Saudações Tricolores.com
·13 de setembro de 2025
Em entrevista, Carlos de Barros detalha valuation, uso dos recursos, governança, política para Xerém e metas esportivas

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·13 de setembro de 2025
A proposta de criação da SAF do Fluminense, liderada por um grupo de investidores tricolores sob coordenação da Lazuli, prevê um aporte inicial de R$ 500 milhões, compromisso mínimo de R$ 6,4 bilhões em investimento esportivo ao longo de 10 anos e um modelo de gestão integrado com CEO experiente em futebol e diretor esportivo alinhado. Em entrevista ao jornalista Victor Lessa, Carlos de Barros explicou os principais pontos do projeto e defendeu que o valuation do clube está “bem avaliado” pelos parâmetros adotados no mercado.
Segundo De Barros, o valor de R$ 1,6 bilhão citado em debates reúne a soma da dívida atual do clube (acima de R$ 870 milhões), do valuation calculado por múltiplo de receita e do aporte da SAF. O cálculo utilizou múltiplos entre 2,5x e 3x sobre uma receita recorrente estimada entre R$ 450 e R$ 550 milhões, patamar acima da média nacional e que, para o grupo, reflete o desempenho recente e o perfil do Fluminense. Comparações com clubes da Série B, afirmou, distorcem os números.
O aporte inicial de R$ 500 milhões terá duas frentes: redução das dívidas mais caras, com negociação e eventuais liquidações antecipadas com desconto, e investimento no elenco, calibrado ao calendário esportivo (Libertadores, Copa do Brasil e Brasileirão). A premissa é que a SAF nasça com endividamento equilibrado, deixando apenas “dívidas boas” e bem parceladas, sem reduzir o compromisso com o piso de investimento.
O montante de R$ 6,4 bilhões não é todo dinheiro novo: trata-se de um piso mínimo para o futebol ao longo de uma década, financiado por aportes, receitas próprias e premiações, já com correção anual embutida. A alocação será dinâmica, com variações por temporada, e o descumprimento do piso bloqueia a distribuição de dividendos aos investidores. Caso a receita não alcance o necessário, o acordo prevê um “colchão” societário: a participação dos investidores pode subir de 65% para até 90%, mediante novo capital, preservando ao menos 10% para a associação.
Na governança, o desenho preferido é integrado, com um CEO com forte domínio do futebol e um diretor esportivo experiente, em linha com o modelo atual do clube. Há interesse em Mário Bittencourt para o cargo de CEO após a operação, decisão que seria tomada com transparência e posteriormente. O BTG segue como assessor do Fluminense no processo — há mais de três anos — e a eventual participação de sócios do banco como investidores é considerada decisão pessoal, sem conflito com a assessoria institucional. A proposta será apreciada pelos sócios após as eleições presidenciais do clube.
Xerém é apontado como parte indissociável do projeto e receberá investimento dedicado em infraestrutura, bolsas, captação e aceleração da transição ao profissional. A gestão esportiva definirá o timing de uso e de venda de atletas, com a diretriz de utilizar ainda mais a base no time principal, preservando a competitividade e maximizando a valorização nas saídas.
Entre as metas esportivas, o grupo promete orçamento de futebol entre os três maiores do país, adoção de analytics e processos de alto nível e disputa por títulos nacionais e continentais, incluindo a Libertadores. De Barros enfatiza que se trata de um plano de longo prazo, responsável e “de tricolor para tricolor”, sem promessas irreais de “dinheiro infinito”, e defende um debate qualificado para que o torcedor vote com informação no futuro do Fluminense.
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