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·27 de novembro de 2025

Corinthians corta verbas de outros esportes e separa dinheiro do futebol

Imagem do artigo:Corinthians corta verbas de outros esportes e separa dinheiro do futebol

Vivendo uma das maiores crises financeiras de sua história, o Corinthians prepara uma mudança estrutural para tentar reorganizar as contas. A partir de 2026, por determinação do presidente Osmar Stabile, o clube passará a separar definitivamente os recursos do departamento de futebol e do clube social. Na prática, isso significa que as modalidades olímpicas e os esportes amadores terão orçamento reduzido e precisarão buscar novas formas de financiamento para sobreviver.

“Cabe a cada departamento saber se pode tocar com aquela verba que será pré-estabelecida. Uma coisa é certa: dinheiro do futebol não vem mais para o clube social. Vamos utilizar o dinheiro arrecadado no clube social para tocar as equipes do clube social”, afirmou Stabile, ao detalhar a nova diretriz.


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A mudança ocorre no momento em que o Corinthians tenta conter gastos enquanto sua dívida alcança números alarmantes. O balancete mais recente, referente a julho, indica que o passivo do clube atingiu R$ 2,7 bilhões. Entre janeiro e julho deste ano, o déficit acumulado foi de R$ 103 milhões, e a previsão de fechamento de 2025 aponta resultado negativo de R$ 83,3 milhões.

Cortes profundos nos esportes do Corinthians

O impacto da decisão de Stabile será sentido já no orçamento das modalidades. De acordo com o presidente, os custos anuais com esportes terrestres, que incluem modalidades olímpicas e amadoras, giram em torno de R$ 27 milhões. A meta é reduzir esse valor para algo próximo de R$ 12 milhões, um corte de mais de 50%.

O clube social prevê arrecadação de cerca de R$ 40 milhões em 2026. Metade desse montante deve ser destinada ao pagamento de funcionários, enquanto os outros R$ 20 milhões serão distribuídos entre as modalidades esportivas. Para muitas delas, isso não será suficiente.

O departamento de futsal, historicamente um dos mais fortes do Corinthians, já iniciou um processo de enxugamento para se adequar à nova realidade. O basquete, por sua vez, precisará encontrar patrocinadores para não encerrar suas atividades no meio da próxima temporada.

“Vamos trabalhar com afinco e dedicação para buscarmos recursos, parceiros para que possamos tocar. Algumas empresas já entraram em contato conosco para saber o volume de dinheiro que precisa para tocar e a gente, se conseguir, vai continuar. Se não conseguir, vai congelar. O futsal é a mesma coisa. Já diminuíram o custo”, completou Stabile.

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Corinthians vai separar dinheiro do futebol de outros esportes – Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Busca por recursos

Aliás, a orientação da diretoria é que cada modalidade tenha autonomia de captação. Caso não consiga viabilizar verbas externas, o departamento corre risco de paralisar as equipes temporariamente. O discurso interno é de “realidade orçamentária”, com o clube tentando equilibrar contas que vêm pressionadas por anos de gastos elevados em meio a receitas irregulares.

O processo de separação entre futebol e clube social segue uma tendência adotada por outras instituições esportivas no país, mas, no caso do Corinthians, surge como uma medida de urgência. Assim, com o futebol mantendo receitas superiores às demais áreas, a diretoria tenta impedir que o principal ativo financeiro do clube esteja sendo usado para sustentar modalidades deficitárias.

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