CBF prepara revolução na arbitragem e Inter será afetado | OneFootball

A Confederação Brasileira de Futebol prepara uma das maiores mudanças estruturais da arbitragem nacional nas últimas décadas. A partir do Brasileiro da Série A de 2026, que começará em janeiro, a CBF planeja implementar oficialmente o quadro de árbitros profissionais, transformando a função — historicamente tratada como atividade paralela — em carreira de dedicação exclusiva.

A proposta, que já circula internamente e ganhou força nas últimas reuniões do comitê de arbitragem, prevê a profissionalização de aproximadamente 20 árbitros, além de seus respectivos trios. A definição dos nomes seguirá critérios técnicos rígidos, com base direta no ranking e nas avaliações contínuas da CBF, privilegiando quem apresentou desempenho mais consistente nas últimas temporadas.

O novo modelo prevê salário fixo mensal, garantindo estabilidade financeira aos árbitros, além de valores adicionais proporcionais ao número de partidas trabalhadas. A intenção da CBF é acabar com a lógica amadora que obrigava árbitros a conciliar outras profissões, garantindo agora dedicação integral à formação, ao condicionamento físico e ao estudo das regras.

Com o novo status profissional, as exigências serão significativamente maiores. A entidade cobrará treinamentos físicos frequentes, participação em cursos intensivos, preparação padronizada em centros de desenvolvimento e disponibilidade total para escalas emergenciais. A expectativa é que a mudança melhore o desempenho técnico, reduza erros de arbitragem e padronize critérios — algo que clubes e torcedores cobram há anos.

Como contrapartida desse investimento, a CBF criará também um sistema de avaliação mais robusto. Árbitros com desempenho abaixo do esperado ao final da temporada não terão seus contratos renovados, abrindo espaço para novos nomes que se destacarem nas Séries B, C ou D. Será, portanto, uma estrutura semelhante à de atletas: rendimento alto significa permanência; desempenho fraco implica corte.

A mudança promete causar impacto direto no futebol brasileiro, inclusive em clubes como o Internacional, que ao longo de 2025 se queixaram reiteradamente da falta de critério e da oscilação da arbitragem. A profissionalização surge como tentativa de corrigir um problema histórico — e chega cercada de expectativa, pressão e vigilância de todo o país.