
Gazeta Esportiva.com
·18 de outubro de 2025
Corinthians estuda deixar RCE e negociar dívidas direto com credores

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·18 de outubro de 2025
A diretoria do Corinthians, presidida por Osmar Stabile, estuda deixar o Regime Centralizado de Execuções (RCE). Parte da gestão demonstra incômodo com a alta taxa de juros atrelada ao plano e avalia a possibilidade de abandonar o modelo.
O regime de pagamentos, criado para quitar uma dívida de R$ 367 milhões do clube com credores, prevê que os valores sejam corrigidos pela taxa Selic, atualmente em 15% ao ano.
Conforme apurou com exclusividade a Gazeta Esportiva, Osmar Stabile acredita que o Corinthians pode conseguir melhores condições de pagamento negociando diretamente com os credores, por meio de acordos individuais. O presidente, então, pediu aos dirigentes responsáveis por cuidar de assuntos ligados ao RCE que avaliem a viabilidade de deixar o regime.
(Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians)
Integrantes da antiga diretoria, comandada por Augusto Melo, afirmam que recorreram ao RCE porque entendiam ser impossível negociar isoladamente com todos os credores. Stabile, no entanto, considera que o clube deve ao menos tentar reabrir o diálogo direto.
A atual gestão também questiona critérios adotados pela administração anterior na formulação do plano. Osmar Stabile e seus pares discordam de parte das cobranças e da lista de credores incluídos no RCE.
Entre os valores contestados está um pagamento de R$ 700 mil à empresa Rede Social Media Design LTDA, da qual Alex Cassundé é sócio. O montante seria referente a um contrato de intermediação no acordo de patrocínio com a casa de apostas VaideBet. Cassundé, posteriormente, foi denunciado à Justiça por associação criminosa, lavagem de dinheiro e furto qualificado, tornando-se réu.
Além disso, o clube anulou na Justiça uma execução superior a R$ 22 milhões cobrada pelo empresário Giuliano Bertolucci, valor que fazia parte dos R$ 78,2 milhões incluídos por ele no RCE.
O Corinthians abriu o processo do Regime Centralizado de Execuções há cerca de dez meses, mas o plano ainda não foi integralmente aprovado. A proposta prevê o parcelamento de R$ 367 milhões em dívidas ao longo de dez anos, com o objetivo de organizar as finanças e reduzir bloqueios judiciais. Deste valor, R$ 190 milhões já estão em processo de execução na Justiça.
O primeiro plano apresentado pelo clube previa o repasse de 4% das receitas recorrentes – como direitos de TV e patrocínios – e 5% das receitas com vendas de jogadores. A proposta foi rejeitada por alguns credores, que pediram elevação do percentual para 20%, algo que o Corinthians entende ser inviável.
Na sequência, o Corinthians apresentou uma nova proposta progressiva, com aumento gradual das porcentagens, da seguinte forma:
Com o RCE, o clube busca previsibilidade nas despesas e alívio nas contas bloqueadas, enxergando o regime como um passo importante na reestruturação financeira. No entanto, diante dos juros elevados e das divergências sobre os valores incluídos, a permanência do Corinthians no plano passou a ser colocada em dúvida pela nova gestão.
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