A equipe que mais disputou a Copa no continente africano enfrentava a Rep. Dem. do Congo na semifinal dos playoffs em busca da vaga africana para a repescagem do Mundial do próximo ano, mas sofreu um gol no apagar das luzes e foi derrotada. A eliminação, porém, vai muito além dos gramados e não se resume ao gol tardio sofrido nessa quinta-feira (13).
Com uma geração renovada, Camarões tem nomes como Onana, goleiro e capitão que defende o Trabzosnpor, Mbeumo, atacante destaque da Premier League em 24/25 que foi grande contratação do United, e Etta Eyong, ponto fora da curva na campanha melancólica do Levante e destaque na Espanha... mas essas "estrelas" não foram suficientes, deixando a expectativa dessa geração para o próximo ciclo, em 2030.
A seleção de Samuel Eto’o e Roger Milla está de cara nova no futebol. Além dos três destaques citados logo acima, a competente equipe dos Leões Indomáveis também conta com o zagueiro Boyomo, do Osasuna, com o lateral Tchatchoua, do Wolverhampton, com os volantes Carlos Baleba, do Brighton, e Anguissa, do Napoli, e com os atacantes Kofane, do Bayer Leverkusen, e Choupo-Moting, ex-Bayern.
O belga Marc Brys é o treinador da equipe desde 2024 e responsável por toda a organização, mas não conseguiu recolocar Camarões no Mundial. O comandante é conhecido pelo ambiente positivo proposto na seleção e enfatiza o equilíbrio com o domínio da posse e joga apostando nas transições rápidas. Seguindo seu plano tático, os jogadores tem mais liberdade dentro de campo.
As ideias do belga que se destacou pelo Leuven no futebol antes de assumir a seleção africana não deram certo na prática em Camarões. É bem verdade que os problemas de lesões, como as de Anguissa e Choupo-Moting antes dos playoffs, foram um dificultador, mas as questões extracampo foram ainda mais complicadas, com o treinador "cogitando uma vida fora de Camarões pela toxicidade acerca da seleção", de acordo com a ESPN.
A organização caótica da Federação Camaronesa se mostrou mais que apenas uma pedra no sapato. Os constantes desentendimentos entre Brys e o presidente Fecafoot atrapalharam a preparação da equipe. Por exemplo, a lista dos convocados só foi divulgada quatro dias antes dos playoffs. Existem rumores de que o treinador havia "jogado a toalha" com respeito à vaga no Mundial e já planejava sua vida fora de Camarões, antes mesmo da partida dessa quinta-feira (13).
Todo esse imbróglio corroborou para a tragédia que foi a campanha camaronesa nas Eliminatórias Africanas para a Copa do Mundo. A ver pelos resultados e, principalmente, pela queda precoce.
Camarões não empolgou nas Eliminatórias Africanas para o Mundial de 2026. Tida como a seleção mais forte do Grupo D, que tinha Essuatini, Maurícias, Angola, Líbia e Cabo Verde, os Leões Indomáveis não se impuseram na primeira fase e tiveram de tentar a sorte nos playoffs em busca da última vaga à Copa.
Foram cinco vitórias (Maurícias 2x, Cabo Verde, Líbia e Essuatini), quatro empates (Líbia, Angola 2x e Essuatini) e uma derrota (Cabo Verde) nos nove jogos das Eliminatórias. Uma campanha considerada decepcionante, com 59% de aproveitamento, que ficou muito abaixo da sensação do continente Cabo Verde, que jogará a primeira Copa do Mundo de sua história.
Mesmo sem a liderança de sua chave, a seleção camaronesa ainda tinha a chance de vencer os playoffs para jogar a repescagem geral em busca da vaga na Copa. Mas a verdade é que a participação na nona Copa do Mundo em sua história ficará para uma próxima oportunidade, talvez no Mundial de 2030.
Eyong, Mbeumo e companhia desperdiçaram todas as oportunidades que tiveram no campo de ataque e sofreram a lei do "quem não faz, toma" nas mãos do Congo de Bongonda, Bakambu e Wan-Bissaka. Já nos acréscimos, Cipenga cobrou escanteio pelo lado direito e Mbemba apareceu como homem surpresa na segunda trave para completar às redes e dar fim ao sonho camaronês. Agora, Nigéria e Congo jogam a final pela vaga na repescagem mundial.
Pelo seu elenco e por toda a tradição que carrega no continente, a não classificação de Camarões foi uma catástrofe. Mas os problemas extracampo são grandes responsáveis nesse resultado frustrante.









































